Operação cupido.

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— Mas você tem que pelo menos dar algum sinal! O garoto não tem bola de cristal! — digo tentando reanimar Cintia que já estava se desaminando com seu "amor" por suas ideias e paranóias que ele pudesse não gostar dela.

— Ah não sei amiga, não sei se devo investir tanto tempo e esforço nisso e no final só ter me humilhado. — ela diz cabisbaixa mechendo na sua comida.

— Ah, não esquenta, sabe muita bem o cúpido que tem bem aqui na sua frente! — faço uma pose segurando meu rosto com as minhas mãos e um sorrisinho tentando parecer fofa oque a faz rir. — E outra, temos o ano inteiro pra fazer isso funcionar e você já vai desistir? — pergunto entusiasmada e a vejo mudar a feição.

— Tem razão! — ela bate na mesa decidida — Operação cupido!

— Operação cupido! — repito com ela e rimos em seguida escutando o sinal tocar.

Pelo visto terei mais uma aula vendo Cíntia se derreter por Piter, aquele típico menino que as meninas babam, já estava acostumada. O bom, é que diferente desses caras Bad Boys de clichês, Piter não era arrogante muito menos metido, mas de resto, é tudo igual!
E minha amiga como uma boa fã de Disney, sua criança interior grita sempre que dá de cara com o menino mais próximo de todas suas fantasias de conto de fada. E como sua amiga, quero que pelo menos uma de nós viva seu sonho.
Além disso, Cintia é belíssima! Quem ousaria não querer-la?! Se ninguém quer, eu quero!
Enfim, o casal perfeito que está sobre minha responsabilidade de acontecer!

— Mas oque pretende fazer? Dizer logo de cara? Dar indícios? — pergunto enquanto nos sentamos nas cadeiras da sala.

— Claro que não! Se não não tem graça e voltamos a estaca zero! — ela diz retirando um espelho de mão e um gloss do bolso.
Olho em volta e vejo Piter do lado esquerdo da sala 2 carteiras a frente da nossa. Já entendi.
— Então, vamos começar pelo básico? — digo me levantando de minha carteira e pegando as minhas coisas.
— Como assim? — Diz tirando a atenção de seus lábios maquiados para as minhas ações.
— Você vai ver... — pego minhas coisas e vou em direção a Piter em quanto Cintia continua sem entender nada.
Toco no ombro do mesmo chamando sua atenção.
— Piter, pode me fazer um favor?
Ele olha para trás tirando a atenção de seu amigo que conversava.
— Sim?
— Poderia trocar de lugar comigo, por favor? Eu não enxergo muito bem oque está na lousa lá de trás. — digo apontando para o lugar agora vago ao lado da minha amiga que me encarava com os olhos arregalados e gesticulando com a boca: "Oque você tá fazendo?!". Respondo a mesma com uma piscadela e um sorriso sapeca.

— Ah, claro! — ele se levanta pegando suas coisas e indo em direção ao lugar ao lado de Cintia que essa já parecia um tomate.

— Muito obrigada! — Agradeço logo me sentando e pegando minhas coisas em cima da mesa. A aula já estava pra começar.

                                            .  .  .

A aula se passava e de vez em quando (de 15 em 15 segundo) eu dava uma olhada pra trás apenas para ver como as coisas iam e estava me divertindo muito a ver Cintia se desesperar.
O vi pedir uma borracha pra Cintia que levou um susto mas tento entregar a borracha que caiu em seu colo e sem pensar muito ela tentou pegar para ele e vocês já sabem onde sua mão foi parar acidentalmente...

Abaixei a cabeça me descontrolando em risos e depois disso comecei a olhar para trás com muito mais frequência. Já fazia tempo que não estava prestando nem um pouco de atenção na aula.
Até que alguém me tirou do divertimento.

— Está com torcicolo?! — olhei para o lado da onde vinha a voz e era o amigo com quem Piter conversava antes de se sentar com Cintia.
Matteo tinha a típica personalidade de bad boy mas não era um, quase o oposto do amigo com toda sua arrogância. Fico feliz que Cintia goste de Piter e não dele, Piter certamente é a melhor opção entre os dois.

— E se eu tiver? Oque você tem haver? — fazia questão de ser arrogante com o mesmo.
Da última vez ele fechou a porta da sala na minha cara quando o professor mais chato da escola estava prestes a chegar, e ele não permitia que ninguém entrasse na sala depois dele. Resultado, tomei uma advertência.
Não fiquei com raiva pela advertência e sim por causa dele, aquilo foi tão desnecessário!

— Tá me desconcentrando, só vira pra frente e fique quieta! — Quem ele achava que era pra me manda calar a boca?
— Escuta aqui, eu to tentando fazer isso pela... — me recordo do que estou prestes a falar e travo sem saber oque fazer.
— Pela? — ele insiste.
— Pela...Minha amiga da turma A, ela é caidinha por você! — dou um sorriso sem graça enquanto afirmo com a cabeça.
Por pouco.

— Ah, avisa que eu não estou interessado. — como é metido!

— Claro! Pode deixar! — me viro pra frente, finalmente, e começo a tentar prestar atenção na aula mesmo que já estivesse no final dela.
Aula de literatura costumava passar bem rápido.

Saímos da aula e rapidamente fui até Cintia a puxando pra um canto para começar as interrogativas.

— OQUE FOJ AQUILO?! — me refiro a o momento da borracha.
Vejo-a cobrir o rosto com as mãos antes de responder.
— Eu não sei tá legal?! Foi sem querer!
— Eu não duvido disso, mas pode acabar definindo por acidente quem você é na cabeça dele. Agora você vai ter que fazer alguma coisa pra mudar a opinião que ele deve ter sobre você nesse momento. — acho que é isso que geralmente acontece.. — Mas essa parte deixa comigo, porém quem vai ter que executar é você, que isso fique bem claro!

— Ok, chefe! — ela brinca enquanto vai na frente para a próxima aula.

Agarro ela pelo pescoço em uma mata leão enquanto vamos andando para a próxima aula.

O dia está apenas começando...

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⏰ Last updated: Nov 20, 2024 ⏰

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O Cupido Foi AtingidoWhere stories live. Discover now