cap3

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Durantes anos, Jisung nunca deu muita bola para o seu aniversário, já que sempre passava sozinho. Jeongin, sempre tentava o animar nessa época do ano, sabendo o quanto esse dia era difícil para seu amigo.

Han não via motivos para comemorar, sabendo que para os seus pais, seu nascimento foi uma grande tragédia, então ele sempre passou essa data em branco, fingindo que não era nada demais, até seu aniversário de 14 anos, quando Jeongin decidiu que viraria tradição ir para a praia em seu aniversário. As idas a praia era mais como uma forma de esquecer seu sofrimento, Jisung não via como uma forma de comemorar seu aniversário.

Mas agora, Han Jisung estava finalmente fazendo 18 anos. Ele não via mais sentido nesses “passeios”, mas isso era só uma desculpa para não se sentir culpado por estar estragando uma tradição que havia com seu amigo.

{...}

Jisung chega na escola, entrando na sala e se sentando ao lado de Jeongin, como todos os dias, mas algo parecia diferente. Jeongin olha para ele, um olhar decepcionado no rosto, isso só aumenta a culpa de Han, que se punia internamente por estragar os planos do amigo.

— Não me olhe assim… A gente vai no domingo.

Jeongin revira os olhos, aparentemente ainda bem chateado. Ele suspira, antes de concordar com a cabeça, se dando por vencido.

— Vou deixar passar, mas só desta vez…

Jisung sabia que o que estava fazendo era errado, não pelo fato de estar deixando seu amigo de lado, mas por sair sozinho com seu professor. Aquilo era estranho, um aluno e um professor indo almoçar juntos depois da aula, mas Han não sei importava, gostava da companhia do mais velho. Ele ainda não entendia o porquê, mas sempre sentia seu coração palpitar quando via Lee Minho.

***

O desespero e preocupação tomam o coração de Gisele, vendo sua filha de apenas três anos passando mal. Desesperada, ela não sabia o que fazer, se sentindo uma péssima mãe por não conseguir ajudar sua filha. Gisele então finalmente decide avisar Minho, pegando seu celular e começando a ligar para ele, mas chamava, chamava e nada, como se ele não quisesse atender. Ela não desiste, o ligando novamente, até que o mais velho finalmente atende.

— O que você quer… Porra, não sabe que estou ocupado?

Gisele engole em seco, se sentindo mal com a forma que estava sendo tratada, mas não era a primeira e nem a segunda vez que isso estava acontecendo, então nem a afetava mais.

— Tem como você vir mais cedo pra casa? É que…

— Eu tenho uma reunião depois da aula, não tem como. - Minho a interrompe, sem ouvir o que Gisele tem a dizer.

— Eu entendo, mas a Jihye está muito doente, acho que vou ter que levá-la ao hospital…

Gisele escuta Minho bufar, como se não conseguisse acreditar que estava sendo incomodado por algo tão “inútil”.

— E o que eu tenho haver com isso? Se vira caralho…

Minho desliga, deixando Gisele totalmente em choque. Ela sabia que Lee Minho não ligava para ela, mas a Jihye era apenas uma criança, e sua filha. Gisele já pensou várias vezes em deixar seu marido, ir embora para longe com a sua filha, mas toda vez que via as fotos espalhadas pela casa, se lembrava da época em que eles eram felizes juntos, mas agora tudo isso mudou.

Gisele pega Jihye e a leva para o hospital rapidamente, ela estava queimando em febre e estava morrendo de dor, ela não podia deixar sua filha assim. Ela manda mensagem para Minho, dizendo que estava no hospital, caso ele queira ir lá ver a filha, mas ele apenas visualiza e não responde.

***

Depois que Minho vê a mensagem, ele guarda o celular no bolso, se encostando no capô do carro. Ele tira um maço de cigarro do bolso, acendendo um e dando uma longa tragada. Minho estava  a umas duas quadras depois da escola, esperando Jisung, ele já estava ali a, mais ou menos, meia hora, quando vê o mais novo se aproximando com um sorriso no rosto. Ele joga o cigarro no chão, pisando no mesmo e se aproximando de Han.

Lee sorri, envolvendo a cintura do mais novo em um abraço, o que deixa Jisung vermelho e sem saber o que fazer. Mas logo Han o abraça de volta, passando os braços ao redor de seu pescoço, arrepiando quando Minho sussurra em seu ouvido.

— Feliz aniversário, gatinho.

Han sente uma onda de eletricidade atingindo seu corpo, sorrindo largo e apertando ainda mais o abraço, sentido Minho acariciando sua cintura e a apertando de leve. Ele tenta não pensar em coisas obscenas, mas com Lee assim tão perto de si, tocando seu corpo, ele não podia evitar de ficar excitado.

— O-obrigado Sr.Lee… - Ele se desfaz do abraço, sem conseguir conter um sorriso em seu rosto.

— Por favor, me chame de Minho, pelo menos fora da escola.

Han apenas concorda com a cabeça, sentindo seu coração disparar. Ele nunca pensou que ele acabaria tendo um “encontro” com seu professor, mas gostou de ter acontecido.

Já Minho, tudo o que passava na sua cabeça, era o quão fácil aquilo estava sendo, como era fácil manipular Jisung e como é fácil ter ele na palma de sua mão. O mais novo era tão inocente e manipulável que chegava a ser engraçado como ele simplesmente concordava com tudo que Lee falava.

{...}

O restaurante era longe da cidade, mas bem chique. Minho não queria que houvesse alguma possibilidade de alguém ver eles juntos, era perigoso demais. Mas ele se esforçava para deixar tudo o mais maravilhoso possível para Han, o que não era difícil, já que o mais novo era completamente apaixonado por tudo que envolva Lee Minho.

Han passa o almoço inteiro com um sorriso no rosto, contando um pouco sobre sua vida chata e patética, deixando de fora as coisas horríveis que vivia em sua casa, como se não tivesse acontecido. Minho escutava atentamente, contando como foi sua época de faculdade e como foi que decidiu que seria professor.

O clima era agradável, como se tivesse que ser assim, como se fosse o destino. Eles almoçam e passam horas ali conversando, como se fosse dois amantes que marcaram um encontro em um dia qualquer depois da escola.

— Eu tenho um presente pra você… - Minho entrega uma sacola para Jisung, que arregala os olhos, surpreso. - Não é grande coisa, mas lembrei de você quando vi.

Han abre a sacola, abrindo um sorriso quando vê o que tinha ali. Ele tira um ursinho de pelúcia de dentro da sacola, seus olhos brilhando, como uma criança ganhando o presente de natal. Era um esquilo, muito fofo, ele abraça o bichinho, sentido o cheiro de Minho no boneco.

— M-muito obrigado… Não precisa.

Seus olhos brilhavam de felicidade, olhando para Minho como se estivesse vendo o que sempre tanto desejou, alguém que realmente se importasse consigo. Lee sorri de canto, vendo como o mais novo parecia encantado consigo, vendo o quanto estava perto de conseguir o que queria.

— Que tal irmos para um lugar mais tranquilo e que não tenha tantas… pessoas.

Han pisca algumas vezes, parecendo confuso, mas concorda com a cabeça, seguindo Minho até seu carro novamente, sem questionar. Eles passam a viagem em silêncio, não sabendo muito o que falar. Jisung abraçava seu novo bichinho de pelúcia, olhando para a janela, e quanto Minho olhava fixamente para a estrada, olhando para o mais novo de canto de olho de vez em quando.

O carro para, e Minho sai do carro, abrindo a porta para Han sair. Jisung não sabia onde estava, mas trava ao olhar para a placa do estabelecimento na sua frente, como se a ficha tivesse finalmente caído sobre o que Minho quis dizer com “tranquilo". Ele olha para Minho, que sorri como se não fosse uma grande coisa, mas Jisung estava nervoso, já que seria sua primeira vez em um motel.

Why A Secret? {Minsung}Onde histórias criam vida. Descubra agora