"Abaixei a Guarda"

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Até que vejo uma ruiva se aproximando, ela vestia um vestido super colado ao corpo mostrando todas suas curvas e boa parte de seus peitos. Ela se agacha na frente de Nicolas mostrando a calcinha sem nenhuma vergonha na cara.

-Hey baby, o que estava fazendo aqui tão sozinho e sem carinho. - diz fazendo biquinho e me ignorando totalmente.

- Não estou sozinho. - diz me olhando

-Mas esta em péssima companhia né baby. - olha pra mim e começa a rir.

-Péssima seria se estivesse com uma vadia igual a você. - Não me aguentei e empurrei fazendo ela cair de bunda.

-Aí sua vaca. O que deu em você? Preciso de cuidados na minha bunda agora. - fala sorrindo para Nicolas que está morrendo de rir do meu lado. Mas ela não se toca do vexame que tá fazendo.

- Garota para com isso! Ele nem tá te dando atenção. - digo apontando para ele que continua a rir

- O Baby para de rir e me leva para casa agora. A gente tem muita coisa para fazer. - ela fala se levantando e estendendo a mão pra ele que me olha como se precisasse de permissão.

-Cara você é um idiota mesmo, sai logo de perto de mim. - levanto e vou a procura do meu carro, essa festa já deu, a Manu tá com o rafa então pode muito bem voltar com ele, e o Nicolas, bom me enganei novamente achando que ele era legal.

Entro no meu carro e disparo pra casa. Já são 2:48 am tomo um banho e mando uma mensagem para o Anthony.

* muito ocupada com as compras do próximo semestre da faculdade, porém aparece aqui em casa amanhã, afim de sair um pouco*

No mesmo instante ele confirma presença e guardo meu celular. Certo eu menti para o cara que está apaixonado por mim, mas ele não precisa saber da verdade se vai magoar seu coração.

Viro e mexo, não consigo parar de pensar no Nicolas, como eu posso ter acredito que por um minuto aquele menino era diferente, ele me ajudou ou posso dizer "salvou" , porém é um cafajeste igual a qualquer outro, só vê uma saia curta e cai em cima. Já tenho chifre demais pra isso.
-Xxxxxxxxxxxxxxx-
*Filha, sai daqui agora!! - a mãe gritava para criança que chorava se segurando no pai baleado.
Seu coração estava apertado não conseguia sair dali, já não tinha forças pra isso.*

Isabela- minha mãe me balançava- acorda Isabela
Não! Não! Papai. - acordo e sinto uma lágrima descer e me agarro na minha mãe.

- Eu não paro de sonhar com aquele dia mãe, todos os dias da semana o mesmo sonho- choro em seu ombro e sinto ela chorar também.
- calma filha, já passou e seu pai tá bem, porém... - sua voz falha e ela chora ainda mais.
-Mãe o que aconteceu? Cadê meu pai? Mãe! - balanço seu ombro para que ela fale comigo
-Calma Isa, ele tá bem, mas o seu irmão, ele não tá mais aqui, ontem ... - ela respira - ontem trouxeram seu corpo morto aqui. - ela termina de falar e cai aos meus pés chorando, não tenho reação alguma, fiquei paralisada em estado de choque. Marcos podia ser um drogado bandidinho do bairro, mas antes de tudo era meu irmão.

Lágrimas caem em meu rosto e sento junto com minha mãe, ficamos alguns minutos ali até ela levantar.

- Sua irmã está chegando vamos organizar tudo, eu decidi que não vamos velar o corpo, causará muito sofrimento, ainda mais porque seria caixão fechado e eu não aguento isso.- ela chora mas se recompõe, me dá um beijo na testa.

-Me desculpa mãe, eu nunca desejei isso a ele.
- Você não tem culpa de nada minha flor, as escolhas erradas dele que fizeram isso. - Ela sai do quarto e fecha a porta.
Sento no canto da parede com as mãos no joelho, abaixo a cabeça e choro lembrando de quando éramos pequenos e subíamos em árvores e contávamos segredos, choro ainda mais pelo que eu disse antes dele morrer. Não tive nem tempo de me despedir.

Meu celular toca são 15:00 pm Anthony ligando ignoro, porém minha mãe bate na porta.

- Seu amigo Anthony está lá em baixo. - ela levanta minha cabeça e olha pra mim, seu olhar de tristeza some e fica ali seu olhar meigo. - Eu quero que você saia com esse rapaz, esqueça de tudo isso de hoje, não é fácil mas eu não quero te ver sofrer, isso me deixa mais triste.

Estou perplexa com aquelas palavras, quem era aquela mulher forte na minha frente e ela por acaso acha que não tenho sentimentos.

- Não faça essa cara, eu só quero que você como eu se conforme um pouco com isso, sei que o amava, entretanto ele morreu, e sinceramente filha estou acostumada com isso, só não quero você sofrendo pois eu também sofro.
- Por um lado a senhora tem razão, mas não me conformo! - levanto e vou até o banheiro.

Realmente precisava sair dali, aquela não era minha mãe e também não queria ver todos chorando ali, talvez ela também não. Argh! Preciso esquecer isso, incrível como minha mãe conseguia ser tão fria e tão sábia.

Coloco um short Jens escuro e uma blusa preta e minhas sandálias e desço, o local está cheio de pessoas dando seus sinceros (ou não) "eu sinto muito" , me desvio de alguns e paro quando vejo Anthony na porta corro até lá e o abraço.

Ele dá umas batidinhas em minhas costas e sorri apontando para seu carro.
-Ele é lindo não é mesmo? - fala abrindo a porta e beijando a mesma.
- Anthony você já soube o que aconteceu aqui? - Pergunto sem jeito.
- Seu irmão? Soube sim,meus pêsames,mas fazer o que a vida continua, vamos entra, só cuidado para não sujar. - Anthony diz caminhando até a outra porta. - Bora morzin entra
Não acredito no que estou ouvindo, garoto mais insensível!
Bato a porta com toda minha força na tentativa de quebrar o vidro.

-VOCÊ ENLOUQUECEU? - Grita checando se havia quebrado- podia ter quebrado tudo aqui sua doida.
- infelizmente está tudo normal, seu idiota insensível. - vou saindo daquele lugar deixando ele gritar por mim, porém não saiu do lugar, tá muito ocupado com uma porta.

Sai sem rumo, não podia voltar pra casa. Enchi o celular da Manu e não obtive resposta, decido ir até seu apartamento.

-Licença você pode chama a Manuela do 502, avisa que é a Isabela.
O porteiro pega o interfone e liga. Enquanto espero ele tentar pela segunda vez, escuto alguém me chamando.

- Bela? - Nicolas me chama
Forço um sorriso e me viro.
- Ta chateada hoje é?- Nicolas diz fazendo graça.
- Cala a boca, não tô pra brincadeira. - falo sem virar pra ele.

-Desculpe senhorinha mas ninguém atendeu. - O porteiro diz com simpatia.
- tá certo obrigada- me viro para sair e Nicolas ainda está lá, sorrindo pra mim.
- Sua amiga te deu um bolo?
-Já disse que não estou para brincadeira...- Minha voz falha só de pensar que agora estou sozinha por aqui.
- Ei, aconteceu alguma coisa com você? - Nicolas muda a expressão para preocupado e segura meus ombros fixando o olhar no meu.
-Eu tô sozinha, e..e...- não consigo mais falar as lágrimas descem sem nenhuma permissão.
Nicolas na mesma hora me puxa e abraça forte.
-Você não está sozinha, eu estou aqui. -Diz nos tirando da passagem de alguns que passam sem entender nada.
Ele me leva para dentro do prédio, sentamos em um banco e continuo a chorar abraçada a ele.

Ninguém mais próximo estava para me dar apoio e Nicolas tinha o abraça mais confortável do mundo, não ousaria sair dali, pela primeira vez abaixei a guarda e me deixei ser protegida.

gente me parte o coração
escrever isso, a Isabela sofre. Mas parece que uma coisa boa está pra acontecer na vida dessa moça. Torcendo  pela bela e Nicolas. NO FINAL DA NOITE sai mais um capítulo. Vamos no que esse carinho vai da.

O garoto do condomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora