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Novamente acordo com o barulho do alarme indicando que preciso acordar e me arrumar pra faculdade. Eu ainda sinto minha cabeça girar e como um reflexo, eu olho pra cama de cima da beliche. Está vazia...
Como eu imaginava, lá está ela preparando nosso café da manhã na cozinha, enquanto escuta suas músicas. Vou para o banheiro tomar banho e me arrumar pra faculdade e percebo que não acho minhas presilhas de jeito nenhum.
— Você viu minhas presilhas?
— Bom dia pra você também! E não, eu não vi. Na verdade eu nem sei quais são da sua humilde coleção de presilhas.
— Ha ha! Idiota, eu tô falando das presilhas de coração!
— As vermelhas? Eu vi a tapioca brincando com uma.
— Sim! E onde tá?
— Não faço ideia. – Ela diz dar sem muita importância. — E você ainda não me deu 'bom dia'.
— Bom dia pra minha loirinha favorita! – Vou até ela, mas sou empurrada. Porém, com as minhas artimanhas, consigo abraçar a garota que luta pra sair do meu abraço.
— Vou acabar me atrasando pra aula hoje.
— Tinha algo importante? Porque, se eu fosse você, nem iria. – Ela fala enquanto continua arrumando a cozinha.
— É, acho que vou faltar.
— Mike tava falando que queria sair hoje depois do trabalho dele. Ele sai daqui a pouco, podemos ir juntas.
— Claro, mas preciso escovar meus dentes e tomar meu café antes de tudo.
Pra todas as pessoas que estão lendo isso, irei me apresentar: Meu nome é Mariana e eu divido um apartamento com a minha melhor amiga de todas, a Heloísa. Nós moramos juntas há dois anos e os nossos vizinhos vivem perguntando se somos um casal, mas eu não faço ideia do porquê.
Somos até que bem diferentes, principalmente porque ela é lésbica e eu tenho total certeza da minha heterossexualidade. Além de que eu faço faculdade de psicologia, enquanto ela trancou a faculdade porque, segundo as palavras dela, "era sufocante e ela odeia tudo que lembra escola".
Eu também tenho uma gata da marca vira lata frajolinha, chamada Tapioca, que parece amar mais a Helô do que a própria dona. É nisso que dá adotar gatos de rua, eles ficam desumildes e esnobam a gente.
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Hoje é a primeira vez que a nossa amiga Isa pode sair de casa com a gente! Ela acabou de fazer dezesseis duas semanas atrás e isso significa que os pais dela confiam na gente agora.
Nesse momento estou escolhendo uma presilha pra prender minha franja enquanto a Helô pergunta onde tá a camiseta rosa dela. Mal sabe que a camiseta tá comigo.
— Eu não acho ela em lugar nenhum! Sabe onde tá? – Ela olha pra mim e seu olhar desce até a camiseta, Heloísa apenas concorda com a cabeça.
— Ficou linda em você! – Ela fala, um pouco sem jeito e solta um sorriso tímido.
— Achou mesmo? Sinto que ela combinou bastante com o meu all star rosa.
— Sim, ficou realmente lindo. Você é linda!
— Para! Odeio quando diz isso, me deixa desconcertada! – Digo, enquanto sinto meu rosto esquentar de tanta vergonha.
— Adoro te deixar desconcertada, Moranguinho. – Ela fala encostando na parede do quarto enquanto me espera.
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— Tem certeza que é aqui? – Falo enquanto olho para a localização do meu celular.
— Claro que tenho, o nome é o mesmo.
Antes de qualquer dúvida, vejo uma figura aparecer na nossa frente, um pouco cansado depois de correr igual a um maluco em nossa direção. Esse é o Mike, nosso amigo que fizemos no ensino médio e a garota rindo do lado dele é a Isabella (Isa), prima do Mike.
— Gostaria de me desculpar com vocês, meninas. – Mike fala após recuperar o fôlego. — É que eu errei na hora de passar o endereço. Mas podem ficar tranquilas, a lanchonete fica logo alí.
Muita inocência a minha de achar que realmente ficava logo alí, em vista de que andamos por apenas QUARENTA MINUTOS! Eu já estava ficando tonta de dar tantas voltas, até que finalmente chegamos na tão esperada lanchonete.
O lugar em questão era bem antigo e apertado, a iluminação era precária, era tudo sujo e desarrumado, a comida era duvidosa e tudo fedia a cerveja velha e cigarro. Perfeito!
— O que vocês estão achando? Eu amo esse sanduíche! É o melhor da região!
Olhei para a Helô que tentava segurar o riso a todo custo e depois para a Isa que olhava para tudo com cara de nojo e julgamento. Respirei fundo e fiz um esforço para, ao menos fingir gostar.
— Esse lugar é perfeito, amigo! – Forcei um sorriso claramente falso. Alguém me trás um Oscar?
— Que bom que gostou, amiga! Mas e aí? Vocês duas vão se assumir quando. – Ele pergunta enquanto morde mais um pedaço do seu lanche completamente duvidoso.
— Tô só esperando ela aceitar. – Heloísa coloca o braço ao redor do meu ombro e eu faço questão de me desvencilhar.
— Já disse que eu sou hétero! E mesmo se não fosse, somos apenas melhores amigas. – Falo e eles riem da minha cara. O quê tem de tão engraçado? Eu só disse a verdade! Apesar de que se eu não fosse hétero, eu bem que namoraria ela...
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Oioi nuvenzinhas!!!
Primeiro capítulo de Nonsense pra vcs!
Não esqueçam de votar e comentar pra eu saber oq estão achando.
Bye bye e até a próxima 🩷☁️Link da playlist:
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Nonsense (friends to lovers)
JugendliteraturMariana e Heloísa são melhores amigas desde crianças e decidem morar juntas na capital de São Paulo após adultas. Heloísa é assumidamente lésbica e está sempre flertando com sua colega de apartamento. Já Mariana, se sente confusa sobre seus sentimen...