Amor em Dimensões Paralelas (misung)

Capítulo 46 - Ecos do Passado

Capítulo 46 - Ecos do Passado

Os dias continuaram a se arrastar, e Han, consumido pela saudade e pela tristeza, afundava cada vez mais na escuridão. O vazio dentro de seu coração parecia crescer a cada segundo, preenchendo sua vida com a sensação de que nada mais importava. Ele estava à beira de perder a esperança. Lee Know tinha sido sua luz, e agora, sem ele, o mundo estava mergulhado em sombras.

Certa noite, depois de mais um dia interminável de solidão, Han se deitou no sofá, incapaz de encontrar a força para ir até a cama. O quarto estava escuro, exceto por uma leve penumbra que entrava pela janela, a lua cheia brilhando no céu. Seus pensamentos vagavam, sempre voltando para o mesmo ponto: Lee Know. O amor que sentia, a conexão que haviam compartilhado, a dor de tê-lo perdido.

De repente, uma sensação estranha tomou conta do ambiente. Han se levantou devagar, sentindo uma brisa fria atravessar a sala, o tipo de brisa que ele já havia sentido antes... na presença de Lee Know. Seu coração começou a bater mais rápido, uma pequena faísca de esperança se acendendo em seu peito.

"Lee Know?" Ele chamou, quase sem voz. Sabia que era impossível, mas não podia evitar. Algo estava diferente naquela noite.

Enquanto ele se levantava lentamente, uma luz suave e tênue começou a brilhar no canto da sala. Han arregalou os olhos, sua respiração parando por um instante. Era como se o tempo tivesse parado. Aquele brilho... Ele o reconhecia. Era o mesmo tipo de luz que envolveu Lee Know quando ele partiu.

O coração de Han apertou, seus sentimentos oscilando entre esperança e medo. Ele caminhou na direção da luz, e, por um breve momento, quase sentiu a presença de Lee Know novamente, como um eco suave de algo que nunca desapareceu completamente.

"Você está aqui?" Han perguntou, sua voz quebrando. "Por favor, se você estiver aqui... me dê um sinal."

A luz tremeluzia levemente, e Han prendeu a respiração, esperando desesperadamente por uma resposta. E então, como se o universo tivesse ouvido seu clamor silencioso, ele ouviu uma voz baixa, distante, mas inconfundível.

"Han..."

O nome foi sussurrado no ar, uma voz suave e familiar que fez seu coração disparar. Han virou-se, seus olhos procurando freneticamente pelo quarto, mas não havia ninguém. Apenas o som suave da respiração acelerada de Han e o brilho suave ao seu redor.

"Lee Know? É você?" Ele perguntou, com lágrimas nos olhos. "Por favor... eu preciso de você."

O ar ao seu redor parecia vibrar, e a sensação de presença tornou-se mais forte. Embora Lee Know não estivesse ali fisicamente, Han sentiu sua essência, como se ele ainda estivesse observando, ainda cuidando dele.

"Eu... eu sinto sua falta..." Han sussurrou, suas lágrimas caindo livremente. "Não sei como continuar sem você."

A luz ao seu redor brilhou um pouco mais forte, como se estivesse tentando confortá-lo. Era quase como um toque, uma mão invisível tentando alcançá-lo, aquecendo seu coração, mesmo que por um breve momento.

"Eu também sinto sua falta, Han," a voz de Lee Know parecia sussurrar, suave como o vento. "Mas você precisa ser forte. Por nós dois."

Han caiu de joelhos, incapaz de segurar a emoção que o dominava. Ele sabia que essa conexão não poderia durar para sempre, que era apenas um eco do passado, mas só o fato de sentir Lee Know de novo, mesmo que por um instante, dava a ele o mínimo de esperança que ele tanto precisava.

"Eu vou tentar," Han sussurrou, sua voz trêmula. "Eu prometo que vou tentar... por você."

"Porra, Han," Lee Know disse, sua voz agora mais firme, carregada de preocupação. "Você me prometeu que ia cuidar de você. Olha para si mesmo! Você só está se afundando na depressão. Olhe para os seus pulsos, suas pernas... você só está se machucando. Isso me preocupa, Han."

As palavras de Lee Know cortaram através da neblina de tristeza em que Han se encontrava. Ele olhou para baixo, notando as marcas que o sofrimento havia deixado em sua pele. O eco da voz de Lee Know ressoava em sua mente, a dor em seu coração se intensificando ao perceber que, mesmo na ausência, Lee Know ainda se preocupava com ele.

"Han," a voz de Lee Know continuou, suave, mas firme. "Eu não quero que você se machuque. Não se esqueça de mim, mas também não deixe que a dor te consuma. Você precisa lutar. Você tem tanto potencial, tanto amor dentro de si. Não jogue tudo isso fora."

As lágrimas escorriam pelo rosto de Han, mas agora não eram apenas de tristeza; eram lágrimas de compreensão. Ele percebeu que, mesmo na dor, ainda havia uma parte de si que poderia ser resgatada. Lee Know sempre acreditou nele, e a última coisa que ele queria era desapontar o amor de sua vida.

"Você tem razão," Han sussurrou, a voz embargada. "Eu... eu deixei a tristeza me dominar. Mas não quero isso. Não quero te deixar triste."

"Então me faça um favor," Lee Know pediu, a luz ao redor dele brilhando intensamente. "Cuide de si mesmo. Honre a nossa memória, mas não permita que isso te destrua. Eu sempre estarei com você, mas você precisa encontrar sua própria luz novamente."

Han assentiu, sentindo a determinação começar a crescer dentro dele. "Eu vou tentar, Lee Know. Eu prometo que vou me cuidar. Vou lutar por nós."

"Isso mesmo," a voz de Lee Know soou, agora cheia de esperança. "A vida é preciosa, e eu sempre estarei torcendo por você."

E enquanto a luz ao seu redor começava a se apagar, Han sentiu uma onda de calor e conforto envolvê-lo. Ele não estava sozinho. Lee Know sempre estaria em seu coração, guiando-o nas sombras.

Com essa nova determinação, Han se levantou, agora decidido a enfrentar seus demônios. Ele sabia que o caminho seria difícil, mas estava disposto a lutar por si mesmo, por Lee Know e pelo amor que sempre os uniria.