Fazendo as pazes - Henry Jones
Manhattan, 21 de junho de 2024
Adiantado
Às 06:30 o despertador de Henry Jones tocou, agitando a mente cansada do adolescente, que morria de preguiça em se levantar da cama pela manhã.
Hoje ele havia decretado que seria um dos piores dias de sua vida. Como se já não tivesse bastado a discussão com o seu pai no dia anterior, nesta manhã ele teria que ir ao museu na excursão do colégio. Não era que ele odiava a arte, muito pelo contrário, reconhecia que ela estava presente em tudo, desde aquelas expostas em locais relevantes, como pinturas em templos, quanto aquelas simples que eram encontradas em jogos fúteis.
Se fosse um outro dia, talvez algum em que ele estivesse mais animado, a ideia de ir ao museu não teria sido tão ruim, mas hoje ele havia acordado sem humor, sem sal...nem açúcar.
[...]
Sabendo do risco em se atrasar, às 07:00 horas ele realmente se levantou da cama, apenas escovou os dentes e penteou os cabelos escuros. Sucessivamente, vestiu o uniforme da escola, sem se banhar, apenas passando o desodorante e uma forte fragrância de perfume.
O garoto desceu as escadas correndo e foi em direção à cozinha. Pegou uma coisa que pudesse mastigar com pressa, pois estava atrasado demais para comer algo forte e forrar o estômago. Ele pegou dois pães de forma e uma fatia de presunto e outra de muçarela.
Henry estranhamente não viu nenhum de seus pais em cômodo algum na casa, mas despreocupadamente se direcionou à garagem, imaginando que seu motorista já estaria ali lhe esperando. Contudo, o que havia pensado anteriormente mudou quando avistou seu pai silenciosamente o encarando.
— Hoje eu vou te levar à escola, senta aqui na frente.
Disse Sr. Jones, com o tom de voz leve, como se fosse uma pessoa diferente do que era na noite anterior. Possivelmente diferente, pois havia passado a madrugada pensando em sua própria maneira de lidar com o filho, arrependido, se sentindo um carrasco, e além de tudo se recordando do passado. Vendo em Henry a personalidade de seu amigo que partiu ainda jovem."oh meu Deus, o que será que ele quer Ein?"
Pensou Henry, enquanto entrava no carro.[...]
Desde o momento que saíram de casa, nada foi dito entre pai e filho, o silêncio se fazia presente e parecia que se manteria assim pelo resto do caminho. Quanto mais o tempo passava, mais ansioso Henry ficava. O relógio marcava 07:50, ainda demorariam minimamente 10 minutos até que chegassem no The Dalton School, provavelmente não daria tempo para que ele pegasse o ônibus escolar até o museu.
Henry não sabia se ficava feliz ou triste em não ter ido ao museu, se não ir significasse mais alguns minutos no carro silencioso com o seu pai, talvez fosse melhor ir ao Metropolitan Museum of Art.
— Sabe pai, acho que é melhor a gente já ir direto pro museu, se não nem vai dar tempo.
Disse Henry, tentando quebrar um pouco o clima, e desconfortável quando os olhos escuros de Sr. Jones pousaram sobre si.— Oh, tudo bem então... — ele olha para Henry enquanto para o carro no sinal vermelho, seu olhar mostra arrependimento e cansaço — sabe filho...eu queria te pedir desculpas por ontem. A verdade é que eu realmente espero que você cumpra as expectativas que eu coloquei em você, mas eu nem sei se é isso mesmo que você quer, fui agressivo nas palavras e acabei causando um problema maior do que já existia entre nós.
— Tudo bem, pai, eu entendo...eu pisei no calo algumas vezes...
— Independentemente, eu sou seu pai, e ainda estarei te aconselhando, quando necessário for, mas não quero que isso sempre se torne sermões e brigas entre nós, por isso, peço perdão.
— Eu te perdôo, pai. Além do mais, peço desculpas por ter te causado problemas o suficiente para você de certa forma, perder a confiança em mim...
— Sei que o que vou dizer possa ser desconfortável, mas é real. É normal você agir de forma infantil em alguns momentos, querendo ou não, você ainda não possui a mente 100% formada e ainda é imaturo. Só te peço que você se torne um jovem mais responsável, a partir daqui.
— Eu juro que serei.
[...]
30 minutos se passaram, Henry já se encontrava dentro do museu, mas ainda não havia sinal algum de qualquer estudante que seja do The Dalton School.
— Ué, será que eu errei o horário? Que esquisito, eu jurava que era pra chegar às 08:00... E pra piorar, minha internet não está funcionando, o jeito é esperar o resto aparecer mesmo
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Além das Horas
RomanceDizem que Lily está fadada ao sucesso, de família abastada, filha única com atenção para si e muito estudiosa, além de ser muito comunicativa. Entretanto entre os desafios do vestibular e as emoções da adolescência, a jovem Lily precisa equilibrar o...