Packing it up | tayvis

Capítulo um - You were the crash, and now I break

Nota da autora:

Oi, amores!!!

Finalmente, aqui está o primeiro capítulo, que já estava guardadinho enquanto sigo escrevendo Intertwined Destinations. Inclusive, vou dar uma pausa breve nas postagens de Intertwined para preparar alguns capítulos adiantados e, assim, poder compartilhar com vocês em intervalos menores que o habitual.

Estou super ansiosa para saber o que acharam deste capítulo e ouvir suas apostas sobre o que vai acontecer ao longo da história.

Boa leitura!

Com carinho,
gi❤️

Taylor Swift, point of view
Kansas City

Não foi o amor que me trouxe até aqui. Não, foi algo muito mais amargo, mais intenso e, ironicamente, mais revelador. Amar não significa, necessariamente, permanecer. Amar, às vezes, é partir. Foi o que fiz.

Há momentos na vida em que o tempo parece se congelar, deixando apenas o peso das escolhas que já foram feitas e as cicatrizes que essas decisões carregam. Kansas City não era meu destino sonhado, mas tornou-se o meu refúgio. Um abrigo distante das promessas quebradas e dos corações partidos que deixei para trás. Não foi um conto de fadas que me trouxe até aqui. A verdade é que jamais existiram contos de fadas, apenas uma realidade crua, onde o amor é um campo de batalha — e eu perdi.

Mas antes de chegar até esse ponto, de me ver perdida nas ruas desta cidade desconhecida, eu fui outra pessoa. Alguém que acreditava em finais felizes. Alguém que viveu uma infância protegida pelas colinas tranquilas de Nashville, onde cada manhã era abraçada pelo aroma do café fresco e pelas vozes calorosas de uma família que sempre parecia estar em harmonia. Minha mãe, Andrea, era o coração de nossa casa; meu pai, Scott, a rocha sobre a qual nos apoiávamos. E Austin, meu irmão mais novo, sempre foi a luz que mantinha nossa família unida, com sua alegria inabalável e sua juventude exuberante.

Eu era o tipo de criança que gostava de agradar. Não porque me sentia obrigada, mas porque acreditava que era a maneira certa de existir no mundo — ser aquela que cuida, que organiza, que mantém tudo em seu lugar. Eu me destacava nos estudos, não por uma competição silenciosa com os outros, mas porque aquilo era a única forma de controle que eu conhecia. As notas eram o meu refúgio, o meu escudo contra as incertezas. Nunca abaixo de um B, sempre buscando a perfeição. E mesmo quando não estava imersa nos livros, eu procurava ajudar meus pais com a casa, cuidar de Austin, como se, ao fazer isso, pudesse garantir que o caos jamais tocaria nossa vida.

Mas o caos não pede permissão. Ele simplesmente entra.

Conheci Joe Alwyn quando tinha 24 anos, recém-formada em Direito e pronta para abraçar o mundo, cheia de sonhos e expectativas que se desfaziam lentamente nas mãos do destino. Ele apareceu como um cavaleiro reluzente, com promessas que brilhavam como ouro. "Venha para Londres," ele dissera, "você e eu podemos conquistar o mundo juntos." E eu, tão ávida por acreditar que aquela era a minha história de amor, fui.

Ah, como o amor pode ser cego e ingênuo. Joe falava de conquistas, de planos futuros, de um casamento que nunca chegava. E, durante um ano e meio, vivi numa miragem, sustentando não apenas as finanças da nossa vida, mas também alimentando as mentiras que ele construía, inseguranças e o medo que me causava. Eu pagava pelas nossas noites fora, pelas viagens, pelos luxos que ele jamais poderia pagar. Enquanto isso, ele me encantava com palavras vazias, fugindo de qualquer conversa que envolvesse compromisso. E eu, cega pela ilusão, ignorava os sinais.

Tudo mudou no dia em que entrei no apartamento após um longo dia de trabalho. A cena era um clichê patético de infidelidade. Roupas espalhadas pelo chão, perfumes que não eram meus e, ao seguir o rastro de destruição, lá estava ele, o homem que um dia prometeu ser meu futuro, na cama com outra mulher. Engraçado como a dor pode silenciar o corpo. Não chorei. Não gritei. Apenas arrumei minhas coisas. Cada peça de roupa que eu dobrava representava o fim de algo que eu nem sabia que ainda mantinha esperanças de salvar.