15 de janeiro. 2019
Minhas botas altas ecoam pelo corredor, cada passo um lembrete do que está por vir. O som do salto batendo no chão é quase ensurdecedor, mas eu sei que não tem volta. A sala do chefe se aproxima, e meu coração acelera a cada passo. O que ele vai me mandar fazer desta vez? Eu não faço ideia, mas a expectativa me deixa intrigada.Já estou acostumada com as suas missões e ordens.
Quando chego à porta, respiro fundo e a empurro A sala é ampla e escura, com uma atmosfera pesada que me envolveu imediatamente. Dentro, dois homens grandes estavam de pé ao lado de uma mesa cheia de equipamentos e câmeras. Eles trocam olhares entre si antes de voltarem a olhar para mim. Um deles fala algo em um aparelho preso à blusa, sua voz grave ecoando na sala vazia.
— Pode entrar — disse ele com um gesto brusco.
Com o coração na garganta, entro na sala. O cheiro de cigarro e couro impregna o ar, e eu me sento como se estivesse entrando em um território desconhecido. Na mesa ao fundo, meu chefe está sentado de costas para mim. Ele é imponente, forte e careca, com uma tatuagem de Jesus Cristo em sua cabeça brilhando sob a luz fraca. Uma cicatriz corta seu rosto perto do olho esquerdo, um lembrete de batalhas passadas.
Ele virasse lentamente, e meus olhos se encontraram com os dele. São azuis gélidos e penetrantes, quase hipnotizantes, e seus dentes de ouro ficam expostos quando ele sorri — ou seria um sorriso? O que quer que fosse, não parecia promissor.
— Você sabe por que está aqui? — sua voz profunda reverberou pela sala.
Eu balancei a cabeça lentamente.— Preciso que você vá até o galpão — ele continuou, sem perder o olhar penetrante — e execute três homens armados. E traga de volta o pacote importante que eles roubaram.
Meu estômago se revirou ao ouvir suas palavras. Uma parte de mim queria protestar, mas outra sabia que não havia espaço para dúvidas ou hesitações. Eu assenti devagar, tentando ignorar a adrenalina pulsando nas minhas veias.
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Depois de ouvir a missão, eu sei que preciso me preparar. Pego várias armas de dentro do armário — pistolas, facas e uma submetralhadora. A adrenalina já não é novidade para mim, afinal, eu estou nessa vida há três anos. As situações perigosas já se tornaram parte do meu cotidiano, e cada missão me deixava mais forte, mais confiante.
Saiu da sala do chefe e vou em direção ao meu carro. É um modelo velho, mas surpreendentemente veloz. O motor roncou quando liguei a ignição, e eu sorri levemente. O caminho até o galpão era repleto de lembranças — cada uma delas me lembrava do que estava em jogo.
Estou usando uma máscara preta cobrindo meu rosto até o nariz e deixando apenas meus olhos expostos,
Junto a um casaco apertado, abraçando meu corpo como uma segunda pele e uma calça jeans preta também apertada, junto as botas de salto.
eu me sentopronta para o que vier. Meu cabelo loiro,quase branco caí solto sobre meus ombros, contrastando com a escuridão da máscara e do casaco ajustado que vestia. O casaco preto colado ao corpo acentuava minhas curvas, e na minha calça tem vários bolsos estratégicos onde eu escondia facas e armas menores.Assim que chego nas proximidades do galpão, estaciono o carro bem distante, em um lugar onde não pode ser visto. Saí do veículo e comecei a caminhar em direção ao alvo, as botas fazendo o som característico no chão irregular. O galpão se erguia à minha frente como uma fortaleza inimiga, com paredes marcadas por tiros e carros abandonados espalhados pelo terreno.