Prólogo

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"Nothin' about you is typicalNothin' about you's predictableYou got me all twisted and confused(It's so new)""Unusual You" — Britney Spears.

O som dos motores do carro assustou a todos os presentes naquela noite.

Não que fosse algo incomum de se acontecer, afinal de contas, em uma sociedade onde todos tinham superpoderes e o heroísmo era considerado uma profissão, era óbvio que situações consideradas como de filmes de ação aconteciam quase que a todo momento.

O som da buzina soava alto, o carro preto fazia de tudo para passar na frente de todos os outros motoristas que buscavam se proteger; afinal eram civis que estavam acabando de sair de mais um dia de trabalho e tudo o que queriam era descansar, todavia o vilão não parecia ligar nem um pouco para o conforto ou o cansaço das pessoas.

Não somente um vilão, na verdade, parecia um tipo de grupo, pelo menos era isso que se passou rapidamente na cabeça da jovem heroína. Assim que viu o carro passar rapidamente na frente dela e o som das buzinas aumentar cada vez mais pela avenida da cidade noturna, sentiu seu corpo se mover rapidamente para subir na moto com cores semelhantes a seu uniforme heroico, rosa e branco. Ainda que ninguém tivesse informado nada a respeito e se era de fato um crime que estava ocorrendo naquele momento, sua reação foi instantânea de pisar no acelerador para se mover rapidamente pelas vias cheias de carros e motos iniciando uma perseguição.

"Está a mantendo bem amarrada?" Um dos homens dentro do carro perguntou, em seguida de escutar o resmungo de uma garota de cabelos castanhos que tentava se mover, ainda que estivesse presa pelo braço do ladrão que estava sentada ao lado dela.

"Sim, chefe! Vai ver, vamos conseguir uma grana boa com essa menina aqui já que ela é filha de um deputado!" respondeu apertando mais a menina em seu braço, o que a fez resmungar mais.

"Vai dar tudo certo, irmãozão! Vai ver, vamos conseguir a grana e nos tornaremos como o novo All for One e..." o ladrão, que estava dirigindo, falou com animação e expectativas em seu tom de voz, todavia parou um pouco quando olhou para o retrovisor do carro.

"Irmãozão..." o homem à sua esquerda respondeu.

"Merda, eu vi! Heróis estúpidos! Eles não cansam não?" o motorista disse acelerando o carro, o que deixou a menina mais nervosa, olhando para trás rapidamente e reconhecendo aquela moto que estava um pouco afastada do carro e ficando surpresa.

As luzes da cidade passavam como borrões de néon enquanto a heroína acelerava pela avenida cada vez mais para poder alcançar o carro desgovernado e aliviar a situação dos outros motoristas que não paravam de buzinar ou se moverem para não serem atropelados. O ronco potente da moto ecoava pelas ruas enquanto ela inclinava o corpo, desviando de carros e obstáculos, buscando uma forma de acelerar mais e impedir que algo pior acontecesse. O vento soprava forte em seu rosto, coberto pelo capacete branco com detalhes em rosa e com duas "orelhas" que funcionam como seu comunicador e rádio para contato direto com sua agência e a polícia.

"Heroína Uravity, eles estão indo em direção ao túnel com uma vítima dentro do carro, não os perca! Te encontraremos no fim do túnel!" escutou rapidamente uma voz masculina lhe informar seriamente, todavia seus olhos e concentração estavam completamente focados no alvo à frente – um carro preto, com vidros escurecidos, ziguezagueando no tráfego para escapar.

Uraraka cerrou os dentes, tamanha tensão que começou a sentir.

"Quer a gente, heroína? Vai ter que entrar nessa!" o motorista respondeu sozinho, desafiador.

O túnel era estreito e a visibilidade seria quase zero por conta das luzes que piscavam em intervalos regulares dentro do local parcialmente fechado, criando sombras que dançavam ao redor e dificultavam sua visão. Ela sabia que aquilo tornaria a perseguição ainda mais perigosa.

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