Dedos percorriam a faixa amarela. A casa isolada através da fita policial exalava peculiaridade. Sua madeira parecia firme, apesar de os anos tê-la feito ser escondida através de teias de aranhas, matagais e poeiras. Sete pares de olhos observavam-na. Nem todos continham curiosidade.Mas um em específico brilhava em êxtase:finalmente invadiria a casa lendária.
Josh firmou seus dedos e ergueu a fita, transpassando o isolamento. Seu sorriso ia de ponta a ponta, exibindo suas pérolas brancas e covinhas. Seu cabelo loiro encaracolado caía-lhe em seus ombros, destacando-se por suas vestes completamente pretas.
Seus olhos verdes analisavam cada canto da casa. De seus degraus desgastados, das janelas com vidro quadrado e embaçado por conta do pó. Mas seu corpo ia em direção à entrada. Sua mão tremeu ligeiramente na maçaneta, porém continuou e empurrou a porta emperrada.
Uma onda de tosse tomou-lhe o corpo e seu braço serviu de proteção para seu nariz e boca. Seus amigos aguardavam seu chamado, ansiosos para explorar o local. Usando a outra mão para arrancar as teias acumuladas, Josh começou a percorrer o local com os outros. Acostumando-se com a poeira, baixou o braço e sorriu.
- Entrem, esse lugar está horroroso.
Amanda, Leonardo, Brenda, Johnny, Thomás e Pedro entraram um a um na casa. Seus rostos contorciam-se com o odor exalado, cobriram seus narizes com seus braços e vasculharam pela casa.
Um casal isolava-se para trás. Não queriam ir, mas, forçados pela pressão dos amigos, acabaram engatando-se nessa aventura. Amanda e Leonardo olhavam para tudo com um grande tédio. A verdade é que não acreditavam em rituais demoníacos, bruxaria, maldição etc.
Josh liderava a exploração, seus olhos verdes brilhavam de contentamento. Ele havia lido todos os contos e lendas a respeito daquela casa e isso instigava sua curiosidade. Apesar de haver apenas velharias por onde olhava, não desistia de caçar algo valioso.
Ao chegar em um dos quartos, deparou-se com algo macabro. Manchas de sangue estavam esparramadas pelas paredes, chão e porta. No canto do quarto, havia uma cama imunda. Poça de sangue granulado e podre estava pulsando odores repulsivos, mas isso apenas intrigava Josh a continuar.
Seus dedos percorriam a mancha fétida, mas jamais tocavam a superfície. Seu celular apontava para a imundice, e o flash aparecia quando tirava fotos.
- Pessoal, venham ver isso aqui.
Sua voz mesclava entre empolgação, asco e divertimento. Seu sorriso ficou maior ainda quando reparou no teto: logo acima da cama havia um pentagrama, pintado em vermelho, com runas antigas circulando ao redor. Apesar do ar estar intragável,o sorriso não saía de seus lábios carnudos.
Um por um entrava no quarto, e todos se sentiam enjoados com a cena diante de seus olhos.
-Puta merda, essa porra foi real. - Amanda dizia, sua feição explanava o nojo que sentia.
Branda e Johnny saíram às pressas, vomitando cada um em um canto da casa. Os demais apenas usavam os braços como máscaras e olhavam a cena com atenção. Alguns tremiam ao pensar nos horrores ali passados. Outros só queriam ir embora.
Único realizador era Josh, que nem sequer disfarçava sua admiração pelo macabro. Seu celular registrava cada canto da cena, salvando inúmeras fotos da chacina. Seus pés davam pequenos pulos, fazendo com que uma camada de poeira subisse em direção ao seu coturno lustrado.
-Já chega, Josh. Você já viu o que queria, agora vamos voltar. - Thomas disse, tocando-lhe o cotovelo.
-Está bem, mas primeiro quero ver se há algum porão.
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OBSCURUM
HorrorO que você sentiria ao saber que havia uma casa lendária próxima de você? Ficaria feliz em saber que ali houve algo macabro? Ou teria repulsa? Sete amigos instigados pela curiosidade, foram de encontro ao desconhecido. O que haveria de tão impressi...