O1 - 2004 - AKEMI.

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Epílogo.

- O que aconteceu com você para se tornar isso... - ela não escondia o nojo em suas palavras. Forço uma expressão de mágoa em meu rosto. - O que levou você a matar várias pessoas em nome dessa sua justificativa distorcida.

Meus olhos são atraídos para baixo como se eu fosse capaz de buscar minhas memórias diretamente do inferno. De certa forma, este pensamento não está totalmente errado, as pessoas que influenciaram minha história estão lá.

Capítulo Um
2004

Minha mãe sempre dizia que eu era um milagre, já que, todas diziam a ela que eu não ia sobreviver por ter nascido prematura demais. Levada a isso, Elizabeth Grance, me deu o nome de Akemi Louise Grance. É bem óbvio que invés de receber glória de Deus, eu recebi bullying.

Meu pai, apesar de ter vindo de uma família devota a esse deus, foi incapaz de assumir a responsabilidade de ser um pai para mim. A única coisa que ele foi capaz de fazer foi me dar o sobrenome dele e uma pensão todo mês. Claro, ele faria isso se minha mãe prometesse não procurar ela.

Então, essa sou eu, Akemi Louise Grance.

A família do meu pai tinha descendência de japonês, coreano ou algo assim. São todos iguais para mim. O fato é que, na escola, os garotos sempre pegavam no meu pé por ter olhos puxados.

Eu cresci no interior de Milton, em uma cidade pequena onde o sonho de ser algo era nulo. A cidade era tão pequena, os cérebros dos moradores diminuíram para não ocupar espaço. E o mais irônico, a cidade de chamava Esperança.

A única figura paterna que tive foi meu avô, Joseph Grace, ele era dono de uma pequena fazenda e nossa renda financeira, além da minha pensão, vinha da plantação de uva. Meu avô vendia para uma empresa de vinho.

A casa da família Grace era grande para que acomodasse todo mundo. Eu dividia a casa com meus avós maternos, Joseph e Mary Grace, minha mãe, Elizabeth Grace, meus tios, Danny e Robert, e seus filhos, Daniel, Cassiano e Sally.

Eu era filha única até minha mãe conhecer um homem que passava pela cidade. Gilbert Martins, ela acabou engravidando e se mudando para outra cidade. E como o cérebro da minha mãe também havia diminuído, ela se mudou para outro interior, Jucyville. Meu irmão, Joseph Gilbert Grance Martins, nasceu quando eu tinha nove anos.

Eu sempre gosto de dizer que desde que pequena eu causava sentimentos corporais sem pessoas, principalmente em homens. Atualmente, tenho 25 anos, minhas experiências sexuais começaram aos 4 anos. Ou seja, eu sei o que fazer e como fazer. Apesar de que, tenho preferência por mulheres.

Não tenho uma ligação forte com minha família desde sempre, posso dizer com total certeza que meus relacionamentos sempre foram baseados em puro status social, sejam eles, familiares, amigos e relacionamento. Meu ciclo de amizade era pequeno - por minha preferência. Meus relacionamentos amorosos eram baseados em querer manipular ou ter um território. Sobre amar as garotas que já passaram por minha vida.

É algo estranho de explicar, eu gostava de todas e me empenhava para ser humanamente amorosa, entretanto, existia um lado que não me permitia ser totalmente...legal. Como posso explicar? Havia uma necessidade de querer controlar elas e desejar que o seu mundo se tornasse eu. E quando isso não era alcançado, o desejo de matá-las crescia em minha alma.

Profissionalmente, minha vida não era algo fácil. A ideia de ter alguém mandando em mim, principalmente um homem, era irritante e fazia-me desejar esquartejar todos também. Apenas um único emprego me deixou feliz. Eu me mudei para uma uma cidade 'grande' aos dezoito, e quando tinha 23 anos, achei o emprego ideal.

Livraria!!!

A senhorita-Matheus era agradável e me deixava a maior parte do tempo com cuidado da loja com ajuda da minha ex-namorada favorita, Nanda Gilbert. Havia muitos Gilbert em minha vida, mas ela é a única que não me causa pensamentos que me levariam para a prisão, não na maioria das vezes. Havia sua irmã também, que vinha para loja de tarde após suas aulas. A relação das duas era irritantemente adorável e me causava um questionamento.

" Era assim que minha relação seria se eu amasse meu irmão? "

Então, voltamos para a pergunta de um milhão: "O que aconteceu com você para se tornar isso..."

Isso? O que seria isso?

Para tornar minhas palavras mais bonitas. Eu tenho um hobbie de brincar de caçadora. A cidade é minha floresta e os animais são as pessoas que têm a alma consumida por algum pecado. É como se eu fosse um justiça, só que mais eficaz.

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