Era uma vez, em uma terra distante, uma mansão isolada que se erguia majestosa entre as árvores antigas, onde seu morador, um jovem herdeiro, havia recebido as terras de seu pai. Ele cresceu cercado de luxos e regalias, mergulhando em um mundo de festas grandiosas e sorrisos superficiais, que alimentaram sua arrogância. A mansão, rodeada com flores coloridas e esplendor, era famosa em toda a região, e até mesmo os povoados distantes sussurravam sobre as maravilhas do lugar, onde orquestras encantavam os convidados e dançarinas em vestidos de seda dançavam sob a luz da lua.
Certa noite, durante uma das grandiosas celebrações, uma figura misteriosa adentrou os portões da mansão. Era uma mulher conhecida como a bruxa da floresta, temida por todos. Barrada na entrada por guardas imponentes, ela não se deixou intimidar, com um olhar sereno, pediu para entregar um presente ao herdeiro: uma simples rosa vermelha.
Os guardas, em sua tola presunção, riram dela, mas sua mensagem chegou ao jovem. Intrigado, ele decidiu conhecê-la. Ao vê-la, percebeu que sua aparência era muito diferente das elegantes damas que frequentavam sua mansão. Vestida de maneira simples, a mulher carregava uma aura misteriosa que desafiava a superficialidade do mundo do herdeiro.
Os convidados murmuraram, achando-o tolo por sequer considerar aceitar um presente daquela mulher. Mas, preso à sua vaidade, ele foi rude, lançando a rosa a metros de distância e expulsando-a de suas terras, ordenando que nunca mais voltasse. A mulher, serena diante de sua arrogância, sorriu levemente, mas antes de desaparecer, mencionou novamente que a rosa simbolizaria seu sacrificio e amor.
Naquela noite, uma tempestade mágica se abateu sobre a mansão. Ventos uivantes abriram portas e janelas, e uma densa neblina começou a envolver o lugar. O herdeiro, que dormia em sua cama de seda, acordou com um grito aterrorizado ao ver a bruxa em sua forma mais horrenda, lançando sobre ele um feitiço poderoso.
Ele foi amaldiçoado por ter um coração de pedra, condenado a viver como uma criatura das sombras. Somente à luz da lua ele poderia encontrar abrigo, enquanto a luz do dia o levaria à morte. Para escapar de sua triste sorte, ele precisaria aprender enxergas as coisas como elas realmente são, lutando contra sua própria natureza, que o impulsionava a se alimentar dos humanos que ousarem visitar suas terras.
A mansão, agora escondida sob a neblina espessa e as árvores imensas, tornou-se uma prisão para o jovem e seus empregados, que, assim como ele, haviam aprendido a ser rudes e desprezíveis. E assim, todos eles foram condenados pela bruxa.
O rapaz ao contemplar sua nova face mostruosa, suplicou a mulher por misericórdia, implorando para que ela pudesse quebrar sua maldição. Ela, com um olhar que transbordava sabedoria, apareceu diante dele, trazendo a rosa vermelha, agora transformada em uma rosa preta, suas pétalas murchas simbolizando a fase sombria do novo homem que ele se tornara.
Sem compreender o significado profundo daquela transformação, o jovem a questionou. A bruxa lhe revelou que, para quebrar a maldição, alguém deveria amá-lo verdadeiramente em sua forma mais horrenda. Se isso acontecesse, a rosa voltaria a ser vermelha, trazendo consigo a luz da redenção.
E assim, o jovem herdeiro permaneceu aprisionado em sua mansão, aguardando silenciosamente a vinda da pessoa que o amaria de verdade, a única que poderia quebrar sua maldição e libertá-lo das sombras em que se tornara. Até os dias de hoje, ele vive na esperança, perdido em seus pensamentos, sonhando com o amor que poderá um dia libertá-lo.
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O Conto da Bela e a Fera
FantasyBela, uma jovem corajosa e sonhadora, encontra abrigo na mansão isolada de um enigmático vampiro conhecido como Fera. Enquanto uma tempestade a força a permanecer, Bela é atraída pela beleza sombria do local e pela intrigante história por trás da fi...