Confident | jjk + pjm

Capítulo Único

Park Jimin

Há dias em que saímos da cama para cometer erros, assim como há dias em que o nosso erro é justamente sair da cama. Hoje foi esse dia para mim. Eu, Park Jimin, sou a pessoa mais otimista que você irá encontrar, mas hoje a simples presença daquele energúmeno foi o suficiente para tirar de mim todas as energias boas que eu normalmente transmitia aos outros.

Pensei que aceitar fazer parte de um filme só me traria coisas boas, como reconhecimento e muito aprendizado, mas já no meu primeiro dia percebi que também me traria muita dor de cabeça.

Eu ouvi falar de Jeon Jungkook, afinal sua fama é extremamente notável, mas não pensava que sua personalidade fosse ser tão horrível quanto eu escutava das pessoas. Não imaginei que ele fosse ser tão rude, mesquinho, egoísta e prepotente. Ah, qual é, ele canta pelo mundo. Isso é motivo para se achar tanto assim?

Também sou famoso, um dos modelos mais conhecidos que existe, nem por isso tenho a personalidade como a dele. Pelo contrário, a minha personalidade é quase a de um anjo, como meus assistentes gostam de dizer. Nunca destratei ninguém que desejasse uma foto comigo, nem neguei uma conversa com quem diz me admirar. São por essas pessoas que meu trabalho é reconhecido, por qual motivo eu seria um completo idiota com elas?

Isso trata-se apenas de educação. E bom senso.

Duas coisas que Jungkook me mostrou não ter.

Quando trocamos uma primeira palavra, eu disse que era um prazer conhecê-lo e ele disse que prazer era só na cama dele e que eu estava convidado a descobrir. Já começamos com o pé errado, não é mesmo? Eu tentei, juro que tentei ser educado com ele.

Por isso eu o respondia sem aquele tom frio em minhas palavras, não o dava respostas curtas e não o respondia só o necessário. Daria para manter uma conversa. Como eu disse: daria. Mas não deu pelo simples fato de a todo instante ele querer dizer coisas de duplo sentido para mim como se eu estivesse totalmente interessado em seu corpo.

Teve um momento onde me virei para ele e pedi para que parasse, afinal eu não estava interessado nele ou no que ele tinha a me oferecer. Estava ali para trabalhar com Jungkook. Se tivesse que beijá-lo no filme, e de fato eu tinha, tudo bem, faria sem reclamar. Entretanto, seria apenas nas gravações.

Não haveria nenhum ensaio fora dali, se é que me entendem. Não queria abrir nenhuma brecha para ele tentar algo comigo. Qual a dificuldade dele de entender que eu não estava afim? Se depois de mil e quinhentos foras ele ainda não entendia, a culpa já não era mais minha.

Aliás, desde o início ela não era minha, e sim dele por insistir.

Enquanto líamos o roteiro, percebi que eu interpretaria um fã obcecado por Jungkook. Pensei que o filme trataria sobre a vida real dele, mas é uma obra fictícia e nada mais. Eu teria que beijá-lo diversas vezes, pois o trato entre os dois para eu parar de persegui-lo seria uma noite de sexo. Uma noite, que se tornaria muitas. Então, obviamente, eu ficaria quase sem roupa agarrado nele.

Jungkook sugeriu que fizéssemos algo quase explícito e esse foi o momento em que me alterei e disse em um tom extremamente sério que ele contratou um modelo, não um ator pornô. Aceitei fazer o filme porque sempre quis atuar, não porque queria transar com ele na frente das câmeras. Foi o suficiente para calá-lo naquele momento, mas seu silêncio não durou muito.

E assim passou a tarde. E foi tão estressante, que agora estou em um bar mais afastado da cidade tomando um whisky enquanto tento me acalmar. Não sou de beber e não tomarei nenhuma gota de álcool além do que está nesse copo, mas algumas vezes preciso de uma boa dose de whisky para parar de pensar nos absurdos que sou obrigado a escutar.