estrela cadente

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   S/N estava deitada no chão frio da sacada do décimo nono andar do apartamento, observando as estrelas, uma a uma, como se pudesse encontrar algum consolo ali. “Como podem ser tão grandes e parecerem tão pequenas?”, pensava, perdida em suas dúvidas. Então, uma luz cruzou o céu — uma estrela cadente. Sem hesitar, S/N fez um pedido e, em seguida, riu de si mesma, sabendo que era apenas um meteorito caindo. Mais uma vez, deixava-se envolver por crendices tolas. Com um suspiro cansado, ela se levantou, foi até o banho e, por fim, deixou-se levar pelo sono.

   Do outro lado de Tóquio Izana caminhava sozinho por uma praça, o olhar vagando pelo reflexo da lua na fonte e pelas sombras das árvores, sem se fixar em nada. Aquele vazio lhe parecia familiar, preenchendo-o mais do que qualquer coisa ao seu redor. Mas então, algo no céu chamou sua atenção: uma estrela cadente. Ele se lembrou das palavras de seu irmão mais velho, Shinichiro: “Ver uma estrela cadente é um sinal de sorte. Faça um pedido, e ele se realizará.” Por um instante, Izana hesitou, mas acabou fazendo um pedido, acompanhando a luz da estrela até que ela desaparecesse no horizonte.

   {No dia seguinte}

   S/N acordou cedo, como de costume, e se arrumou para ir ao colégio. Estava no último ano, e, apesar de tudo o que havia acontecido em sua vida, o tempo parecia sempre arrastar-se, tornando cada dia mais monótono. As aulas eram cansativas, o conteúdo repetitivo; ela já sabia tudo aquilo. Os minutos se alongavam como horas, e o barulho dos lápis e canetas escrevendo parecia apenas amplificar a sensação de vazio. Não demorou muito para que a sala começasse a girar. S/N pediu licença à professora e saiu antes que sua cabeça explodisse com tudo aquilo.

   Enquanto caminhava de volta para casa, seu olhar vagou pelo alto de um prédio. Algo, ou alguém, chamou sua atenção: um garoto solitário, equilibrando-se perigosamente na borda. O coração dela disparou. Ele parecia… prestes a pular? O que faria? Deveria intervir? Uma parte dela dizia que aquilo não era da sua conta, que todos tinham o direito de decidir seu destino. Mas outra parte, mais profunda, não conseguia ignorar a ideia de fazer algo.

   Em meio ao conflito interno, seus pés já estavam se movendo sozinhos. Ela correu para dentro do prédio, subindo as escadas sem sequer pensar. Seu coração batia mais forte a cada degrau, suas mãos suavam. Ao alcançar a cobertura, ela se moveu com cuidado, prendendo até mesmo a respiração para não assustá-lo. Quando se aproximou o suficiente, sem hesitar, o agarrou e puxou para trás, afastando-o da borda.

   Por um segundo, ficaram em silêncio, ambos respirando pesadamente. S/N segurava o garoto firme, sentindo as batidas do próprio coração em suas mãos trêmulas, enquanto tentava processar o que acabara de fazer.

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⏰ Última atualização: Oct 27 ⏰

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Meu eterno Kurokawa (S/N x Izana kurokawa)Onde histórias criam vida. Descubra agora