Sábado

17 3 0
                                    

Hoje tive meu desejo de todas as noites atendido e acordei com a felicidade de ter sonhado com você.

Na maioria das vezes em que você ilumina meus sonhos com sua presença, você me oferece seu habitual sorriso tímido, às vezes repreendedor, que consterna seu rosto sem, por nenhum segundo, torná-lo menos encantador, especialmente quando tenho um comportamento que Khun Pin reprovaria. Nas graças do sonho, esses comportamentos podem assumir formas fantasiosas, como um voo sem asas, em que te elevo do chão e pairamos sobre as nuvens, ou mesmo um talento instantâneo que adquiri para tocar trompete e fazer uma serenata para você.

Porém, Khun Pin, permita-me advertir que o conteúdo do sonho desta noite pode lhe causar problemas, caso esta carta não seja lida com cautela, na privacidade do seu quarto. Por este motivo, este envelope foi enviado com um selo discretamente lacrado, diferente dos outros postais da semana, como você deve ter percebido e se perguntado o motivo.

Bem, eis o motivo. Não queria lhe causar quaisquer problemas, mesmo que a possibilidade seja remota, porém o simples pensamento de que você estaria lendo este conteúdo na privacidade do seu quarto me estimulou de uma maneira que não pude evitar minha ânsia de compartilhar o sonho da noite passada com você.

Diferente dos sonhos anteriores, este não teve uma base fantasiosa, embora eu fantasie em realizá-lo com você. Não, este teve uma base bem real e quase palpável, ao ponto de eu não conseguir evitar torná-lo físico ao acordar. Peço desculpas se te deixo tímida ao trazer essas informações, mas o fato é que ainda estou estimulada pela realidade do sonho, e a visão de seu rosto corando na minha imaginação me deixa ousada o suficiente para compartilhar. No momento, estou completamente dominada pela imaginação.

E, dessa forma, só consigo imaginar como você está vestida agora. Será que está lendo esta carta de pijama à noite? Ou talvez à tarde, com seu belo vestido rosa? No meu sonho, você usava aquele vestido rosa que uma vez usou daquela vez que nos enredamos nos bosques do Pine Palace e quase fomos pegas pela Prik. Perdão por trazer Prik para este contexto, só queria me assegurar de que você se lembrasse dessa memória que tantas vezes revivo antes de dormir, quando só posso imaginar estarmos fazendo as mesmas coisas que fizemos aquela tarde, para assim tentar aliviar um pouco da ânsia que tenho por você. Espero que essa memória seja tão boa para você quanto é para mim.

Continuando o sonho, você usava aquele vestido, mas estava tirando-o, se preparando para um banho. Não consegui identificar se era no palácio Lotus ou no Pine Palace, mas percebi a pequena banheira, pois eu te observava pela janela. Terei que pedir perdão pela segunda vez pelo comportamento reprovável da Anil do sonho. Mas você bem sabe que já me é difícil controlar as ações e pensamentos que tenho por você na realidade, quem dirá no subconsciente.

Esperando que tenha me perdoado, vou continuar com o sonho, pois a melhor parte está por vir.
Fui pega te encarando pela pequena janela, e, num susto, que resultou num impulso fisicamente impossível, mas perfeitamente plausível em um sonho, acabei caindo diretamente dentro da banheira, encharcando meu cabelo e minhas roupas. Khun Pin, você levou um susto tão grande que as mangas do seu vestido caíram pelos seus ombros, revelando o início do vale entre seus seios. Num segundo momento, você me repreendeu pedindo que eu saísse, mas no instante em que me levantei, com meu vestido ensopado, você me puxou, timidamente, alegando que eu não poderia sair assim. Disse então que me daria suas roupas.

Você já deve estar imaginando para onde a história se direciona, e suponho que tenha se acomodado em sua cama para continuar a leitura.
Aceitei de bom grado sua oferta, não com a intenção de receber roupas secas, mas com todas as intenções de observar você desvestindo-as.

Creio que o sonho não corresponda à maravilhosa realidade, mas talvez se aproxime, pois os arrepios que percorreram meu corpo enquanto via seus seios se revelarem para mim no sonho se mostraram muito reais na manhã seguinte.
O que veio a seguir, tenho a mais plena certeza, foi puro fruto dos meus desejos mais profundos, que meu inconsciente fez questão de realizar, uma vez liberado.

Khun Pin, pode fazer o favor de remontar com suas mãos os lugares pelos quais minha boca passeou ao longo de seu corpo? Eu já o fiz antes de escrever esta sequência, e nada me faria sentir mais próxima de realizar o sonho do que saber que você também o fez.

Como de costume, não tive a paciência de esperar que seu vestido fosse desfeito até a cintura, quando me adiantei ao belo vale entre seus seios. Não fui tão gentil, Khun Pin, quando agarrei um deles com a boca, mas você não demonstrou descontentamento no sonho, assim como, me remontam minhas lembranças, você também não o demonstraria na vida real. Demorei-me nessa função, como você bem sabe que gosto de fazer, estimulada pelos sons - e preciso fazer uma pausa para fechar os olhos com a lembrança - maravilhosos que sua boca produzia para mim.

Com impaciência, abaixei o resto de seu vestido pelas pernas, arrastando sem querer sua pequena roupa de baixo, cuja cor e textura estou tentando me lembrar enquanto trato de remontar os maiores detalhes possíveis, no entanto, uma vez que minha atenção estava totalmente voltada ao que me era exibido, isso se tornou impossível. Dessa forma, Khun Pin, imagine que a roupa de baixo em questão seja a mesma que você está usando agora. Posso pedir que a retire, para que a imersão neste sonho se torne tanto minha quanto sua?

Neste momento, sinto inveja de suas mãos, que podem estar sentindo na realidade o que em meu sonho eu senti ao tocar o que desejo há meses. No sonho, a sensação da umidade me trouxe a um delírio que se refletiu no meu próprio corpo, correspondendo ao que me era apresentado ali.

A vontade me consome, Khun Pin, e precisarei fazer uma pausa agora para aliviar o êxtase que não me permite mais escrever coerentemente.

A mesma vontade que me levou a essa pausa consumia a Anil do sonho, quando precisei liberar o seu belo seio da minha boca para arrastar-me por seu torso celestial. Como eu anseio pelo cheiro de sua pele, que hoje se confunde com o cheiro do tecido e da minha própria pele na fronha que você me confeccionou.

Não demorei muito em sua barriga, pois ansiava demais provar a umidade na qual minha mão se banhava. Separei seus joelhos para que eu pudesse me acomodar entre suas pernas (nós, magicamente, estávamos numa cama que surgiu dentro do banheiro, fico feliz que minha mente tenha construído o cenário oportuno) e então abaixei minha cabeça para saborear o fruto do meu desejo mais profundo. Já tentei descrever seu gosto uma vez, Khun Pin, mas fui detida por sua adorável timidez. Gostaria de aproveitar o escudo da distância para descrevê-lo melhor, mas a verdade é que não há gosto que se compare ao seu.

Sua mão está onde estava minha boca, Khun Pin? Irei imaginar que sim, e com isso espero que remonte o mesmo prazer que sentiu com a minha boca.
Só posso aguardar o dia em que transformaremos este sonho em realidade e esperar que a vida real se torne o próprio sonho.

Pois sei que, no momento em que estivermos juntas e eu puder te ter envolta em meus braços novamente, o tempo vai parar, e flutuaremos na eternidade do amor.
Parece que ouço você me repreendendo por ter "fala doce" logo após a atrevida narração do meu sonho.

Mas é assim que te amo, Khun Pin, com o mais doce amor e o mais ardente desejo, pois você desperta em mim todas as sensações mais profundas que um corpo ou coração humano podem sentir.

Tenha uma boa noite, ou um bom dia. Receba pelo vento um beijo em ambas as bochechas e nos lábios, como de costume, e um caloroso beijo em sua mão, a qual espero que esteja úmida.

Sua, e apenas sua,
Anil.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 27 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Carta ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora