Morte ou Humilhação?

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Antes do surgimento de Alfa, o arauto da destruição, o mundo era dividido por em seis nações, sendo a mais poderosa Falir, onde o rei se encontrava no momento. Com a declaração de guerra a todas as nações, elas formaram uma aliança contra Alfa e seu exército de criaturas. 

Criaturas que não eram humanas, por mais que parecessem; elas eram demônios invocados por ele para serem seus servos. Cada demônio possuía a força de duzentos homens e eram capazes de utilizar magia de sexto nível. Era um poder absurdo! Nem mesmo os mais de dez milhões de soldados envolvidos foram capazes de derrotar o exército de Alfa. Nesta guerra que durou alguns minutos, foram mortos 70% de toda a aliança e a outra parte de guerreiros que sobraram se renderam e viraram seus subordinados.

Como haviam muitas cidades e seis nações, Alfa resolveu não destituir seus líderes, contudo, eles respondiam diretamente a ele. Todas as nações estavam sob o seu domínio e elas foram rebaixadas a províncias, pois só haveria uma única nação.

 - O que faço agora? Eu pensei que fosse demorar mais para dominar o mundo.

Ninguém sabia ao certo de onde ele veio, mas sabia que não era deste mundo. Ele veio certo de que iria dominar o mundo, mas acreditava que seria um pouco mais demorado. Com sua vitórias vindo tão rapidamente, mesmo o fervor de beber o sangue do inimigo logo foi dissipado com o passar dos dias.

Ao fim da primeira semana, ele já não aguentava mais ficar naquele palácio e resolveu que sairia para passear pela cidade. Ele havia feito sua morada na antiga nação, agora província de Falir.

A cada passo para fora do palácio real adentrando a cidade, todos caiam aos seus pés temerosos por suas vidas. O comércio parava e parecia que até o vento cessava para ele passar; até mesmo a chuva tinha medo de cair sobre a cabeça de Alfa sem sua permissão. Ele era o rei, ele era o deus.

Ele queria observar e entender como o povo estava reagindo ao seu governo, mas sabia que todos ali iriam se curvar por medo, ninguém iria reclamar de nada que ele fizesse. Isso lhe incomodava, pois nunca verdadeiramente sabia o que os outros estavam pensando; e apesar de ser incrivelmente poderoso, ler mente não era uma de suas habilidades.

Incomodado, ele decidiu voltar para o palácio, fazendo todos respirarem aliviados por um breve momento.

Em seus aposentos, ele imaginava como fazer para descobrir o que as pessoas estavam pensando, então ordenou que uma de suas empregadas fosse até o seu quarto imediatamente.

- Aqui estou, majestade - disse ela, abaixando a cabeça em veneração.

Nenhum dos servos olhava em seus olhos, pois tinham medo de afrontá-lo e serem mortos, afinal ele mataria qualquer um sem remorso ou pena.

- Deite-se na cama - ordenou Alfa.

Ela se deitou imediatamente como ele ordenou.

- Tire suas roupas. Fique completamente nua.

Alfa queria testar até onde as pessoas iriam por medo. Até onde você iria por sua vida? Ele queria testar. Sendo assim, a empregada não hesitou em se despir por completo. Ela já imaginava o que estava por vir, mas zelava por sua vida e estava disposta a tudo para sobreviver.

- Abra suas pernas e braços na cama. Não se mexa.

Ele se sentou numa poltrona de frente para a cama e chamou por outra empregada que veio até ele imediatamente. Quando chegou se deparou com aquela cena e ficou em choque, mas logo que percebeu a cara de espanto que fez, a empregada se prostrou aos pés dele temendo por sua vida.

Aquilo o deixou bastante intrigado. Mesmo diante de situações absurdas as pessoas não tinham medo de se humilhar por suas vidas.

- Levante-se - ordenou Alfa. - Amarre-a na cama nesta posição.

 E assim como ordenado foi feito. Apesar de acreditar que seria abusada naquele momento, Alfa não queria fazer nada disso. Ele apenas queria testar quão baixo você iria pela sua vida.

- Você ficará aí o dia inteiro nesta posição e a outra irá cuidar de sua alimentação.

Assim ele saiu do seu próprio quarto e as deixou lá.

Ele tinha uma técnica mágica que lhe permitia visualizar em tempo real qualquer lugar do mundo onde ele já esteve com uma imagem nítida à sua frente. Então da sala do trono, ele ficava monitorando para ver se em algum momento elas iriam infringir suas ordens. Ele queria saber se mesmo sem alguém por perto para fiscalizar, elas ainda continuariam obedecendo suas ordens.

Sentado em seu trono, ele observava através de suas imagens em tempo real suas empregadas por uma hora e elas ainda permaneciam ali imóveis sem dizer palavra alguma. Percebendo que elas não o desobedeceriam, ele resolveu voltar para o quarto.

- Você - fitou a empregada que estava sentada, - me responda uma coisa, com toda a sua sinceridade ou morrerá. O que acha de mim? Se você não for sincera morrerá agora mesmo.

Engolindo a seco ela começou:

- Majestade, o senhor é um grande rei. Bonito, elegante e...

Antes mesmo que ela terminasse a frase ele a matou com apenas o dedo mindinho cortando sua garganta. A jovem que estava amarrada ficou aterrorizada com a cena que via, pois aquela que estava morta era sua grande amiga.

- Ela não foi sincera. Eu quero que você seja sincera - disse à outra garota que estava amarrada na cama. - Você tem ódio de mim por te deixar nesta situação?

Tão temerosa quanto a outra ela começou:

- Eu te odeio, mas não porquê eu estou nesta posição e sim porquê matou minha amiga.

Pela primeira vez ele sentiu sinceridade na fala daquela mulher, algo que lhe faltava naquele reino.

- Muito bem. Não lhe matarei hoje - ele cortou as cordas que a prendia na cama, - porém você ficará aqui no meu quarto pelada como está durante todo o dia. Isto é uma ordem.

Esta última ordem nem ele sabia porquê havia dado. Ainda assim, ele esperava que ela cumprisse.

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⏰ Última atualização: Oct 28 ⏰

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