02.

4.3K 391 295
                                        

TW: Este capítulo aborda temas sensíveis que podem ser perturbadores para alguns leitores, incluindo violência sexual e abuso. A narrativa explora a complexidade das emoções e as profundas consequências de situações extremas, comuns em histórias de dark romance. Reconheço a natureza delicada desses temas e ressalto a importância de priorizar seu bem-estar. Se esses tópicos lhe causarem desconforto, considere pular esta parte.
Agradeço pela compreensão e desejo uma boa leitura a todos!

 Agradeço pela compreensão e desejo uma boa leitura a todos!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

☼ ☽ ༄

                            A Marca do Dragão.

                                     Visenya.

     O som abafado de conversas e risadas ecoava pelas paredes do bordel enquanto Visenya se preparava para mais uma noite de trabalho.

     O quarto apertado e sem janelas onde ela se arrumava estava iluminado apenas pela chama bruxuleante de uma vela, que lançava sombras dançantes sobre as paredes de pedra.

     Diante do espelho manchado, ela ajeitava os cabelos prateados com dedos hesitantes, os fios sedosos caindo como um véu reluzente ao redor de seu rosto.

     Havia algo diferente naquela noite, uma inquietação crescente que ela não conseguia ignorar. Ao lado do espelho, em cima de uma pequena mesa de madeira marcada pelo tempo, repousava a velha caixa de madeira de Maris.

     Visenya abriu a tampa com cuidado, revelando o colar de aço valiriano. O metal escuro e polido reluzia sob a luz tremeluzente, como se esperasse por aquele momento havia muito tempo. Ela nunca tivera coragem de usá-lo; a peça sempre carregara um peso simbólico que Visenya não conseguia explicar.

     Era um fragmento de um passado perdido, uma memória envolta em mistério. Porém, naquele instante, sentiu um impulso que não pôde conter. Havia um chamado silencioso vindo do colar, como se estivesse destinada a estar ao redor de seu pescoço.

     Ela o segurou com cuidado, sentindo o frio do metal contra a pele enquanto o passava ao redor do pescoço, abotoando-o e deixando que repousasse no lugar. A corrente era pesada e o pingente pousava sobre seu peito, como um lembrete de algo que ela não conseguia alcançar.

     Visenya se olhou no espelho e, por um momento, não viu a menina sem passado que sempre conhecera, mas alguém diferente. Havia uma altivez em seu reflexo que nunca havia percebido antes, como se algo dentro dela tivesse despertado, uma força adormecida há muito tempo.

     O colar parecia reivindicar mais do que seu pescoço; parecia reivindicar a própria essência de Visenya, como se a peça não fosse apenas um adorno, mas um símbolo de algo perdido e esquecido. Seu olhar lilás encontrou o próprio no espelho, e, pela primeira vez, ela se sentiu mais do que uma órfã criada nas sombras do bordel.

𝗕𝗟𝗢𝗢𝗗𝗟𝗜𝗡𝗘 ⋆ 𝐡𝐨𝐭𝐝Onde histórias criam vida. Descubra agora