Capítulo 7. Meia-noite

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"Haa... estou morrendo..."

Assim que cheguei em casa, desabei de bruços na cama e só movi meus globos oculares para olhar pela janela. Sem exagero, não consegui mover um único dedo.

"Bastardo louco. Bastardo cruel..."

Já era noite escura como breu.

Aquele Johann que me fez correr até esta hora era realmente alguém que não poderia ser chamado de humano.

Como ele pode agir de forma tão cruel com um rosto sorridente?

Um cara sem um pingo de empatia. Um bastardo pervertido que fica excitado ao ver os outros sofrerem.

Murmurei as maldições que havia engolido o dia todo como uma louca.

Achei que seria tratada com carinho, já que purificadores são raros, mesmo que isso significasse morrer... nunca imaginei que a realidade seria tão dura...

Bem.

Se você pensar um pouco, foi um princípio natural.

Quão forte seria um herói que é reverenciado pelas pessoas? E por quantas provações e tribulações ele teria passado para se tornar tão forte?

Então esse treinamento com sacos de areia era a entrada para esse caminho difícil.

Caramba!

Eu não queria viver tão diligentemente!

Mas, por enquanto, não tive escolha a não ser fazer o que me foi dito.

Eu estava muito fraca agora para ficar na linha de frente da guerra. Honestamente, os ghouls que Seraphina enfrentou em minhas memórias não pareciam tão assustadores, mas de qualquer forma, eu não conseguia imaginar como seria ficar na linha de frente.

É verdade que preciso desenvolver muita resistência.

'Ainda assim, prefiro que treinem a minha purificação...'

Até eu ir ao palácio imperial hoje, eu não tinha ideia de que um treinamento físico tão infernal estava me esperando. Sem mencionar que amanhã eu tinha que acordar ainda mais cedo e correr para o palácio.

E se eu não conseguir levantar amanhã...

Certamente eles não vão me executar...

Ah, tanto faz.

'Estou correndo no sol escaldante desde o meio-dia, então estou com cheiro...'

Em meio a tudo isso, pensei que deveria tomar um banho.

Minha mente queria levantar e ir ao banheiro, mas meu corpo não se movia nem um centímetro, como um algodão encharcado. Minhas pálpebras se fecharam involuntariamente, independentemente da minha vontade.

Minha consciência foi cortada assim mesmo.

Dormi profundamente sem nem sonhar.

***

"Ugh."

Meu corpo inteiro parecia ter sido martelado.

Fiquei assustada com o som metálico de raspagem vindo da minha boca.

"O que é isso... é uma voz humana..."

Parecia um monstro rosnando.

Na estranha sensação de meu corpo inteiro se transformando em pó e se separando, surpreendentemente acordei cedo de manhã sem me atrasar.

"Ah, estou ficando louca. Estou realmente lutando. Sério."

Mesmo sem ninguém para ouvir, minha vontade de reclamar era tão forte que acabei falando sozinha.

Não a protagonista, mas uma extraOnde histórias criam vida. Descubra agora