Desencontros

4. De amor, ninguém morre

a beleza triste do reflexo do por do sol batendo no meu olho pela janela
ele deixa claro minha solitude
ele me disse ontem que sabia que se eu fosse embora voltaria
e eu não gostei dessa atitude
logo eu que sempre tive alma de uma mulher livre
me vi presa em uma cela fechada
que se chama amor
e eu implorei ele para você
quando te vi sair daquela porta, eu só conseguia sentir dor
você não podia ficar
mas eu, tinha
diga-me se minhas palavras não te encantam
o que te faz acreditar no meu amor?
se tudo que eu faço não é o suficiente
porque quer que eu fique aqui?
sou muito mais do que um coração na sua estante
parado
esperando você sequer tirar a poeira
você se deita com outras enquanto eu te entrego versos e se isso lhe parecer um pouco frágil ou tampouco previsível
você nunca me leu entre as linhas
e enquanto nelas eu te colocava no pedestal
você me empurrava dele
com todo o ódio
de alguém que foi amado
enquanto te retribui com todo amor
de quem foi odiada
se tudo isso pra ti não passa de ridículo;
pra ti o sentimento de posse realmente lhe cabe
querer pertencer aquilo que te ama para se sentir adorado
e esquece
tudo que não se cuida, acaba
e mesmo que
eles falem que de amor ninguém morre

a cada cada desprezo seu eu viro sombra