Olhos no Abismo

7 0 0
                                    

   • (⁠*⁠❛⁠‿⁠❛⁠)—☞ [ Comunicado da autora ]

  Ei, senta-se livre para ler e expressar sua opinião, mas lembre-se que esse livro é voltado para maiores de 18 anos. "Não irei me responsabilizar"
Pois contém violência, abuso sexual, etc... [ Contra menores de idades ].    Sim, a história pode lhe causar gatilhos, por isso peço que leiam com cautela.!!

***********

A chuva caía pesada sobre as ruas de Nova York naquela noite, como se a cidade tentasse lavar as manchas invisíveis de sua própria corrupção. A detetive Riley Dawson se encontrava no centro de uma cena de crime, cercada por policiais, fitas amarelas, e o som suave das sirenes que preenchiam o silêncio incômodo. Ela respirou fundo antes de avançar, mantendo os olhos fixos no corpo da jovem que jazia no chão.

Era Hannah, uma menina de 13 anos. Riley não sabia nada sobre a vítima até aquela noite, mas sentia o impacto como se a conhecesse desde sempre. Com cabelos ruivos e uma expressão de terror ainda marcada no rosto, o corpo de Hannah parecia carregar a história de sua curta e brutal vida. Riley se aproximou lentamente, o ar pesado de umidade e sangue frio, como se a chuva não fosse capaz de limpar aquele horror.

Ela abaixou-se ao lado da menina, observando os detalhes. Cortes precisos nas mãos, como se tivessem sido feitos para infligir a máxima dor sem matá-la, e hematomas escuros nos braços, sinais de resistência. Riley sentia um frio subir pela espinha, um calafrio que vinha não só do corpo da vítima, mas da presença do que sabia que estaria por vir. Esses crimes haviam se tornado uma sombra constante em sua vida.

Ao seu lado, o parceiro Detetive Mark Evans suspirou, tirando a fita adesiva de uma evidência próxima ao corpo. —“Esse é o terceiro caso este mês, Riley,” — ele murmurou, com a voz grave e exausta. —“Sempre o mesmo padrão… uma menina jovem, abandonada nas margens da cidade, sem ninguém para reivindicá-la.”

Riley assentiu, mantendo-se fria e focada. Esse era o tipo de cena que ela via com mais frequência do que qualquer um deveria. Desde que ingressara na divisão de crimes violentos, parecia que a cidade nunca lhe dava um dia de descanso. Ela sabia que esses crimes seriam esquecidos pelo público em algumas semanas, assim como tantos outros que haviam ocorrido antes.

Mas, para ela, esses rostos permaneciam. Cada vítima tinha uma história inacabada, uma voz calada antes de poder gritar.

Ela se levantou e olhou ao redor, permitindo que seu olhar perscrutasse cada detalhe da cena.— “O que temos até agora?” — perguntou ela a Mark, tentando manter a voz firme.

—“Poucas pistas, como sempre. Aparentemente, o assassino é meticuloso – nenhum traço de DNA, nada de testemunhas. A menina foi vista pela última vez na escola, desapareceu no caminho para casa.”— Ele olhou para o corpo, balançando a cabeça. —“Ele a torturou por horas antes de finalmente matá-la. Sabe como é.”

Ela sabia. E era isso que a deixava enojada. Riley não conseguia entender como alguém podia cometer um ato tão monstruoso e continuar a andar entre os vivos, impune. O assassino, como em todos os casos anteriores, não deixara nada além de destruição. Mas Riley sabia, sentia, que ele ainda estava lá fora, provavelmente assistindo de algum lugar, talvez até sorrindo enquanto a polícia tropeçava em pistas que sempre pareciam levar a lugar nenhum.

Três dias depois, ela estava sentada à sua mesa, um amontoado de arquivos espalhado diante dela. As luzes fluorescentes do escritório davam à cena um aspecto frio e impessoal. Fotos das vítimas – meninas com sonhos interrompidos, olhos ainda cheios de medo – estavam ali, espalhadas como um quebra-cabeça macabro. Hannah era apenas a mais recente de uma lista crescente. Havia Lisa, de 15 anos, encontrada no beco atrás de um cinema; Claire, de 12, cujo corpo foi descoberto numa área industrial abandonada; e outras tantas, jovens demais para compreender a maldade que as cercava.

Riley estava absorvida nas imagens e detalhes quando foi interrompida pelo Capitão Myers, um homem de expressão cansada e voz rouca. —“Riley, preciso de uma palavra com você,”— ele disse, acenando para que ela o seguisse até seu escritório.

Ela entrou, fechando a porta atrás de si e cruzando os braços, aguardando. Sabia o que estava por vir, mas precisava ouvir.

—“Eu sei que esses casos estão afetando você, Riley,”— ele começou, com a voz um pouco mais suave do que o habitual.— “Mas você está mergulhando fundo demais. Precisa lembrar que nós temos um trabalho a fazer – e, às vezes, não conseguimos pegar todos. É frustrante, mas é o que é.”

Ela o encarou, a raiva fervendo abaixo da superfície. —“Você está me dizendo para desistir? Porque essas meninas não tiveram escolha, capitão. Elas não puderam desistir. Elas foram mortas, e estamos aqui, assistindo esses desgraçados andarem livres.”

O capitão suspirou, balançando a cabeça. —“Eu só quero que você tenha cuidado. Esses casos podem destruir a mente de qualquer um.”

Ela saiu do escritório, sentindo o peso das palavras dele, mas incapaz de se afastar do caso. Essa não era uma escolha para ela. As imagens das vítimas estavam gravadas em sua mente, e cada uma delas parecia gritar por justiça, implorando para que Riley não desistisse.

Duas semanas depois, durante outra investigação, a detetive finalmente obteve uma pista significativa. A impressão digital de um suspeito conhecido, Michael Tanner, surgira no caderno de uma das vítimas. Ele era um homem com um longo histórico de abuso, mas sempre conseguia escapar da condenação por falta de provas. Agora, ali estava ele, um fantasma que parecia assombrar as margens do sistema.

Determinada, Riley o seguiu até uma casa de aparência descuidada no subúrbio. Esperou por horas, estudando seus movimentos, observando o padrão de suas ações, até que ele saiu, andando calmamente pela rua como se fosse qualquer outro cidadão inocente. A fúria de Riley crescia a cada passo que ele dava, a cada sorriso que ele lançava para os passantes, como se não tivesse cometido um ato horrendo contra uma criança.

Era uma raiva que Riley não conseguia mais conter. Cada fibra do seu ser dizia que aquele homem deveria pagar. Não apenas com uma sentença leve ou uma libertação antecipada. Ele precisava sentir o mesmo pavor que suas vítimas. O pensamento se enraizava em sua mente, ganhando força a cada segundo.

Naquela noite, Riley não voltou para casa. Em vez disso, seguiu Michael até um beco escuro, onde ele parecia estar esperando algo – ou alguém. Ela o abordou silenciosamente, a mão apertando a arma no cinto, a adrenalina pulsando em suas veias. Ele olhou para ela, surpreso, e um sorriso arrogante se formou em seus lábios.

—“Detetive,” — ele zombou,— “de novo me seguindo? Você sabe que não pode provar nada.”

Ela se aproximou, o rosto sério, sem desviar o olhar. —“A justiça pode ter falhado com você,”— murmurou, a voz baixa e fria. —“Mas eu não vou.”

O sorriso dele desapareceu quando percebeu a determinação nos olhos de Riley. Pela primeira vez, ele sentiu o mesmo medo que impuseram a tantas vítimas. E, naquela noite, pela primeira vez, Riley cruzou a linha.


**********

Olá meus queridos leitores!

Estarei publicando livros não terminados ainda, pois estavam guardados em meus blocos de notas, e sinto-me péssima por deixá-los lá por muito tempo!!

Enfim, espero que gostem, e lembrem-se de ler com moderação.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Preço da Inocência Onde histórias criam vida. Descubra agora