O plano estava decidido, precisamente arquitetado, só teriam uma chance e nada poderia dar errado. Os envolvidos ouviam atentamente as instruções e detalhes importantes para a missão, essa que iria por um fim a perseguição constante que o grupo sofria pela polícia. Em acordo com o FBI, se tudo ocorresse perfeitamente, todos teriam sua ficha limpa.
Seria uma missão trabalhosa, e exigiria muito foco e concentração, não dando brecha para qualquer deslize. Estavam responsáveis pela captura de um dos maiores exportadores de metanfetamina da Europa, Vicent Darcy, que mesmo com o conhecimento de seu pleno envolvimento, não apresentava nenhuma atividade comprobatória o suficiente para sua prisão. Era isso que eles procurariam, provas e uma brecha.
– Está é a mansão Darcy, sua segurança é impecável, por isso não conseguiriam entrar à força, pelo menos não se quiserem continuar vivos. – a agente Sophie explicava enquanto fotos de satélite eram apresentadas na enorme tela a frente da mesa em formato de meia lua. – porém, recentemente obtivemos a informação de que o chefe da segurança, Roger Percy, está recrutando para a guarda da mansão. Os pré-requisitos são habilidades com armas e estar disposto a se mudar para a mansão.
– Opa, perai, perai – Roman interrompe ressoando um leve riso – Tu tá’ me dizendo que se a gente for recrutado, além de por nosso pescocinho a prova ainda vamos ter que dormir embaixo do teto do inimigo? – Questionou sorrindo exasperado – Tá’ me zoando né coisinha?
– Os seguranças revezam o turno, acredito que morar lá seja uma maneira de facilitar essa troca, além de que será benéfico para a missão, estando lá terão mais tempo para procurar as provas que precisamos. – Penning informou, olhando para Roman, observando quando seu sorriso sumiu e sua cara se fechou ao receber a informação.
– Esses caras estão malucos. – Dom soltou um riso baixo ao ouvir o sussurro quase desesperado de Rom.
– Para limpar nossa ficha, estão até que sendo generosos. – o careca respondeu em tom divertido se aconchegando mais em seu assento nada confortável.
– Sabemos que para o recrutamento serão realizados dois testes, um de tiro e outro de direção, se forem bem em ambos há 80% de chance de serem recrutados.
– E se não passarmos? – dessa vez a pergunta veio de Toretto.
– Se não passarem, não tem ficha limpa. Vão para prisão. – Penning foi direto se levantando e encarando um por um. – Assim como se fracassarem. – complementou – Estão aqui como uma última chance, não tem chance pós chance, é sucesso ou cadeia. – enfatizou antes de seguir em direção a porta, ao ouvir seu celular tocar, se retirando enquanto atendia a ligação.
O clima da sala pesou, a tensão era quase palpável, o peso das palavras rondando a mente de cada um dos 4 presentes naquela sala. Por mais que O’conner não sofresse com o mesmo risco dos amigos, pois sua ficha como agente já limpará todos seus erros do passado, ainda sim se sentia pressionado pela liberdade dos companheiros estar, sobretudo, em suas mãos. Era o responsável pela missão e não poderia falhar, não falharia.
– Bom, é só com essas informações que posso ajudar. – Sophie retomou ignorando o climão deixado por seu chefe. – Após serem recrutados devem procurar provas. Para facilitar, sugiro que tentem ganhar a confiança dos mais próximos de Vicent, como Roger e outros que têm contato direto com ele. – a agente então entregou, para cada um, uma pasta de arquivos.
– O que é isso? – a Harabo franziu a testa confusa.
– São fichas descritivas das pessoas próximas ao Darcy. Estudem elas! Manterem-se informados irá facilitar na coleta de informações e ao nos comunicarmos.
– Muito bem, está na hora. – Penning exclamou ao abrir a porta. – É bom que estejam preparados.
Os presentes na sala se encararam, tomando um último gole de coragem, se levantaram, e seguiram em direção a saída.
O plano estava em prática a partir deste momento.–
– Esperarão nesta sala, não deve demorar.
Se passaram três dias do teste, e um dia desde que receberam a notícia de que haviam sido recrutados, por sorte, todos foram recrutados, juntamente com mais dois rapazes dos dezoito que se apresentaram no dia. Obviamente a habilidade de direção havia sido levada muito em conta na hora da decisão, visto que os que não foram recrutados apresentaram péssimo desempenho nesse quesito.
Agora se encontravam na mansão Darcy, com malas nas mãos, enquanto seguiam um dos seguranças “engravatadinhos” como Roman, nada discretamente, os apelidou antes de se emburrar ao ser informado por Giselle que esse seria seu uniforme, em um futuro não tão distante.
– Maneiro – Roman se admirava estendendo a mão para tocar em uma escultura estilo Grécia antiga, posta no canto da sala em que foram deixados pelo rapaz.
– Hey, vai com calma cara. Isso deve custar uma fortuna. – repreendeu um dos caras, que também haviam sido recrutados.
– Esse povo tá’ limpando a bunda com dinheiro, eu tô’ é pouco me fodendo. – Roman insistia em analisar a estátua, nada sutilmente, com suas mãos, rindo da leve expressão de medo que ficou na cara dos dois jovens.
– Ele tem razão Rom, não queremos arranjar encrenca com essa gente, ainda mais no primeiro dia. – Brian resolve intervir nas ações do amigo, sabendo bem que para ele realmente não importava se alguma daquelas pessoas iriam chorar se por um acaso aquela escultura se encontrasse com o chão. Roman não o questionou, sabendo que pela missão teria que, infelizmente, se comportar.
A porta se abriu, e por ela surgiram mais três homens, todos com ternos pretos impecáveis, assim como o segurança que os acompanhou anteriormente.
– É um prazer conhecê-los senhores, e senhorita. – o do meio tomou a frente. – Não os farei perder tempo com apresentações, terão tempo para isso, já que conviverão diariamente por aqui. Irei direto às funções em que serão designados.
Brian o reconheceu. Era Roger Saltman, chefe da segurança e braço direito de Vicent, não haviam sinais de envolvimento com o tráfico, porém ainda assim não deixava de ser um suspeito, e um possível obstáculo na missão, visto que sua ficha como militar era invejável.
– Gostaria de deixar claro que suas posições podem ou não serem fixas, mas isso dependerá exclusivamente de cada um. Ao ganharem confiança e demonstrarem seu desempenho, poderão ser promovidos de cargo. – “ótimo” pensou Brian. Era exatamente o que precisavam para conseguirem as provas, uma promoção, ou várias.
– Kaic Gucan, Dominic Toretto e Giselle Harabo, um passo à frente. – Assim fizeram. – vocês irão atuar na proteção de propriedade. Por favor, sigam com Alexander. – um dos homens ao lado de Roger se virou retirando-se do recinto, logo, seguido pelos três nomeados.
– Roman Pearce e Raphaelo Fierd, um passo a frente. – e assim o fizeram, mas não antes de Roman sibilar um “ficou por último loirinha” para o amigo e estampar um sorriso de sarro no rosto. “Um infeliz mesmo”, pensou Brian. – Já vocês, irão fazer parte da guarda pessoal de Vicent Darcy. – O’conner quase não conteu um sorriso, “isso está perfeito” pensou observando que diferente dele, Roman não conteve o sorriso. – Sigam com Robert. – e assim como os outros, eles se retiraram, despertando então a confusão no olhar de Brian.
– Então, você deve ser, David Brian. – Roger proferiu o falso nome que Brian teve que adotar para evitar a ligação de seu nome com a carreira no FBI. O loiro apenas assentiu enquanto o homem à frente o analisava. – Você ficará comigo. – Novamente a confusão se faz presente no rosto de Brian. Se Roger já havia separado a proteção de propriedade e a segurança do próprio Vicent, o que havia sobrado? Como chefe da segurança deveria participar da guarda pessoal de seu chefe. Não seria o certo? A cabeça de Brian pipocava em pensamentos, até serem calados pela voz de Roger. – Irá ser o motorista pessoal de Lena Darcy. – Se antes a confusão era presente, agora ela explodia a mente do rapaz. Não havia lido sobre nenhum outro Darcy nos arquivos que Sophie lhes dera, e pelo que sabia a esposa de Vicent havia falecido há dois anos. – Me acompanhe.
Sem questionar, seguiram pelo corredor por onde os outros também haviam ido. Seguiram até duas portas, que os levaram para o lado de fora da mansão, de onde já era possível se visualizar outra casa, uma menor, mas ainda sim grande.
Roger o informou que ali seria onde ficaria agora que trabalhava para o Darcy, assim como o mostrou seu quarto e o deu tempo para se uniformizar, pois de acordo com ele, já começaria de imediato. E era por isso que agora se encontravam no hall da casa, por onde haviam entrado mais cedo. Haviam outros seguranças, identificáveis pelos ternos pretos, como o que Brian agora usava. Todos ali por um mesmo objetivo, esperar que a senhorita Darcy, como foi instruído a chamá-la, chegasse e lhes desse instruções de para onde iriam. Ele seria seu novo motorista, que segundo Roger, era o cargo mais leve, não faria nada além de dirigir e a seguir pelos lugares juntamente aos outros seguranças.
Foram 30 minutos exatos, contados na cabeça do loiro, até que o som de saltos foi ouvido na escadaria. Ninguém sequer se moveu para olhar, somente Brian que, em um pulo de curiosidade, virou levemente a cabeça em direção ao último lance de escadas analisando a figura feminina enquanto a mesma terminava de descer lentamente os últimos degraus.
Uma completa patricinha, filha de papai. Era o que concluía Brian ao olhar os cabelo negros ondulados e perfeitamente alinhados, com a maquiagem de boneca em seu devido lugar, o vestidinho lilás combinando perfeitamente com o par de saltos e a bolsa. Tudo muito caro, pensava ele fechando sua conclusão.
– Desculpe a demora Roger, não estava achando minha bolsa. – Ah sim, muito difícil escolher outra. Brian segurou um riso de escárnio enquanto ouvia Roger a tranquilizar com a desculpa de que na verdade ela não tinha demorado. Estava ferrado, era o que pensava.Notas:
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Missão Darcy - Brian O'conner
FanfictionMovido por um objetivo, O'conner embarca em uma missão pela liberdade de seus amigos. Agora, em meio a um emaranhado de sentimentos, Brian se vê na obrigação de fazer a melhor escolha. Afinal, não importa qual decisão ele tome, alguém sairá machucad...