Único - Por isso te desejo boa sorte

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— Patrão, me vê mais um desse drink verdinho! – um homem gritou de sua mesa para o dono do restaurante, que sorriu animado e respondeu com um polegar levantado para o pedido.

— Coloca mais um sangue de goblin na conta da mesa sete, Kaoru.

— Não sou surdo, gorilão. – respondeu com sua típica simpatia nada simpática enquanto abria a comanda no computador e adicionava o item.

O restaurante de Joe já era regularmente cheio, mas depois que ele decidiu fazer uma noite temática naquele 31 de outubro em homenagem ao Dia das Bruxas, existiam pessoas na calçada fazendo fila para poderem comer ali.

O próprio dono não havia pedido ajuda em momento algum, mas voluntariamente Kaoru, Reki, Langa e Miya se ofereceram a o ajudar naquela noite, pois eles tinham certeza de que o local iria superlotar e somente sua equipe não daria conta.

Quem diria que eles teriam mais razão que o próprio dono.

Para entrar ainda mais no clima, todos os funcionários estavam fantasiados e incentivavam em suas redes sociais aos clientes também irem assim; até o momento, estava funcionando muito bem, inclusive aos cosplayers que se empolgavam quando ouviam a palavra "fantasia".

Kaoru estava no caixa, mas sua empolgação não tinha sido uma das mais contagiantes. Seu quimono tradicional e uma bandeira na lateral de seu rosto com um círculo no centro para indicar que era um espírito. Reki reclamou da vestimenta do rosado por pelo menos duas horas.

Falando no ruivo, ele se empolgou com a ideia e chegou com a roupa toda rasgada e uma maquiagem impecável de zumbi, quase matou Langa do coração. Esse em questão tinha se vestido de vampiro, já não bastasse ser um canadense pálido feito leite, conseguiu ficar pálido feito um defunto depois de ver o zumbi passar pela porta do restaurante.

Miya, que já estava acostumado a ser o gatinho do grupo, entrou no personagem e chegou vestido como o gato de Cheshire para ajudar naquela noite temática. Não que ele estivesse trabalhando de fato, ele apenas ficava passeando pelo estabelecimento tirando foto das fantasias que ele achava legais ou horrorosas e repostando nas redes sociais do restaurante.

O dono do local em questão poderia simplesmente ter seguido sua ideia original e ir de Oni, mas é claro que ele não iria só se vestir e ir trabalhar. É óbvio que sua roupa precisava ser aberta no tórax que mostrar para todos que sua academia estava em dia.

— Kojiro, o pessoal da mesa quinze tá um pouco alterado, pode ir ver o que eles querem? – o ruivo perguntou para o dono do estabelecimento com os ombros encolhidos — Parece que alguma coisa chegou errada e eles não gostaram.

— Pode deixar. Não fique quebrando a cabeça com cliente sem educação, remédio para maluco é um maluco e meio. – Joe já estava acostumado com o pessoal daquela mesa, pelo menos uma vez por bimestre eles apareciam por ali apenas para caçar confusão.

Kaoru não percebeu a própria reação, mas assim que o esverdeado se afastou para ir resolver a confusão, seus ombros relaxaram e seu rosto empalideceu ainda mais do que já era.

— Ei, está tudo bem? Quer uma água? – Reki perguntou preocupado ao ver a mudança no homem.

— Estou bem, mas aceito a água. – rapidamente o ruivo entrou na cozinha e voltou com um copo cheio para si — Por que a preocupação?

— Já tem uns dias que você está esquisito, até comentei com o Langa que estava ficando preocupado... – Kaoru não ligou muito para a explicação, apenas bebeu rapidamente o que lhe foi oferecido e voltou a arrumar o sistema que estava travando com a alta demanda.

Te falta sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora