‣ VISITAS

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— Se você não parar de andar de um lado para o outro, eu vou ficar tonto. — Papai tentou rir, mas acabou tossindo... sangue?

Franzi o cenho e me agachei no sofá, tocando suas mãos quentes, estavam suando muito. O que estava acontecendo com ele?

— Meu Deus, pai. — Meus olhos se alargaram enquanto eu me levantava para buscar qualquer coisa, mesmo que, no fundo, eu não soubesse o que deveria fazer. Mas não podia ficar parada, esperando que algo pior acontecesse.

Não estávamos em casa. Viemos fazer uma breve visita ao tio Tommy. Diferente do meu pai, que veio apenas pela visita, eu quero pedir um favor aos meus padrinhos. Estou desesperada demais para esperar o ar da graça. Preciso de ajuda com meu pai e não sei com quem posso contar. Eu só tenho ele, e mais nada.

Peguei alguns panos velhos que encontrei em gavetas quebradas. Limpei sua boca e pescoço e o ajudei a se sentar. Foi então que ele começou a tossir ainda mais. Eu não entendia como ou por que isso estava acontecendo. Nos últimos dias, as medicações e ervas estavam funcionando, o tratamento estava sendo realizado diariamente sob minha supervisão e não havia sinais de piora. O que eu não fiz direito?

— Você tomou o remédio que eu disse, né? — perguntei, entregando o pano em sua mão, enquanto ele continuava a tossir.

Ele fechou a mão e levantou o polegar, confirmando.

É mentira.

Ele tem medo de tomar remédio.

— Seu velho mentiroso. — bufei, dando um tapa leve em seu braço. — Sabe o que realmente deveria te assustar? É morrer pra infectados ou por não tomar essa droga de remédio.

— Dá um tempo, mamãe. Se eu tivesse que morrer, eu já teria morrido. — Ele se jogou para trás, encostando a cabeça no sofá e observando o teto.

— Olha só, continua dando essas aberturas e você vai acabar morrendo mesmo. — levantei e procurei pelas minhas botas. — Falta muito? — Me referi à chegada. Eu estava cansada, além de tudo, o clima não ajudava. A chuva parecia mais forte a cada dia que passava.

— Duas cidades.

— Eu tô cansada pra cacete.

— Eu que tô tossindo sangue e você é quem tá cansada. — O velho resmungou. Eu abri e fechei a boca para retrucar, mas decidi ficar calada.

Eu sinceramente não sei se meu pai me odeia demais ou me ama o triplo

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Eu sinceramente não sei se meu pai me odeia demais ou me ama o triplo. Nesse momento eu o escuto reclamar que eu converso demais, mas ao mesmo tempo, ele diz que gosta disso porque me lembra a minha mãe.

— Sua sorte é que sua voz parece a dela. Se não, iria me irritar muito. — O seu sorriso apareceu enquanto seguia com a cabeça erguida olhando para a direção que seguíamos. Sem meu consentimento o meu também apareceu. Eu sinto tanta falta dela quanto meu pai sente.

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⏰ Última atualização: Nov 01 ⏰

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