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"O que seria de nós sem o eleito para matar Voldemort? A pergunta ecoava nas mentes dos bruxos. A dúvida e o medo pairavam como nuvens escuras, sufocando a esperança de cada cidadão do mundo bruxo. Faziam meses que Harry Potter havia desaparecido. Ninguém entendia onde ele estava ou o que estava acontecendo.

Em Hogwarts, uma dupla conhecida na escola estava sentada cabisbaixa pela falta do seu querido amigo. Hermione, com seu livro em mãos, tentava se perder nas palavras, mas cada frase parecia ecoar em um vazio. Ron, como todos os dias, criava teorias sobre o que poderia ter acontecido. Sem esperança, Hermione temia falar a dura realidade que sua mente martelava.

De repente, um silêncio perturbador caiu sobre a sala, e uma coruja de penas escuras e olhos vermelhos apareceu, como um presságio de algo sinistro. Pousou diante deles, sua presença carregava um ar de mistério. A garota, confusa com o que havia acontecido, olhou para Ron, que estava tão atordoado quanto ela. O ruivo se abaixou e pegou a carta estranha, um envelope negro com o selo prateado. Ele olhou para Granger, que segurava a carta com as mãos tremendo.

Ao abrir a carta e ler o conteúdo que havia escrito, os olhos escuros de Hermione se arregalaram, e um pavor tomou conta de seu rosto. Ron, confuso e com medo, pegou a carta das mãos da garota. Assim que leu algumas palavras, seu corpo inteiro congelou.

'Para: Hermione Granger e Ron Weasley. De: seu Velho Amigo Harry Potter.'"

(...)

Harry despertou em uma cama... uma cama em um quarto desconhecido. O tecido da colcha era áspero e úmido, e, ao se sentar, um rangido longo e agourento ecoou pelo quarto vazio. O silêncio era tão intenso que ele podia ouvir as batidas aceleradas do próprio coração. Um cheiro forte de mofo enjoativo preenchia o ar pesado, e a fraca iluminação deixava o ambiente imerso em sombras. O desgaste das paredes, a sujeira acumulada, tudo transformava aquele quarto em um cenário digno de um filme de terror.

Uma dor aguda percorreu o corpo de Harry, latejando a cada movimento. Sua mente ainda estava confusa, entorpecida, até que ele percebeu a gravidade do que acontecia. Seu coração acelerou, e ele saltou da cama num impulso.

O que estava acontecendo? Ele mal podia acreditar: há pouco tempo estava em um cemitério, testemunhando a morte de Cedric. Como, então, havia parado em um quarto sombrio e desconhecido? E por que seu corpo doía tanto?

Em pânico, Harry foi até a porta de madeira e tentou girar a maçaneta, mas estava trancada. Em desespero, começou a bater com força e a gritar por socorro… até que, após alguns segundos angustiantes, ele ouviu passos. A ajuda, ou talvez algo bem diferente, estava a caminho.

— Você acordou! — exclamou uma elfa pequena e esfarrapada, com uma voz gentil. Ao ver a elfa, Harry sentiu um leve alívio, embora a dúvida ainda pairasse em sua mente: De quem era aquela elfa? A situação parecia cada vez mais estranha.

— Venha! O mestre mandou eu te levar até ele! — a elfa disse animadamente, começando a subir as escadas no final do corredor escuro e mofado.

O ranger das escadas arrepiava Harry. Tudo era tão escuro e aterrorizante; a dor latejante em sua cabeça o deixava tonto e mal conseguia pensar. Quando chegaram ao final da escada, a pequena elfa abriu uma pesada porta de ferro, permitindo que o bruxo entrasse. Harry olhou para a elfa antes de atravessar para o outro lado.

Mil possibilidades passavam pela cabeça de Harry, mas uma enorme sala de luxo, rústica e com móveis em couro, não era uma delas. As paredes, em tons de cinza e preto, eram emolduradas por uma escadaria de madeira escura, com um tapete verde profundo no centro. Sofás e poltronas prateadas, com couro negro, completavam a decoração, e uma enorme lareira dominava o ambiente, coberta por um tapete de pelos escuros.

À primeira vista, parecia um lugar acolhedor, até que Harry avistou o enorme quadro de Salazar Sonserina sobre a lareira.

— Ótimo, um fanático por Salazar me sequestrou... — Harry murmurou pela primeira vez.

Ao se aproximar da lareira, na esperança de que fosse uma passagem com pó de Flu, uma voz ecoou pela sala... A voz que arrepiava e atormentava seus sonhos, a voz que cada bruxo temeria apenas em imaginar. O corpo de Harry congelou no mesmo instante.

O que...? pensou, virando-se devagar para encarar a figura do homem que tanto odiava.

— Vejo que acordou — Voldemort disse, descendo as escadas devagar. Sua aparência não era assustadora à primeira vista. Ele era alto, com cabelos pretos que pareciam absorver a luz ao redor, e uma pele tão pálida que quase parecia transparente. Vestia um terno preto com detalhes em prata; seus sapatos sociais faziam barulho a cada passo que dava.

— Eu... Eu não tenho medo de você — Harry falou, tentando recuperar a compostura enquanto enfiava a mão no bolso em busca da varinha. Mas ao não sentir o familiar objeto, seu coração acelerou ainda mais. Sua cicatriz ardia a cada passo que o Lorde das Trevas dava.

— Suas pernas demonstram exatamente o contrário do que sua boca diz, Potter — Voldemort respondeu, aproximando-se e parando diante dele. — Não deveria bancar o grifinório corajoso. Sabe que não tem chances de fazer nada neste momento. Continue sendo esse ratinho assustado. — Ele estendeu a mão até o rosto pálido de Harry, tocando sua pele, provocando um choque que percorreu os corpos de ambos.

— O que eu vou fazer com você, ratinho? — disse Voldemort, um sorriso frio se formando em seus lábios.

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⏰ Última atualização: Nov 02 ⏰

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