Situação Oportuna - Tobidei

Oportunidade

Obito amava Rin e era fiel a esse amor, o qual nunca superou. Contudo, ele também era homem e tinha suas necessidades. Era comum que ele, de vez em quando, parasse em algum prostíbulo para “aliviar as tensões naturais” de seu corpo. 

O problema era que tais alívios não mais o ajudavam. Nenhuma puta — seja cara ou barata — estava conseguindo o satisfazer como habitualmente fazia. 

O Uchiha não era burro. Sabia que essa palhaçada só havia começado desde que fizera dupla com aquele pirralho explosivo e arrogante, Deidara. 

Às vezes, Obito percebia estar desejando — mesmo que inconscientemente — o rapazinho de uma maneira nada pura. Sentia o forte anseio de fazê-lo se derreter em suas mãos, de desmanchar aquela pose convencida do Nukenin. 

— Oe, Tobi! — A voz irritada de Deidara o tirou de seu transe. — Será que dá pra parar de me ignorar?!

— P-perdão, Senpai! — Agiu como sua persona: todo desajeitado e medroso. — Tobi só estava distraído.

— Você é um membro da Akatsuki agora. Não pode se dar ao luxo de “estar distraído”, hum! — O mascarado não respondeu, ficando um breve silêncio. — Enfim, o que eu estava dizendo é que devemos encontrar um lugar para descansarmos. Esse ritual de selamento acabou comigo! 

Deidara se referia ao selamento da Sanbi, que o próprio renegado havia conseguido para a Akatsuki . Obito confessava internamente que a captura da Bijuu havia trazido algumas péssimas memórias, e isso o deixava ainda mais tenso.

— Talvez o Senpai devesse fazer um dragão com a sua arte p’ra a gente encontrar algum lugar. 

— É… até que você serviu para alguma coisa. — O loiro o olhou com um desdém que fez o sangue de Obito ferver. 

Garoto petulante.

Isso só aumentava a vontade, ou melhor, a necessidade do Uchiha de quebrar aquela personalidade imponente e ridícula.

Deidara fez seu dragão de argila e a dupla saiu voando em cima do C2, procurando um lugar para repousar…

— Olha, Senpai! — Fez alarde, apontando para um local perto de um lago. 

O terrorista usou sua luneta para averiguar se aquele local era próprio e, claramente a contragosto, admitiu que era um lugar adequado.

Ao pousarem no chão, a arte foi desfeita, e os dois adentraram a caverna. Após constatarem ser um local segura, Deidara anunciou:

— Vou naquele lago tomar um banho, porque não aguento mais! — Virou-se, saindo do abrigo. — Vê se não faz merda, Tobi! 

— Fica tranquilo, Senpai! — Pôde sentir sua expressão mudando no momento em que Deidara saiu, se afastando de Obito completamente. Ele mudou sua voz, usando a sua verdadeira ao dizer: — Afinal, Tobi é um bom menino… — Suspirou, sorrindo por debaixo daquela máscara de madeira. 

Obito retirou seu manto, sentando-se no chão duro daquela caverna. Encostou a cabeça na parede e riu baixinho.

— Você ainda vai me fazer cometer uma loucura, Deidara. 

E por simples cansaço — talvez físico, mental ou ambos —, o homem adormeceu. 

[...]

Com seu instinto aguçado, acordou ao sentir uma mão encostar, mesmo que suavemente, em sua máscara. Ele agarrou repentinamente o punho do indivíduo com força, o que provocou um gemido de dor no responsável. Nem precisou olhar para a pessoa para reconhecer de quem era aquela voz: era Deidara.