Nem todo final necessariamente precisa ser feliz.
Alina desde pequena sabia que seus poderes psíquicos deviam ser um segredo, ninguém a veria com bons olhos se soubessem sobre esse dom.
Mas com a morte de seu pai e após 4 anos, a recente descoberta...
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Alemanha - 1989
Eu deveria ter ouvido aquele aviso sobre tomar cuidado e decidir nem quem eu deixava entrar na minha vida ou levava para cama, não estaria passando por todas essas merdas de problemas agora. Se eu fosse inteligente, teria recusado aquele convite para sair uns meses atrás.
– Estou falando sério, gatinha. - Eric estava parado na minha frente enquanto tentava pela décima vez no dia me fazer voltar com ele.
Haviam pouquíssimas pessoas no corredor, mas as que estavam ali observavam com atenção tudo o que era dito aqui. Ele estava praticamente falando sozinho, na verdade. Eu apenas queria que ele calasse a boca e me deixasse em paz, estava infinitamente arrependida de um dia ter namorado esse idiota.
– Também estou. - respirei fundo entediada com toda situação. – Não vou voltar com você, é sério.
Odiava ainda mais ser o centro de atenções dessas pessoas desocupadas.
– Vamos lá, Alina. - o moreno se aproximou com um sorrisinho de lado e eu me obriguei a dar um passo para trás. – Só eu sei satisfazer seu corpo.
Seus olhos castanhos escuros deslizaram por todo meu corpo como se estivesse se recordando de como era sem todo esse pano me cobrindo e senti nojo neste ato dele. Sem cuspir no prato ou nem nada do tipo, mas ele não era grande coisa na cama e nem em lugar nenhum.
– Não seja tão convencido. - soltei uma gargalhada, que chamou a atenção de algumas pessoas pelo corredor do colégio. – Você não foi o primeiro a tocar nesse corpo.
Eric ficou com o rosto completamente vermelho de raiva, depois de ouvir o que eu tinha a dizer. Era hilário o jeito como achava que tinha sido o único a me tocar e saber manusear meu corpo, mas estava bem longe disso.
– Você é uma vadia, sabe disso. - rosnou quase espumando de raiva pela boca.
– Foi mal se feri seu ego, querido. - bati em seu peito com uma risadinha debochada. – Devia se preocupar com a sua nova vadia.
Ele permaneceu imóvel no lugar que estava, finalmente eu havia criado coragem para dizer que sabia sobre sua traição patética com a garota nova que não havia feito nem uma semana aqui quando ficou com ela. O idiota pensou que todos iriam saber antes de mim, mas eu o vi beijando a garota antes de todos aparecerem no corredor naquela festa boba da escola.
Não era uma cena que eu gostava muito de lembrar, já que era meu namorado ali com a língua enfiada na boca da outra e a mão quase toda dentro da saia dela.
– Supere, já vai fazer dois meses que terminamos. - continuei andando em pequenos passos para longe dele. – Vai acabar com sua reputação de bad boy.
Alguns alunos que estavam ali por perto, cochichavam enquanto eu andava pelo corredor em direção à saída. Eles nem disfarçam mais o que faziam, simplesmente comentavam e apontavam sem sentir um pingo de vergonha ou remorso.
