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Ainda se lembram de mim ?

Lembram-se de eu ter dito que se passaram 3 meses e que tanta coisa na minha vida tinha mudado ?

Pois é, a minha vida continua um caos, e eu vou contar-vos porquê, preparem-se porque nem imaginam o que vem ai.

Bom, então é assim, para além de ter vindo viver para a américa, a minha vida nunca mais foi a mesma, não consegui adaptar-me à rotina de Nova Iorque, na escola não tinha amigos, andava sempre sozinha, o meu rendimento escolar podia-se dizer que era bastante medíocre, e por muito que a minha mãe tentasse chamar-me à atenção e à razão eu simplesmente estava-me nas tintas para o que ela pensava. Eu podia tê-la perdoado, mas a nossa relação estava diferente, e eu sabia porque, lá no fundo eu continuava magoada com ela. Já era oficial o retorno do namoro do Liam com a Danielle, e sempre que sai noticias sobre eles e do quanto estavam felizes juntos, simplesmente era como se me espetassem uma flecha no coração partindo-o em mil pedacinhos, era como se ele parasse de bombear o sangue, que se não irrigasse as minhas veias me começava a queimar por dentro. Sempre que lia um artigo sobre eles, um punhal de novo era cravado nas minhas costas, e eu sempre perguntava a mim mesma se algum dia ele haveria me amado de verdade como tanto dizia. De facto, o " para sempre" era algo que nunca existia na minha vida.

Eu vim viver para a américa e nunca mais recebi um único telefonema das minhas amigas, aquelas que sempre considerei como minhas irmãs. Eu sentia-me abandonada por todos, se calhar eu até tinha uma certa culpa, mas talvez fosse demasiado egoísta para o admitir.

Todos foram capazes de continuarem com as suas vidas, todos menos eu, como sempre não passava de uma fraca, como já era de se esperar não fui capaz de enfrentar os meus problemas. Não tinha a dança para me refugiar, não tinha os meus amigos, estava só e vazia por dentro, isto tudo, levou a que consumisse as drogas de novo, mas desta vez não eram só as leves, eu estava dependente e completamente viciada, eu sentia necessidade de consumir todos os dias de sentir as descargas de adrenalina a percorrem as correntes do meu corpo. Estava num estado de penúria, estava a entrar em decadência total, até que a minha vida veio mudar de novo.

(...)

Aqui estou eu debruçada sobre a cama de pernas para o ar cruzadas em " x", balançavas num estado ansiedade, não via a hora de ela entrar pela porta, como fazia sempre quando me vinha visitar cá na clinica. Estava entediada nos meus pensamentos enquanto mirava o infinito horizonte. Ouvi o clique da porta abrir e logo encarei a sua figura esbelta.

Eu- mãe .- sorri ao vê-la

M. Mãe- então como estás querida?.- disse sentando-se do meu lado

Eu- acho que já estive pior.- retorqui um sorriso

M. mãe- isso é verdade, por isso espero que tenhas percebido que te pus aqui na clinica de reabilitação para o teu bem.- colocou uma mexa de cabelo atrás da minha orelha

Eu- sim eu sei.- encarei aqueles seus olhos brilhantes.- mas já estou farta de estar aqui.- bufei

M. Mãe- eu entendo querida, mas estás aqui à pouco tempo e o importante agora é que te mantenhas limpa.- sorriu

Eu- eu sei, mas parece que já estou aqui à uma eternidade.- suspirei

M. Mãe- eu compreendo mas tens de ser paciente.- disse mexendo-me no cabelo.- Leonor eu tenho uma coisa para te dizer.

Eu- o que é ?

M. Mãe- bem.- disse nervosa.- o liam esta semana ligou lá para casa e perguntou por ti.

Gelei ao ouvir o seu nome ao fim de tanto tempo, ao fim de tanto tempo tinha-se lembrado da minha existência ? boa, ele tinha me surpreendido.

Eu- não quero saber.- menti

M. Mãe- não precisas de mentir, mas se não queres saber eu não insisto mais no assunto.

Eu- prefiro assim.

Ficamos ali as duas a falar, até que ela foi embora e eu fiquei de novo sozinha. Na clinica onde estava a fazer reabilitação só podia receber visitas ao fim de semana, e as visitas era de 90 minutos no máximo. Durante a semana só podia contar com a companhia do Adam, o meu único amigo da clinica e na minha vida solitária.

O sol brilhava lá fora por isso peguei no livro que andava a ler " a melodia do Adeus" e fui até ao jardim onde me sentei num banco. A leve brisa batia-me na cara e esvoaçava suavamente os meus longos cabelos enquanto eu saboreava as palavras daquele livro. Estava perdida naquele mundo imaginário e de ficção até que a sua voz ternurenta me fez despertar para a realidade. Encarei aquele rosto familiar e sorri ao vê-lo, por muito pequeno que fosse o meu sorriso, ele era verdadeiro.

xxx- ai desculpa Leonor, não queria atrapalhar a tua leitura.

Eu- não faz mal Adam. Mas precisas de alguma coisa ?

Adam- não, apenas pensei se não querias ir dar um passeio aqui pelos jardins da clinica ?.-riu-se

Eu- parece-me bem.- ri-me

Caminhava-mos agora lado a lado, tínhamos sempre o que conversar. Desde que vim para aqui eu e ele tornamo-nos muito próximos, estar do seu lado fazia-me sentir-me bem. Só de o ver eu sorria, a sua gargalhada era contagiante. Ele entrelaçou os nossos dedos, juntando as nossas mãos num jeito tão meigo, eu não me importei, apenas deixei-me levar. Acabamos sentados na relva em silencio, enquanto observava-mos o pôr- do- sol. A imagem do céu pintado em tons alaranjados acalmava-me e relaxava-me, transmitindo-me uma certa paz. A campainha tocou como sempre acontecia quando era hora das refeições, por isso abandona-mos o exterior e fomos até à sala de jantar, onde comíamos sempre aquela comida intragável, em que o sabor ainda consiga ser pior que o aspecto.

Eu- mais uma refeição deliciosa.- resmunguei enquanto brincava com a comida

Adam- não reclames, não é assim tão mau.- riu-se

Eu- só podes estar a brincar.- retorqui um sorriso

Adam- por acaso não, a comida não é assim tão má, por isso vê se comes, precisas de te alimentar.

Revirei os olhos em sinal de protesto de facto eu precisava de alimentar-me para não ficar ainda mais fraca, mas a verdade é que aquela comida não ajudava em nada. depois de comer um pouco, recolhi-me da mesa e como fazia sempre decidi ir para o meu quarto.

Eu- vou para o meu quarto. Até amanhã.- sorri

Adam- então até amanhã.

Ele sorriu e aproximou o seu rosto do meu depositando de leve um beijo no canto da minha boca, apenas sorri de lábios juntos enquanto uma sensação estranha percorria o meu corpo. Estaria apaixonar-me de novo ? Não pode ser, o Liam continua bem presente no meu coração. Subi as escadas, entrei no quarto, e abri a gaveta junto à cama de onde retirei de lá de dentro o meu pequeno diário. Deitei-me de barriga para baixo sobre a cama, abri-o e peguei na caneta e agora estava pronta para começar a escrever entre as linhas.

Eu- tenho tanta coisa para te contar meu pequeno amigo.- murmurei entre dentes

" Querido diário, aqui estou eu a escrever-te mais uma vez.

Sabes, sinto a minha vida querer mudar de novo, será que eu estarei preparada ? A minha vida dá voltas e mais voltas e parece que não consegue estabilizar, eu sei que já devia estar habituada, mas parece que não consigo por muito que tente. E sabes o adam aquele rapaz de quem te tenho falado nos últimos tempos ? bom nós estamos cada vez mais próximos, eu sempre o vi como um grande amigo, mas agora não sei se o vejo mais do que isso. É tudo tão estranho, confuso e incerto, é que apesar de tudo o que tem vindo acontecer nestes últimos tempos, o Liam continua espalhado dentro do meu pensamento e cravado bem no fundo do meu coração. Tenho tantas saudades dele, às vezes durante a noite choro por sentir a sua falta, ele era tudo na minha vida, ele conseguia completar-me, com ele eu dividias as tristezas e partilhava as minhas alegrias e agora sou só eu e este enorme vazio que me consome por dentro. Sim, é verdade que tenho o Adam do meu lado e que posso sempre contar com o seu apoio incondicional, ele de facto é uma pessoa incrível e adorável, mas eu não sei se ele será capaz de substituir o Liam, aquele rapaz que só com o seu sorriso doce me cativou, esse sorriso que todos os dias me vem ao pensamento quando fecho os olhos ao deitar. A vida é tão complicada e por mais voltas que eu dê na cama nunca a irei entender. "

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⏰ Última atualização: Aug 03, 2015 ⏰

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