"Eu sei que vc me ama" - Pauneiro

Um dia após a noite inesquecível

No dia seguinte, Sandro acordou com uma leve dor de cabeça — consequência das bebidas da noite anterior. Ele suspirou fundo, passando a mão pelo rosto enquanto tentava se lembrar dos eventos da festa. Fragmentos da noite apareciam em flashes: as provocações de Ricardo, as risadas com os amigos, e… o beijo.

Ele sentiu o rosto esquentar ao lembrar do momento em que, sem pensar muito, havia se aproximado do carioca daquela forma. "Ah, que vergonha..." pensou, tentando afastar o pensamento. Mas, por mais que tentasse, a lembrança do sorriso provocador de Ricardo insistia em surgir.

Após se recompor, Sandro desceu para a cozinha e começou a preparar um café forte, como de costume. Enquanto a bebida fervia, ele escutou o celular vibrar no balcão. "Aposto que é ele…" pensou, com um misto de curiosidade e apreensão. Ele pegou o celular, vendo uma notificação de mensagem de Ricardo.

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Ricardo: Bom dia, boneca! A cabeça tá doendo? ;)

Sandro: Nem vem. E para de me chamar assim, caramba.

Ricardo: Aí, calma, só tô sendo educado. :) Tô passando aí pra te pegar, a gente vai dar uma volta. Precisa relaxar, Paulista.

Sandro: Não, eu tô de boa.

Ricardo: Tarde demais. Tô a caminho. Vou te tirar dessa ressaca à força.

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Sandro revirou os olhos, mas não pôde evitar um sorriso discreto. O carioca sabia ser irritante, mas no fundo, ele gostava daquela insistência. Uns minutos depois, a campainha tocou, e Sandro abriu a porta, encontrando Ricardo com um sorriso convencido, segurando um par de óculos escuros.

--- Trouxe isso pra você, vai precisar. — Ricardo disse, entregando os óculos.

--- Grande ajuda… — Sandro respondeu com sarcasmo, colocando os óculos enquanto tentava disfarçar o sorriso.

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Os dois saíram de carro, dirigindo até um café próximo. Durante o trajeto, Ricardo ia comentando sobre as coisas que aconteceram na festa, enquanto Sandro só ria, balançando a cabeça.

--- Você não lembra de tudo, né? — Ricardo perguntou, lançando um olhar de lado.

--- Claro que lembro. — Sandro respondeu, embora alguns detalhes ainda estivessem um pouco nebulosos.

--- Ah, é? Então lembra da nossa conversa sobre beijos? — Ricardo disse, provocador.

Sandro tentou manter a calma, fingindo indiferença.

--- Ah, você tá imaginando coisa, cara. — respondeu, tentando fugir do assunto.

Ricardo riu e estacionou o carro, virando-se para ele com um sorriso.

--- Bom, Paulista, se foi imaginação, foi uma das melhores da noite.

Eles saíram do carro e caminharam em direção ao café, aproveitando o dia tranquilo.

Os dois entraram no café e se acomodaram em uma mesa próxima à janela, de onde podiam observar o movimento tranquilo da manhã. Ricardo pediu o café mais forte da casa, enquanto Sandro, ainda meio resistente, só pediu uma água com gás, achando que não aguentaria nada muito forte naquele momento.

--- Então, Paulista, como tá se sentindo? — Ricardo perguntou, apoiando os braços sobre a mesa e encarando-o com aquele sorriso divertido.

--- Melhor do que esperava. Mas, da próxima vez, nada de me forçar a sair assim, carioca. — Sandro resmungou, tentando manter o ar sério.