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Los Angeles-califórnia 23/08/2018
As luzes coloridas estouravam ao meu redor, transformando as paredes da casa em telas vibrantes que dançavam ao som de música eletrônica. Eu estava na fila do bar, segurando meu copo vazio enquanto esperava minha vez. A noite estava animada, cheia de gente rindo, dançando e, claro, bebendo como se o mundo fosse acabar amanhã. Meu celular vibrou no bolso, mas ignorei. Não estava com cabeça pra mensagens triviais, pelo menos não agora. Finalmente, cheguei no balcão e pedi uma bebida. Um dos bartenders me deu um sorriso maroto enquanto misturava o drink, mas eu apenas revirei os olhos e peguei o copo com pressa. A música era alta, e eu já sentia o álcool fazendo efeito – a sensação exata que eu queria naquela noite. Mas, ao dar o primeiro gole, senti um vazio estranho. O barulho, as risadas, nada parecia preencher o que eu estava sentindo por dentro. Foi então que tive uma ideia: Naomi. Eu me afastei um pouco, buscando um canto mais tranquilo onde pudesse ligar para ela. Depois de alguns toques, ela atendeu.
— Ei, Nai! — falei, tentando soar casual, mas já sabendo que ela me conhecia bem o suficiente para perceber algo de errado.
— Maddy? Tá na festa ainda? — A voz dela era reconfortante, como sempre.
— Sim, ainda tô aqui, fazendo minha parte como a rainha das festas — eu ri, mas foi uma risada meio vazia. Ela deve ter sentido, porque seu tom ficou mais suave.
— E como tá? A festa tá boa?
— Ah, sei lá… as pessoas tão se divertindo, mas pra ser sincera, parece tudo meio superficial, sabe? Tipo, parece que ninguém realmente se importa.
Ela suspirou do outro lado da linha, e eu quase podia imaginar ela sacudindo a cabeça. Naomi sabia das minhas frustrações, mas sempre me ouvia com paciência. Era esse o papel dela na minha vida, sabe? Aquela pessoa que te entende sem você precisar explicar muito.
— É, Maddy... às vezes essas festas são só uma desculpa pra não pensar em nada.
— Bingo! — concordei, animada por ela entender. — Mas e aí? Como estão as coisas? Sei lá... na família? — A pergunta saiu meio aleatória, mas foi o suficiente para que ela se abrisse. Naomi começou a falar sobre sua família, algo sobre o jantar que tiveram na noite passada. Mas, conforme ela falava, comecei a sentir uma vontade estranha de desabafar. Algo estava fervendo dentro de mim. O álcool talvez estivesse dando coragem, ou talvez fosse só o fato de que eu já não aguentava mais segurar tudo aquilo sozinha.
— Sabe, Nai… às vezes fico me perguntando se você realmente sabe a sorte que tem com sua família. — Minhas palavras saíram com um toque de amargura.
Ela parou de falar por um segundo, claramente surpresa com a minha interrupção.
