Conto 1: Garota ruiva da praia

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Numa tarde de outono, de longe avistei uma garota, palida era ela, seus cabelos ruivos voavam com a ventania da praia, seus pés sujos de areia, ela tinha... O que era? Eram como estrelas, pontinhos marrons em seu rosto, nunca havia de ver alguém com aquilo.
Como uma criança curiosa, caminhei até ela para perguntar.

- Ei!
Vi seus olhos, eram azuis, eu podia enxergar o mar neles.

- quem é você!?
- Eu queria saber, o que é isso no seu rosto?
Ela sem entender levou a mão ao rosto, tentando sentir se havia algo nele.
- isso o que?
- isto.
Apontei com meu dedo indicador para seu rosto.
- estes pontinhos marrons em você.
- ah, isto? Se chamam sardas, nunca viu? Eles se multiplicam com o sol, por isso tenho que tomar banho de protetor solar.
Ela falava ingenuamente com um sorriso doce de criança.

- isso é legal!
- sim. Qual seu nome?
-meu nome é...
- CARMELA!
Uma mulher havia gritado meu nome, ela estava ofegante, era minha mãe.

- filha, nunca mais suma desse jeito, você me deixou preocupada! - respirou um pouco, olhou para o lado e continuou a falar - oi querida, quem é você? onde estão seus pais? Está sozinha aqui na praia?
Minha mãe perguntou olhando para a garotinha ruiva de sardas.
- meus pais estão mortos, quem cuida de mim é meu irmão.
Com seus grandes e azuis olhos ela olhou para minha mãe com um olhar sincero e inocente, fazendo com que ela ficasse sem graça ao ouvir aquilo.

- bem, onde ele está? O seu irmão.
- ele disse que iria voltar, não tem muito tempo.
- quer que fiquemos com você aqui querida?
- não precisa, ele já volta.
- mas você não é muito pequena para ficar sozinha? Quer que eu chame a polícia?
- eu já disse que não precisa!
Por que ela havia perdido a paciência tão fácil assim? Parecia estar escondendo algo...

- tudo bem querida, vamos embora filha.
Minha mãe logo depois de dizer isso pegou em minha mão e me puxou para ir embora. Na mesma hora vi vento soprar à manga da blusa da menina ruiva de sardas, vi algo, pareciam ematomas, será que os pais dela realmente tinham morrido? Ela realmente havia um irmão?

- vamos Carmela!

Fui embora e nunca mais a vi.

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