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SAMUEL

Acordo com os primeiros raios de sol atravessando pelas brechas da persiana na sala de cinema, a luz mal consegue iluminar o ambiente, mas é o suficiente para me tirar do sono.

Ao meu lado, Olivia dorme profundamente enroscada no corpo de Eros, seu rosto relaxado e seu cabelo bagunçados me fazem sorrir por um momento. Eros está praticamente tentando se fundir a ela enquanto dorme, seus braços ao redor de seu corpo parecem não querer soltá-la nem em sonho. Matteo ocupa o meio do sofá entre mim e Olivia com seu rosto quase no final da barriga da minha mulher. Ele baba.

Observo os três dormindo, sentindo um calor estranho e sutil no peito. Tenho vivido sozinho tempo o suficiente para esquecer como é estar cercado por pessoas enquanto durmo, é estranho mas bom.

Me movo com cuidado, tentando sair do sofá sem acordá-los, meus movimentos são calculados.

Retiro meu braço debaixo da cabeça de Olivia devagar, atento a todo e qualquer sinal que ela possa expressar. Por sorte ela só resmunga e vira de costas para mim, se aninhando cada vez mais no corpo de Eros. Rio ao perceber que com esse movimento sua bunda ficou na cara de Matteo. 

Tateio meu corpo procurando por meu celular e tiro uma foto de Matteo babando enquanto dorme com o rosto perigosamente perto da bunda de nossa doutora. Sinto a pontada familiar dos pontos em meu corpo e seguro a respiração saindo da sala de cinema.

Sigo em direção ao meu quarto no segundo andar para escovar os dentes e me trocar. Assim que acabo minhas higienes matinais desço para a cozinha.

Uma vez na cozinha, respiro fundo, sentindo o familiar aroma de lavanda que Matteo insiste em colocar no dispensador automático, me dirijo aos armários onde deixo o café guardado. 

Cozinhar sempre foi uma forma de organizar minha vida, de respirar sem precisar pensar em mais nada, no casarão ou eu cozinhava o que os mais velhos conseguiam comprar ou ficávamos com fome, lembro de todas as vezes que cozinhei por pura necessidade e de como fiz amizade com um senhor e toda sua família para aprender a cozinhar mais do que macarrão com queijo para depois descobrir que ingredientes bons eram 40% mais caros. 

Balanço a cabeça tentando dissipar essa parte dolorosa da vida e começo a preparar um café forte, do tipo que Eros ama e Matteo finge detestar, para Olivia preparo um capuccino com um toque de canela que sei que ela gosta.

Enquanto espero o café da maquina passar para que eu possa fazer o capuccino de Olivia, começo a preparar panquecas, tenho todos os ingredientes básicos, mas decido adicionar nos dois quintos da massa restante gotas de chocolate meio amargo. Coloco em cima da mesa morangos cortados e um pouco de mel caso ela decida não comer as panquecas. Faço um omelete simples para cada um e os decoro em cada prato. 

Uma parte de mim se pergunta quando foi a última vez que fiz algo assim, como decorar os pratos e fazer algo a mais do que café de manhã, de forma intencional para mais alguém. Não consigo lembrar.

Tento afastar esse pensamento, focando na tarefa de organizar as coisas em cima da mesa de uma forma harmoniosa, para que Oli goste.

Ouço passos leves atrás de mim e me viro, vendo Matteo com o rosto amassado e com baba seca no canto de sua boca.

-Você acorda cedo demais.- Ele boceja, passando a mão pelos cabelos os deixando arrepiados para cima- Sabe que não precisa fazer isso todos os dias né?

-Alguém tem que preparar o café, agora vai tomar um banho e limpar toda essa baba- digo apontando para o andar de cima- você tá nojento.

-E você provavelmente ta fedido, mas eu sou educado e não disse nada- ele rebate se virando e indo em direção as escadas enquanto coça a nuca

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