A tempestade voltou mais uma vez. É sempre assim, ela dá uma trégua, mas como as estações, ela volta junto com mais uma primavera. Meu silêncio turbulento virou um peão de seu próprio destino e minha vida nunca foi tanto um ponto de interrogação. Meu coração dói e o medo me invade. Os fantasmas decanos ainda estão aqui. São tantos caminhos... "Siga o seu coração" diriam, mas como vou escolher se meu próprio senso de direção está confuso? O desespero já entrou pela porta semicerrada. Não sobrou mais nenhuma máscara para me esconder. Fugir já não é mais uma opção. Preciso encontrar uma maneira de me agarrar à coragem. Por que tenho tanto medo? Como posso ser eu mesma e realizar meus sonhos se não acredito nesta mulher que já enfrentou tantos invernos congelantes, verões escaldantes, primaveras incolores e outonos tempestuosos? Uma voz grita dentro de mim desesperada. "Está tudo bem, só seja você mesma. Tenha orgulho de ser quem é, mesmo com todos os seus defeitos e medos." Fecho meus olhos, enquanto a cascata de lágrimas se forma no meu rosto e escorre, queimando minha pele. Desejo que elas queimem também meus pensamentos negativos. Eu tenho fé, afinal. É ela quem me mantém de pé, não é mesmo? Sinto o vento gelado tocar meu rosto ainda choroso e lembro da minha frase preferida: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
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Desabafos do Silêncio Turbulento
Non-FictionMeu silêncio turbulento encontrou nas palavras uma maneira de gritar e seguir em frente. Neste livro, reúno em cada capítulo um desses desabafos. Talvez possa ajudar alguém tanto quanto me ajuda a sobreviver nesse mundo bizarro e comum.