5. Tipo Sanguíneo

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Eu fui pra aula de inglês totalmente ofuscado. Eu nem me dei conta quando eu entrei na sala que a aula já tinha começado.
— Obrigado por se juntar a nós, Sr. Park. - Sr. Mason disse me tom de afronta. Eu corei e corrí pro meu lugar.
Foi só no final da aula que eu percebi que yeonjun não estava sentado no seu lugar de sempre ao meu lado. Eu sentí uma ponta de culpa. Mas ele e soobin me encontraram na porta como sempre, então eu imaginei que eu estivesse um pouco desculpado. Yeonjun pareceu se tornar mais ele mesmo enquanto caminhávamos, ganhando entusiasmo enquanto ele falava da previsão pro clima pra esse fim de semana. A chuva daria uma pequena trégua, então talvez seu passeio à praia fosse possível. Eu tentei parecer eufórico, pra me redimir por ter desapontado ele ontem. Era dificil; com chuva ou sem, a temperatura continuaria um pouco baixa, isso se tivéssemos sorte.
O resto da manhã passou num sopro. Era difícil de acreditar que eu não tinha apenas imaginado o que Jungkook havia me dito, e a expressão nos olhos dele. Talvez fosse só um sonho muito convincente que eu confundi com a realidade. Isso parecia mais provável do que eu sendo apelativa pra ele em qualquer sentido.
Eu estava muito impaciente e aflita quando eu e rose entramos na cafeteria. Eu queria ver seu rosto, ver se ele havia voltado a ser a pessoa fria, indiferente que eu conheci pelas últimas semanas. Ou se, por algum milagre, eu realmente tinha ouvido o que eu achava que tinha ouvido essa manhã. Rose estava tagarelando sobre os seus planos para o baile shuhua e miyeon haviam convidado os outros garotos e eles estavam todos indo juntos completamente alheia á minha desatenção.
O Desapontamento me inundou quando os meus olhos se concentraram na mesa dele. Os outros quatro estavam lá, mas ele estava ausente. Ele foi pra casa? Eu segui a Rose pela fila, arrasado. Eu tinha perdido o meu apetite eu não comprei nada além de uma garrafa de limonada, Eu só queria ir me sentar e mofar.
— Jeon Jungkook está olhando pra você de novo - Rose disse, finalmente quebrando a minha distração com o nome dele. — Eu me pergunto porque ele está se sentando sozinho hoje.
Minha cabeça deu um salto. Eu segui o olhar dela pra ver Jungkook, sorrindo, me observando de uma mesa vazia no lado contrário de onde ele se sentava de costume. Assim que ele encontrou meus olhos ele fez um gesto com o dedo indicador pedindo pra que eu me juntasse a ele. Enquanto eu o encarava sem acreditar, ele piscou pra mim.
— Ele tá chamando você? - Rose perguntou com um assombro muito insultante.
— Talvez ele precise de ajuda com o dever de casa de Biologia - eu murmurei pro bem dela.
— Umm, é melhor eu ir ver o que ele quer. - Eu podia sentir ela me encarando enquanto eu me afastava. Quando eu alcancei a mesa dele, eu fiquei de pé atrás da cadeira na frente dele, incerto.
— Porque você não se senta comigo hoje? - ele me perguntou, sorrindo. Eu sentei automaticamente, observando ele com cuidado. Ele ainda estava sorrindo. Era difícil de acreditar que alguém tão bonito pudesse ser real. Eu temia que ele desaparecesse repentinamente numa nuvem de fumaça, e eu acordasse.
Ele parecia estar esperando que eu dissesse alguma coisa.
— Isso é diferente - eu finalmente consequi dizer.
— Bem... - ele pausou, depois suas palavras sairam todas de uma só vez. — Eu decidí que já que eu estou indo pro inferno, é melhor fazer direito. - Eu esperei pra que ele dissesse alguma coisa que fizesse sentido. Os segundos foram passando.
— Você sabe que eu não faço idéia do que você quer dizer - finalmente eu apontei.
— Eu sei - Ele sorriu de novo, e então mudou de assunto. — Eu acho que os seus amigos estão bravos comigo por roubar você.
— Eles vão sobreviver - eu podia sentir o olhar deles cravados nas minhas costas.
— Porém, eu posso não te devolver - ele disse com um brilho estranho no olhar.
Eu engoli seco.
Ele sorriu. — Você parece preocupado.
— Não - eu disse, ridiculamente, minha voz fugiu. — Surpreso, na verdade...o que causou tudo isso?
— Eu já te disse... eu me cansei de tentar ficar longe de você. Então, eu estou desistindo. - Ele ainda estava sorrindo, mas seus olhos estavam sérios.
— Desistindo? eu repeti confuso.
— Sim, desistindo de tentar ser bonzinho. Eu vou fazer o que eu quiser agora, e deixar acontecer o que tiver de acontecer. - Seu sorriso sumiu enquanto ele explicava, sua voz adquiriu. um tom duro.
— Você me perdeu de novo.
O sorriso arrebatador reapareceu.
— Eu sempre falo demais quando estou com você, esse é um dos problemas.
— Não se preocupe, eu não entendo nada mesmo. - eu disse.
— Eu estou contando com isso.
— Então, em português simples, nós somos amigos agora?
— Amigos... - ele meditou, em dúvida.
— Ou não. - eu murmurei.
Ele sorriu. — Bem, nós podemos tentar, eu suponho. Mas eu te aviso que eu não sou um bom amigo pra você. - Por trás do sorriso, se aviso era de verdade.
— Você diz muito isso. - eu notei, tentando acalmar o nervosismo no meu estômago e manter minha voz calma.
— Sim, porque você não está me ouvindo, Eu estou esperando que você acredite em mim, Se você for esperta, você vai me evitar.
— Eu acho que você também já deixou clara a sua opinião sobre o meu intelecto. - meus olhos reviraram.
Ele sorriu.
— Então, enquanto eu estou sendo...não esperto, nós vamos tentar ser amigos? - eu lutei pra entender a confusão mudança
— isso parece correto
Eu olhei para as minhas mãos entrelaçadas na garrafa de limonada, sem saber o que fazer agora.
— No que você está pensando? - ele perguntou curiosamente. Eu olhei pra os seus profundos olhos dourados, fiquei abobalhado, e como sempre, soltei toda a verdade.
— Eu estou tentando descobrir o que você é.
A mandíbula dele se contraiu, mas ele continuou sorrindo com algum esforço.
— Está tendo alguma sorte? - ele perguntou num tom desinteressado.
— Não muita - eu admiti.
Ele gargalhou. — Quais são as suas teorias?
Eu corei. Durante o último mês eu estive entre Bruce Wayne e Peter Parker. Não tinha jeito de eu dizer isso.
— Você não vai me contar? - ele perguntou inclinando a cabeça pra um lado com um sorriso
chocantemente tentador.
Eu balancei minha cabeça. Muito embaraçoso.
— Isso é muito frustrante, sabe - ele reclamou.
— Não - eu discordei rapidamente, meus olhos revirando. — Eu não consigo imaginar porque isso seria frustrante só porque uma pessoa se recusa a te dizer o que ela está pensando, só porque ela está só criando pequenas observações obscuras que mantêm você acordado se perguntando o que elas poderiam querer dizer com aquilo... agora, porque isso seria frustrante?
Ele fez uma careta.
— Ou melhor - eu continuel, o tom de aborrecimento saindo livremente agora. — Digamos que essa pessoa também fez algumas coisas bizarras de salvar a sua vida sob circunstâncias impossíveis um dia pra depois tratar você como um estranho no outro dia, e ele nunca explica nada disso, mesmo se ele prometeu. Isso, também seria muito não frustrante.
— Você tem um temperamento um pouco forte, não tem?
— Eu não gosto de duplos padrões.
Nós encaramos um ao outro, sem sorrir.
Ele deu uma olhada por cima do meu ombro, e então, inesperadamente, ele sorriu silenciosamente.
— O que é?
— O seu namorado parece estar pensando que eu estou sendo rude com você ele está se questionando se deve ou não vir aqui apartar a nossa briga. - ele sorriu silenciosamente de novo. — Eu não sei do que você está falando - eu disse frigidamente. — Mas de qualquer forma, eu tenho certeza que você está enganado.
— Eu não estou. Eu já te disse, a maioria das pessoas é fácil de ler.
— Exceto eu, é claro.
— Sim. Exceto você. - seu humor mudou de repente; seus olhos se tornaram pensativos.— Eu me pergunto o porquê disso. - Eu tive que olhar pra longe da intensidade do seu olhar. Eu me concentrei em tirar o rótulo da minha garrafa de limonada. Eu tomei um gole, olhando para a mesa sem enxergá-la.
— Você não está com fome? - ele perguntou distraído. Não eu não estava a fim de dizer que o meu estômago já estava cheio.. de borboletas.
— Não, eu não estou com fome. - Eu não entendi a expressão dele, parecia que ele estava se divertindo com algum tipo de piada secreta.
— Você pode me fazer um favor? - eu perguntei depois de um segundo de hesitação.
De repente ele estava cauteloso. — Depende do que você quer.
— Não é muito - eu garantí.
Ele esperou, cauteloso, mas curioso. — Eu só estava imaginando...se você poderia me avisar com antecedência na próxima vez que você resolver me ignorar para o meu próprio bem..Só pra eu me preparar. - eu olhei para a garrafa de limonada enquanto falava, passando o dedo na boca da garrafa.
— Parece justo. - Ele estava pressionando os lábios pra não rir quando eu olhei pra cima.
— Obrigado.
— Então posso ter uma resposta em retorno? - ele pediu.
— Uma.
— Me diga uma das suas teorias.
Opa. Essa não.
— Você não qualificou, você só prometeu uma resposta - ele me lembrou.
— Você também já quebrou suas promessas.- eu lembrei pra ele também.
— Só uma teoria, eu não vou rir.
Ele olhou pra baixo e depois olhou pra mim por entre seus longos cilios negros, seus olhos chamuscado.
— Vai sim. - eu tinha certeza disso.
— Por favor? - ele respirou se inclinando na minha direção.
Eu pisquei, minha mente ficando obscurecida. Santa Mãe, como é que ele faz isso?
— Er, o que? - eu perguntei ofuscado.
— Por favor, me diga só uma teoria. - seus olhos ainda grudados em mim.
— Hum, bem, mordido por uma aranha radioativa? - Ele fazia hipnose, também? Ou eu era um caso sem esperança?
— Isso não é muito criativo - ele zombou.
— Me desculpe, é tudo que eu tenho - eu disse amuado.
— Você não está nem perto - ele caçoou.
— Nada de aranhas?
— Não
— E nada de radioatividade?
— Nada.
— Droga - eu suspirei.
— Kryptonita também não me incomoda - ele gargalhou.
— Você não podia rir, lembra?
Ele lutou pra recompor o rosto.
— Eu vou descobrir mais cedo ou mais tarde - eu avisei.
— Eu gostaria que você não tentasse. Ele estava sério de novo
— Porque...?
— E se eu não for um super-herói? E se eu for o bandido? - ele sorriu brincando, mas seus olhos eram impenetráveis.
— Oh - eu disse, agora muitas da dicas que ele havia dado faziam sentido.
— Eu entendo.
— Entende? - seu rosto estava abruptamente severo, como se ele estivesse com medo de ter falado demais.
— Você é perigoso? - eu chutei, meu pulso disparou quando eu me dei conta da verdade nas minhas palavras. Ele era perigoso. Ele esteve tentando me dizer isso o tempo inteiro.
Ele só olhou pra mim, os olhos cheios de uma emoção que eu não conseguia compreender.
— Mas não mau. - eu balancei minha cabeça.
—Não, eu não acredito que você seja mau.
— Você está errado. A voz dele era praticamente inaudível. Ele olhou pra baixo, roubou a tampa daminha garrafa e começou a rodá-la entre os dedos.. Eu olhei pra ele, imaginando porque eu não sentia medo. Ele falava sério isso era óbvio. Mas eu só me sentia ansioso, no limite...e mais que tudo, fascinado. Da mesma forma que eu sempre me sentia quando estava perto dele.
O silêncio durou até que eu percebi que a cafeteria estava quase vazia. Eu fiquei de pé num pulo.
— Nós vamos nos atrasar.
— Eu não vou á aula hoje - ele disse rodando a tampa tão rápido que era só um vulto.
— Porque não?
— E saudável faltar a aula de vez em quando. - ele sorriu pra mim, mas seus olhos ainda pareciam confusos.
— Bom, eu vou indo - eu disse pra ele. Eu era covarde demais pra arriscar ser pego. Ele voltou a atenção pra sua tampinha. — Até mais tarde então. - Eu hesitei, dividido, mas então o sinal tocou e eu sai correndo pela porta dando uma ultima olhada pra confirmar que ele não tinha se movido nem um centímetro.

Twilight - jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora