Chaconne - Heehoon

Capítulo 1: O Começo da Dança

Heeseung nunca imaginou que uma dança pudesse mexer tanto com ele. Dançar sempre fora algo natural, quase automático — um jeito de extravasar e se expressar. Mas, quando se inscreveu para a apresentação daquele ano, ele não imaginava que "Chaconne" traria à tona tantas emoções, principalmente ao lado de Sunghoon.

Os dois eram inseparáveis desde o ensino médio. Se tinha alguém que Heeseung confiava no palco tanto quanto fora dele, esse alguém era Sunghoon. Mas, dessa vez, algo parecia diferente. Um sentimento novo que começava a germinar em Heeseung, uma tensão estranha que ele não conseguia afastar.

Primeiro Ensaio

Quando Sunghoon entrou no estúdio, Heeseung percebeu de imediato: havia algo no ar. Sunghoon vestia uma camiseta escura que destacava sua figura, e o olhar dele parecia carregado de uma energia que Heeseung não reconhecia. Ele tentou ignorar, mas era impossível.

— Pronto para começar? — perguntou Sunghoon, jogando a bolsa no canto da sala.

— Claro. Hoje é o primeiro ensaio da apresentação — respondeu Heeseung, tentando soar casual.

A música começou a tocar. O ritmo grave e profundo de "Chaconne" os envolvia, cada nota intensificando a atmosfera. Eles se moveram em sincronia, girando, trocando passos que exigiam proximidade, toques. Era algo normal em coreografias de dupla, mas ali, naquele estúdio vazio, parecia íntimo demais.

— Mais perto — disse Sunghoon, puxando Heeseung pela mão. Seus rostos ficaram a poucos centímetros de distância, e, por um segundo, Heeseung sentiu a respiração falhar.

— Certo... — Heeseung respondeu, tentando ignorar o nervosismo que crescia dentro de si. Mas ao olhar nos olhos de Sunghoon, ele percebeu algo que nunca havia notado antes — uma intensidade, um brilho que ele não sabia decifrar.

— De novo — Sunghoon instruiu, soltando-o e voltando para a posição inicial.

— O que achou? — perguntou Heeseung, enquanto voltavam ao começo da música.

— Estamos... quase lá. Ainda sinto que falta algo. — Sunghoon olhou de relance para Heeseung e, ao ver o desconforto no rosto do amigo, se aproximou um pouco mais. — Fica tranquilo. É só uma dança, certo?

— É... só uma dança — murmurou Heeseung, mais para si do que para o amigo. Mas, lá, no fundo, ele sabia que estava mentindo.

A cada repetição, a tensão entre eles aumentava. Em um dos giros, Sunghoon segurou Heeseung pela cintura para impedir que ele perdesse o equilíbrio, e a proximidade dos corpos fez o coração de Heeseung disparar.

— Você tá bem? — perguntou Sunghoon, com a mão ainda na cintura de Heeseung.

— Sim, tô sim. Só... — Heeseung hesitou, procurando as palavras. — Acho que estou só... nervoso por causa da apresentação.

Sunghoon soltou um riso curto.

— Nervoso? Você? Achei que não existisse nada que pudesse te abalar — brincou ele, tentando aliviar o clima. Mas o olhar de Heeseung permanecia sério.

Heeseung soltou uma risada fraca, tentando disfarçar.

— Todo mundo tem um ponto fraco, né?

No Caminho de Volta para Casa

Após o ensaio, os dois caminharam juntos em silêncio. A noite estava fria, e o ar fresco parecia aliviar um pouco a tensão que havia ficado no estúdio.

— Então... — começou Heeseung, tentando quebrar o silêncio. — O que achou da coreografia hoje?

Sunghoon olhou para o chão, pensativo.