LORENA - ANOS ATRÁS
Segurei o buquê de flores em minhas mãos e sorri, lírios amarelos, eu os amava, mas amava ainda mais uma pessoa em específico
Jungkook
Ele era o dono dos meus pensamentos, dono dos meus sorrisos, dos meus pensamentos, mas ele não sabia, ele ainda não sabia
─── Você vai entregar hoje? ── mamãe me perguntou ao me ver sorrir para o buquê e eu assenti
─── Eu quero muito que ele me ame mamãe
─── Não tem como não amar
─── Você diz isso porque é minha mãe
─── Claro que não pequena flor, digo isso, porque conheço seu coração, conheço você melhor do que ninguém
─── Estou com medo
─── Não tenha ── ela sorri ── Ele aceitou sair com você, não foi?
─── Sim
─── Então não tenha medo, se for pra ser será, e quando for pra ser, irá acontecer
Eu estava radiante, o garoto mais lindo da escola aceitou sair comigo, é claro que éramos colegas, quase amigos, mas, eu sabia que sempre senti muito mais que isso
Desde o dia que nos conhecemos
─── Eu preciso ir, já tá quase na hora
─── Vá, boa sorte meu amor
─── Obrigada mamãe
Assim que cheguei na praça que havia combinado de me encontrar com Jungkook, o sorriso que havia estado em meu rosto o dia todo sumiu e como um raio, meu coração despedaçou
Jungkook estava lá, mas diferente do que pensei, ele estava com alguém e esse alguém não era eu, óbvio...
E eu poderia achar que não era nada demais, se ela não estivesse sorrindo com o buquê de lírios vermelhos em suas mãos
Apertei as flores contra meu peito e senti vontade de sumir, vi ela o arrastar pela praça e senti meus olhos transbordarem
Deixei os lírios amarelos que eu segurava caírem no chão e como se o céu chorasse comigo, os primeiros pingos de chuva começaram
Eu senti meu ar faltar e quis desaprender a amá-lo
Foi a primeira e única vez que deixei o meu coração amar e ser quebrado dessa maneira
Foi a primeira e última vez que amei e vou amar
─── O que aconteceu? ── meu pai perguntou preocupado assim que cheguei na porta de casa
── Por que estava na chuva?─── Papai... Podemos conversar depois? ── minha voz saiu falha e minha mãe segurou a mão do meu pai, para que ele não fizesse mais perguntas
Naquela noite eu chorei, no dia seguinte eu estava doente, não só de alma, como de coração
Eu havia acreditado que amar era bom, na verdade, que amá-lo era bom, até descobrir que nem tudo são rosas
E tudo bem se ele não sentia o mesmo, o que me deixou magoada, além de tudo, foi ver aquilo, no lugar que ele havia aceitado me encontrar
No lugar que eu diria o que sinto (ou sentia) por ele
─── Filha...
─── Oi mãe ── sinto minha garganta doer e tomo um gole de água, porque já havia tomado todos os remédios possíveis para que o resfriado, não se tornasse algo pior
─── O que aconteceu?
─── Você já deve saber... Ele não me ama, ele estava lá com outra mamãe
─── Mas... Como? Ele parecia te amar
─── Aparências enganam ── ela então se sentou ao meu lado e me puxou para os seus braços
E era isso que eu precisava agora, meus pais
E eu gostaria de sempre lembrar a mim mesma, o que ele fez comigo
"É pior viver sem mim, do que sem você"
08.11.24 - 20:57