POV: Mordred
O "Grande Rei" havia chegado em Camelot com uma investida fervorosa, mas eu já estava preparado para ela, Mordred, o Verdadeiro Rei de Camelot, irei esmagar as forças de meu pai e provar que ele cometeu um erro em virar as costas para mim!
POV: Arthuria
Mordred virou Camelot de cabeça para baixo, fez o povo se curvar a sua vontade, prendeu Merlin e obrigou Guinevere a se casar com ele. Meu dever como Rei é trazer a paz ao meu reino, e dessa vez não seria diferente. O peso de Excalibur cairá sobre ele, nem que isso retire minha própria vida.
Narrador
Mordred varre o campo de batalha como um bárbaro, decepando cavalheiros ao meio, se banhando no sangue de seus inimigos, incansável, até encontrar o primeiro Cavaleiro da Távola Redonda, Lancelot, que com um movimento rápido quebra seu elmo fazendo com que Mordred revele seu rosto estampando um sorriso maníaco.
-Eu espero que não tenha tocado um dedo em Guinevere, seu verme! Ou eu rasgarei cada nervo de seu corpo antes de matá-lo!
-Ha! Me surpreende você nem esconder mais seu romance, Lance, cansou de fingir que era um cachorrinho do rei?
-Seu bastardo!Lancelot se lança a frente para atravessá-lo com sua rapieira, mas dessa vez Mordred desvia o golpe e talha sua perna, o fazendo rugir de dor.
-Parece que o Cavaleiro do Lago não é tão forte assim no fim das contas - diz Mordred sorrindo maliciosamente.
-Cale-se! - o cavaleiro tenta acertá-lo, mas o usurpador retira a espada de sua mão com um único movimento.O rosto de Lancelot se emoldura com o desespero, porém ainda tenta buscar suas últimas forças para lutar. Um brilho então aparece ao seu lado, e uma voz elegante e tão familiar pronuncia palavras de conforto com firmeza.
-Fuja Lancelot, eu cuidarei dele. Mordred é minha responsabilidade, não posso deixar mais ninguém morrer! - diz o Rei Arthur (Arthuria), empunhando Excalibur brilhante como o próprio Sol.
-Mas meu rei...
-Isso é uma ordem cavaleiro! - seu semblante demonstrava seriedade e coragem, mas em seus olhos era possível ver a dor de ter perdido tantos nessa batalha. Ela não conseguia mais se ver como o Rei, seu reino havia partido ao meio e tudo que havia sobrado era uma montanha de cadáveres em um monte, era chegada a hora de morrer com seu povo.
O Cavaleiro do Lago percebe isso e abaixa sua cabeça, aceitando sua decisão.
Os olhos de Mordred queimam em fúria ao olhar a postura de seu pai, ele aperta o punho da espada e ataca o Rei com um rugido. Arthuria o empurra para trás com a força de sua espada, Mordred para apenas com o atrito de suas botas raspando a terra.
-Agora sim, uma pessoa que sabe usar uma espada! - diz Mordred sorrindo - Rei dos Cavaleiros, você irá pagar por virar as costas para seu único herdeiro!
O Rei se mantém rígido como uma estátua, e tão silencioso quanto. O silêncio ensurdecedor desmancha o sorriso do Cavaleiro da Traição, sua expressão treme em pesar, e então em raiva.
-Eu nunca fui digno de sua atenção, não é mesmo?! - o cavaleiro se impulsiona para frente, desferindo um golpe com sua espada, e então outro e mais outro, movimentos impulsivos e descuidados. Arthuria tinha apenas que desviar de seus movimentos com leveza.
Arthuria acerta sua cabeça em cheio com o punho da espada. Mordred cospe sangue e pronuncia ofegante:
-Mesmo agora, você sequer me olha nos olhos...Eu sou tão ruim assim Arthur, mesmo depois de tudo que fiz por você?! - ele limpa o sangue da boca em sua mão e cospe em um corpo de um cavaleiro já morto ao seu lado - Pois então eu irei mostrar que sou um cavaleiro e um rei mais forte do que você!
A expressão do Rei dos Cavaleiros se mantém impassível, seus olhos fixos em prever cada movimento brusco de seu inimigo, para o Rei naquele momento não havia mais nada, a não ser o seu dever.
Mordred fica em silêncio, se quisesse vencer, precisava acalmar suas emoções e pensar racionalmente. Visualizou rapidamente como poderia levar a melhor contra o Rei dos Cavaleiros, ele sabia que não podia competir com sua força, entretanto possuía mais velocidade.
Sabendo disso, disparou circundando Arthuria, em busca de desnorteá-la. O Rei não conseguia vê-lo com clareza, mas podia sentir sua presença e tentar prever seu próximo movimento. Num saque rápido de Excalibur, corta o ar, procurando derramar o sangue de Mordred. Porém o Cavaleiro da Traição salta, girando seu corpo em pleno ar, dirigindo um ataque com toda força para a cabeça de Arthuria. Como resposta ela ainda consegue bloquear o golpe, porém o impacto a empurra constantemente para baixo, o choque de forças é tão grande que cria uma cratera no chão.
Num ímpeto de fúria, o cavaleiro força ainda mais seu pai e maior inimigo para baixo. Mesmo com toda sua força, Mordred percebe como é uma questão de segundos até que o poder de Arthuria o lance longe. Então ele suprime seu ego e sua fúria, mais uma vez gira seu corpo e sua espada, se desvencilhando do choque de poderes, partindo para um ataque perfurante.
A investida de Mordred é rápida e desce a terra como um raio. Ao Rei só sobra tempo para escapar por pouco, mas não sem se ferir, a espada rasga seu rosto, deixando um corte evidente abaixo de seus olhos. Como resposta, Arthuria não espera nem ao menos um segundo, dispara contra seu inimigo, com investidas firmes e bem treinadas. Mordred sofre para contê-la, recuando cada vez mais. Ela salta para o lado, roda sua espada em um movimento de 180°, explodindo o poder de Excalibur nas costas do cavaleiro, rachando sua armadura.
O Cavaleiro da Traição com ódio nos olhos, agarra o braço de seu pai, o pegando desprevenido, e com um golpe da sua espada rasga os órgãos de Arthuria, cortando parte de sua barriga.
Mesmo com tal ferimento, o Rei dos Cavaleiros não demonstra sentimentos, conseguindo se desvencilhar chutando-o para longe. O sangue jorra em bicas, manchando sua armadura. Por mais que seu rosto não demonstre, é impossível apagar a verdade de seus olhos, o ferimento foi mortal e subitamente ela se pega tomada pelo cansaço e pela tontura, causada pela dor. Sua respiração vacila e então toma algumas respirações, para acalmar a mente.
Mordred se irrita com sua quietude, e pela distância e as sombras da batalha, não percebe como ela está cansada.
-Você sequer é humano??? - ruge em indignação - Vou fazê-lo demonstrar suas emoções nem que eu tenha que arrancar cada parte de seu corpo!
Arthuria não presta atenção nos brados de Mordred, está tentando se concentrar para acabar com aquela luta no próximo assalto, mas a tontura nubla seus pensamentos. Ela sabe que não pode se dar ao luxo de divagar, então numa atitude impensada, segura o cabo de Excalibur com as duas mãos e avança na tentativa de decapitar Mordred.
-Diga alguma coisa Arthur! - berra ele ao retirar Excalibur de sua mão, lançando-as longe, espada e Arthuria.
O Rei não poupa tempo e vasculha o local com seus olhos à procura de uma das armas caídas ao chão próximas de si, quando finalmente encontra uma...
Mordred pisca por um singelo momento, e é o que basta para no segundo seguinte se sentir mais surpreso do que nunca esteve na vida. Arthuria estava diante de si, atravessando seu peito com uma lança, porém o que realmente o surpreendeu não foi a morte lhe ter acometido, e sim foram os olhos dos dois finalmente terem se encontrado e ele ter conseguido enxergar uma pesada lágrima escorrer pelo rosto de Arthuria.
-Pai...?- são as últimas palavras de Mordred.
POV: Arthuria
Seguro Mordred em meus braços e vejo a vida se esvair pelos seus olhos. Em meus restantes finais de vida só consigo me lamentar, há pilhas de corpos mortos por toda Camlann, Camelot está completamente destruída, meu povo e meus cavaleiros estão mortos ou na miséria. Nada disso aconteceria se eu não tivesse retirado a espada daquela pedra! NADA! Cumpri meu dever final como Rei, mas nada supera a minha grande falha como pai e como rei. Rogo ao Santo Graal para que um dia eu possa reverter meus erros...
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Batalha de Camlann
FanfictionFate. O confronto final entre Mordred e Arthuria/Artoria