FADING (ʟᴀʀʀʏ- ᴘᴛ/ʙʀ)

Capítulo 19

Harry acorda com Louis tremendo em seus braços. Ambos ainda estão nus e Louis se aninhou ao lado de Harry, inconscientemente perseguindo o calor de Harry em seu sono.

Seu rosto está pressionado no pescoço de Harry, e ele enfiou suas pernas entre as do cacheado. Harry não o soltou durante o sono, seus braços ainda estão enrolados na cintura fina de Louis. Ele sabe que emite muito calor corporal, Louis já lhe disse isso antes, mas Louis geralmente usa um suéter e calças de pijama para dormir e sem nenhuma carne para ajudar nisso seus dentes estão quase batendo em seu sono.

Ele olha para o despertador de Louis e percebe que só dormiu algumas horas, embora o sol já esteja brilhando através das cortinas transparentes. Ele ficou acordado ouvindo a respiração de Louis, deixou seus dedos se encaixarem nos espaços entre as costelas de Louis para sentir cada inspiração e expiração. Sua mente percorreu cada coisa que ele deveria ter notado, cada maneira como ele falhou com Louis. Ele traçou tudo de volta ao primeiro dia no estúdio, quando Louis não bebeu o café doce e industrializado que Harry trouxe e apenas pegou um pouco do scone.

Harry não conseguiu conter as lágrimas ontem à noite, mas mesmo deixando-as sair o nó em seu peito não se afrouxou. A noite toda ele sentiu como se estivesse tentando segurar o ar rarefeito, como se Louis estivesse a segundos de escapar de seu alcance. Ele é tão pequeno, tão frágil, tão magro. Harry ainda não sabe o que vai fazer. Ele está com medo de confrontar Louis porque sabe o quão fácil é fazer Louis se encolher de volta em sua concha. Ele também precisa ter certeza de que está certo sobre Louis, antes de perguntar.

Ele vai fazer o café da manhã de Louis, como faria em qualquer outra manhã, mas dessa vez ele vai assistir direito, como deveria ter feito o tempo todo. Ele passa os dedos nas costas de Louis, sentindo os arrepios na pele esticada sobre suas omoplatas. Ele dá um beijo no cabelo de Louis e lentamente se desembaraça. Louis solta um pequeno gemido quando Harry cuidadosamente move a cabeça do ombro para o travesseiro, mas ele não acorda.

Os cobertores se acumulam em seus quadris quando Harry se senta e ainda o faz respirar fundo quando vê Louis. Harry não consegue decidir se ver Louis na luz é melhor ou pior. Ele decidiu que é pior porque agora ele pode realmente ver o quão magro e irregular Louis é, ele pode realmente ver, em comparação com sua própria coxa, ou seu próprio braço, o quão pequeno Louis é.

Harry acha que talvez seja menos assustador assim, sem o luar projetando sombras nas cavidades onde deveria haver carne. Sem as sombras fazendo Louis parecer mais um esqueleto. É lindo de alguma forma, quão frágil, quão delicado Louis é. Sua pele sempre tem aquele leve toque de ouro e quando seu rosto não está torcido com hesitação, ele parece um pouco mais suave. Harry sabe, porém, que mesmo que ele sempre consiga encontrar a beleza em Louis, isso não está certo. Aqueles ossos não estão certos.

Harry lentamente desliza para fora da cama e puxa as cobertas em volta de Louis, dobrando as bordas para envolvê-lo. Ao lado da cama está o cobertor elétrico de aquecimento que Harry comprou para Louis; ele não está sendo usado porque Harry vem todas as noites e ele geralmente mantém Louis aquecido o suficiente. Ele o conecta e aumenta o botão de temperatura, antes de colocá-lo cuidadosamente sobre o caroço muito pequeno que é Louis sob as cobertas.

Louis suspira contente em seu sono, seu rosto relaxando onde Harry colocou os cobertores até o queixo. Harry veste um novo par de calças de moletom da gaveta que Louis lhe deu para guardar algumas roupas. Significou muito para Harry quando Louis lhe ofereceu uma gaveta. Como se talvez, mesmo que ele não pudesse dizer em voz alta, Louis estivesse oferecendo a Harry um pouco de espaço permanente em sua vida. Harry sabe que às vezes ele tende a ler demais nas coisas, mas ele tem esperança.

Harry vai até a cozinha e começa a reunir os ingredientes para as panquecas. Ele esperava que cozinhar lhe desse uma distração de seus pensamentos, mas isso não está acontecendo. Tudo o que ele consegue pensar é o quanto Louis sempre diz que ama as panquecas de Harry. Agora Harry só consegue se perguntar se sempre foi uma tarefa para Louis comê-las. Se Louis se ressentia das panquecas que Harry fazia para ele. Se ele tinha que se forçar a engoli-las. Ele se sente um idiota pelo quanto sempre amou cozinhar para Louis, quando Louis realmente odiou sua comida esse tempo todo.