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Gustavo Mioto, São Paulo

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Gustavo Mioto, São Paulo.
Ponto de vista.

Estou me preparando para ir novamente à festa da Gabriela. Essa maluca adora uma celebração, e como esta semana é o aniversário dela, decidiu comemorar durante toda a semana.

Não estive presente nos dois primeiros dias: um deles foi porque estava focado no trabalho e no outro, a Safira me infernizou para que eu não fosse.

Ontem, finalmente fui, e recordo bem da noite que tive ao lado daquela colombiana. Não consigo lembrar como e quando voltei para casa; a tequila realmente fez efeito. O que me recordo é que, ao chegar, a Safira já estava dormindo e nem se deu conta quando me deitei ao seu lado.

Hoje acordei com uma dor de cabeça absurda, quase desejando me jogar pela janela. No entanto, optei por tomar um remédio, tomar um banho e almoçar.

Pretendo ir a essa festa todos os dias até o final. Preciso ver aquela colombiana novamente. Mas não é para conquistá-la; é para consertar as coisas. Por mais que eu não ame a Safira, sinto que foi errado ter a traído.

Ela não merecia isso. Seja lá como ela se comporte, ninguém merece ser traído.

Além disso, Ana também não merece ser enganada. Não que ela se importe, pois acredito que, na verdade, buscava apenas prazer naquela noite e me utilizou como uma espécie de cobaia.

Não que isso me incomode.

Era apenas sexo.

Entretanto, o fato de ter traído Safira me deixou em um estado de estranheza. Sempre prometi a mim mesmo que jamais trairia alguém; considero isso algo repugnante e sem justificativa.

Se a intenção é trair, para que se entra em um relacionamento?

No meu caso, sinto-me preso em um casamento à força. Mas, ainda assim, não considero certo ter traído Safira. Isso diz mais sobre mim do que sobre ela, e não desejo ser visto como alguém sem caráter.

Enquanto pego as chaves do carro para sair, sinto a presença de alguém me observando por trás. Viro-me delicadamente e me deparo com ela.

A ruiva.

— Você não iria trabalhar hoje? — pergunto, surpreso.

Não esperava encontrá-la aqui a esta hora.

— Isso te importa? — ela responde, ríspida.

— Sinceramente, não. Apenas estranhei sua presença aqui! — digo de forma simples.

— Eu moro aqui! — ela afirma, e reviro os olhos.

Estou ciente de que você reside aqui.

Tenho que ver seu rosto todos os dias; é um verdadeiro lembrete de como estraguei minha vida em questão de segundos.

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