Capítulo único

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Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, criada de fã e para fã, sem comprometer a obra original.

AVISOS: Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Experiências sobrenaturais, Não sei se conta como necrofilia???, Universo Alternativo (sem individualidades)

Quando era criança, Ochako costumava ver... coisas. Sombras, pessoas, animais que aparentemente não estavam ali para as outras pessoas, só ela parecia conseguir notá-las.

Ela se lembra da primeira vez até hoje, quando não tinha mais que uns cinco anos: uma mulher com um sorriso muito maior que o normal acenando detrás de um balcão de informações em um shopping, sua mãe estava frustrada por não achar a saída e lamentou o tal balcão estar vazio, ela a levou pela mão e, ao olhar pra trás, ainda confusa sobre o porquê da mãe não querer falar com a moça de sorriso grande, e então Ochako viu: a mulher se virando para continuar acenando para ela, a parte de cima de seu corpo flutuando, pois ela não tinha pernas.

Ela nunca contou nada do que via para ninguém, pois ao pesquisar uma vez o que poderia ser, Ochako acabou em um site sobre pessoas internadas em sanatórios por verem alucinações e ouvirem vozes no nada. Apavorada, ela decidiu manter segredo até de seus pais, e passou a ignorar as aparições. Nenhuma delas fazia nada além de ficar encarando, só algumas falavam coisas que ela não conseguia entender, e umas ou outras eram reconfortantes ou até mesmo úteis, a garota sempre sorria ao ver o espírito de seu gatinho que morrera alguns anos antes passeando por sua janela, e aconselhou uma amiga da escola sobre o garoto que estava a paquerando a não aceitar o convite dele para um encontro, o tal garoto era gentil e charmoso, mas estava sempre acompanhado por imagens distorcidas de mulheres e, pouco antes da formatura, descobriram que ele havia estuprado e assassinado duas meninas de outra escola. Sua amiga chegou a protestar porque queria mesmo sair com ele, mas acabou por lhe ouvir. Ela lhe agradece por isso até hoje.

Então Ochako seguiu sua vida, apenas acostumando-se com as sombras e sons que ouvia de vez em quando, era como ter miopia ou outro problema de visão, mas ela nunca foi atrás de óculos ou o que quer que fosse necessário para corrigir isso, até que um dia, um pouquinho depois do segundo ano da faculdade, não foi mais necessário: só parou, ela nunca mais viu nenhuma aparição.

No começo, foi estranho. Ela chegou a se sentir até solitária, mas aos poucos foi se acostumando, não vê-las também era bom, a fazia se sentir uma pessoa normal, ninguém nunca mais a chamou de estranha por não querer ir em determinados lugares ou conversar com certas pessoas. Ela está no último ano de faculdade, já há problemas suficientes para se preocupar. Fantasmas não são nada em comparação à sua busca quase maníaca por emprego e contas a pagar que já estão começando a chegar.

É tudo tão cansativo que ela nem quer sair. Mina, sua colega de quarto, insistiu que elas fossem a uma festa de Halloween, mas Ochako não tá nem um pouco a fim, ela só se joga na cama depois de tomar banho, e nem se dá ao trabalho de vestir shorts ou calcinha, contentando-se com uma camiseta longa e manchada de um líquido rosa que ela nem lembra mais o que era.

E mesmo exausta, ela não consegue dormir, porque ele está aqui de novo.

Já faz uma semana que Ochako o vê: um rapaz de cabelos verdes e encaracolados. Ele apareceu pela primeira vez na escada perto do corredor que leva aos dormitórios quando estava voltando do refeitório com a Mina, olhos verdes e brilhantes a observavam em curiosidade. Ela pensou que ele era algum calouro perdido e parou de subir a escada, esperando que ele pedisse informações, mas o rapaz não disse nada, só seguiu olhando-a, ela ia perguntar se havia algo errado, mas a Mina a chamou da porta e a encarou com estranheza. Ochako seguiu observando-o enquanto terminava de subir as escadas, e a Mina perguntou, aos risos, enquanto olhava para sua expressão confusa:

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⏰ Última atualização: Nov 10 ⏰

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