» 3 dias depois »
| Mia |
A chave é inserida na fechadura e esta é rodada de seguida dando então entrada para o meu apartamento. As chaves são pousadas no pequeno armário junto à porta e a minha mala atirada para um dos sofás, eu retiro os meus saltos altos e o meu longo casaco que me protege da chuva morrinha que se faz sentir em Londres nesta altura do ano. Assim que alcanço a sala, estranho a falta da recepção do meu gato como é habito mas ele talvez esteja a dormir por isso não dedico muita preocupação a esse assunto.
O meu telemóvel é alcançado para observar as horas, encontrar-me-ia com Bárbara dentro de alguns minutos e uma vez que já tinha a mala pronta para a viajem, apenas precisava de dar um pequeno retoque na maquilhagem e trocar de roupa para algo menos formal e mais confortável.
Procuro um CD na minha estante para colocar a tocar enquanto me preparo para o meu encontro no aeroporto com a loira, quando de repente um estrondo faz-se soar da minha casa-de-banho e o meu batimento cardíaco acelera em segundos quando me apercebo que não estou sozinha em casa.
De repente, silêncio faz-se sentir por todo o apartamento e eu paraliso.
Um dos meus candeeiros pequenos, com fundo em pedra, é alcançado enquanto caminho em direção à divisão de onde proveio o som, vá lá Mia esta não é uma altura para seres medrosa.
Eu alcanço o puxador e respiro fundo antes de o rodar. Noto que tenho de fazer uma força extra para que a porta abra, como se um peso morto estivesse encostado a esta e eu fico cem vezes mais assustada do que aquilo que já estou.
Assim que consigo entrar na casa-de-banho e observo toda a cena, o meu corpo fica entorpecido, largando então o pesado candeeiro para que este embata contra o chão da divisão. Eu sustenho a minha respiração por breves segundos e o meu corpo treme à medida que parece que congela.
Imensas embalagens vazias de antidepressivos e antipsicóticos , que eu sempre evitei consumir, encontravam-se espalhados por todo o lado, assim como a minha medicação para o transtorno bipolar. Uma garrafa vazia de vodka estava junto ao corpo adormecido de Chad, que se encontrava inconsciente.
Eu por momentos esqueço-me de tudo o que aprendi no curso de primeiros socorros e o meu coração congela com a ideia de que ele pode realmente ter morrido por overdose de comprimidos e isso assusta-me mais do que aquilo que eu imaginei.
" Chad " eu falo desesperada enquanto tento abanar o seu corpo adormecido, a minha cabeça é encostada ao seu peito para perceber que não existe qualquer batimento cardíaco nem sequer pulsação e apercebo-me que ele entrou em paragem cardíaca.
Eu rapidamente corro até ao meu telemóvel e chamo o 999 enquanto lágrimas escorriam pela minha face arruinando por completo a minha maquilhagem mas eu não queria saber. A senhora do outro lado da linha disse-me que a equipa estava a caminho e de seguida disse que deveria tentar a manobra de reanimação cardiopulmunar.
Eu pressionei o peito de Chad enquanto chamava pelo seu nome sem obter alguma resposta, eu continuei com o mesmo movimento como me foi indicado até a ambulância chegar e levar o seu corpo, depois de efetuarem a reanimação cardíaca.
Eu acompanhei-o até ao hospital e decidi esperar com ele, depois da senhora da recessão me perguntar "Há mais alguém da família a quem eu deva ligar? A menina era o único contacto de emergência. " não conseguiria de modo algum deixá-lo ao saber que ele não teria mais ninguém quando acordasse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
♠ Half a Heart ♠ .
FanfictionPorque as amizades acabam por meras paixões , porem , isto não é apenas uma paixão , desta vez é diferente , desta vez é ele .