Dor.

3 0 0
                                    


Eu estava ali, tentando manter a calma, mas a voz de Gabriel parecia estar me sufocando cada vez mais. Ele ainda estava tentando controlar a situação, como sempre fez.

- Você ainda não entende, né, Cecília? Tudo o que eu fiz foi por você, por nós - ele disse, tentando manter um tom de voz calmo, mas eu podia ouvir a raiva nas suas palavras.

Eu revirei os olhos, já cansada de ouvir isso. Era sempre a mesma história.

- Por nós? Você quer dizer por você. Sempre foi assim, Gabriel. E eu... eu estou cansada de tentar fazer dar certo. Não faz sentido continuar isso. Você me sufoca!

Ele não gostou nada da minha resposta. Levantou-se da mesa, seu rosto estava vermelho.

- Sufoco?! Você simplesmente me trocou! Acha que foi fácil pra mim?

Me levantei também, empurrando a cadeira com força para trás.

- Eu não te troquei! Eu... eu só não aguento mais suas cobranças, suas manipulações. Eu preciso de espaço. E esse "nós" que você fala, só existe na sua cabeça!

Ele se aproximou, o olhar fixo em mim. Eu podia sentir a tensão no ar.

- Você não pode simplesmente se afastar, Cecília. Eu te amo, e sempre vou amar. E se você acha que vai ser feliz sem mim...

Aquelas palavras me cortaram como lâminas. Olhei para ele, sentindo a mistura de raiva e tristeza em meu peito, mas não podia mais voltar atrás. Minha voz saiu firme, sem hesitar.

- Eu vou ser feliz, Gabriel. Sozinha, sem você. E você vai ter que entender isso.

PARALELO.

Eu estava em pé, no meu escritório, e Juliana estava ali, a alguns passos de mim. Ela estava tentando me provocar, como sempre. Mas eu não estava mais disposto a cair nas provocações dela.

- Você realmente pensa que pode me afastar assim, Alessandro? Eu sou a mãe do seu filho, e você acha que vai virar as costas para mim depois de tudo que fiz por você? - ela disse, sua voz repleta de sarcasmo.

Eu olhei para ela, sem mostrar qualquer reação, tentando manter o controle. Eu não ia cair nessa armadilha de novo.

- Eu não te pedi nada, Juliana. E a única coisa que você fez por mim foi me enredar em uma teia de mentiras. Você acha que pode me manipular mais? Eu não sou mais aquele cara.

O olhar dela mudou, e eu sabia que ela estava perdendo o controle.

- Ah, não? Mas você ainda me vê com os mesmos olhos, não vê? Você ainda sente algo por mim, Alessandro, e você sabe disso.

Eu sorri de maneira amarga, sem ceder. Eu sabia exatamente o que ela estava tentando fazer, mas não ia cair nessa.

- Não, Juliana. O que eu sinto por você é cansaço. Eu só quero a paz, e isso inclui meu filho. Você não vai me controlar, não mais.

Ela avançou, batendo a mão na mesa com força. O som ecoou pela sala, mas eu não me movi. Ela estava furiosa, mas eu não ia me deixar intimidar.

- E quem você pensa que é pra me dizer o que posso ou não fazer? Você é um covarde, Alessandro. Vai ver quem está no controle de tudo.

Eu olhei para ela uma última vez, sem dizer nada, e comecei a caminhar até a porta. Eu já sabia o que tinha que fazer.

- Eu sou quem decide a minha vida agora. E eu já decidi que você não faz mais parte dela.






Que começa às discórdias.

Que começa às discórdias

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.





𝐀 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐀́𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐎 𝐂𝐄𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora