Oh, Vida
Sinto a vida pulsando, um ritmo que se espalha sobre mim,
como o primeiro raio de luz a dissolver a noite,
um brilho suave e insistente, a me lembrar da presença do dia.
Aprendi a sentir o vento, não só como brisa, mas como um sussurro,
uma carícia de tempos que já se foram e de promessas por vir.
Cheiro as flores e me torno uma delas, uma pétala entregue ao instante,
sentindo o tempo escapar, cada segundo escorrendo feito areia.
O sol, esse amante quente e distante, beija minha face frígida,
e eu, como o entardecer, me aqueço em seu toque passageiro,
numa dança lenta de calor e sombra,
enquanto a noite se aproxima, como um manto de mistério e repouso.
Oh, vida, será que és tu que respiro?
Tua essência percorre minhas veias,
eu que te romantizo em cada movimento,
eu que aprecio minhas lutas,
como feridas que me mostram onde nasci e onde me fiz inteira.
Vivo o agora com a leveza do presente,
mas carrego o futuro em meus olhos,
um vislumbre dos sonhos tão altos, tão vastos,
que às vezes me assusto com a imensidão deles,
esse desejo que me faz tão pequena e tão gigante.
Mas sinto, sinto tudo.
Escuto as águas como um cântico antigo,
uma melodia de alívio e entrega,
e na pele, sinto o peso da vida se dissolver,
um descarrego, um despojamento, um gozo —
o puro êxtase de estar viva.
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OH, VIDA
PoetryEste poema é mais introspectiva, aprofundando o contraste entre o que se sente e o que se espera, entre o presente vívido e os sonhos que ainda estão por vir. Fala de uma conexão com a natureza e um renascimento que surge da entrega à própria essênc...