𝗕𝗼𝗮𝘁𝗲 | 𝗨𝗰𝗵𝗶𝗵𝗮𝘀 𝘅 𝗡𝗮𝗿𝘂𝘁𝗼

11 - Sonhos

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" Após alguns segundos de um silêncio doloroso, Naruto se virou sem olhar para trás. Ele não tinha mais forças para lidar com eles, com as desculpas vazias e o controle que tentavam exercer. Ele precisava de distância.

Naruto caminhou para casa sem olhar para trás. Quando finalmente chegou, trancou a porta e deixou o silêncio tomar conta. Ele se sentou no chão, o peito apertado, e toda a dor que vinha acumulando explodiu de uma só vez. As lágrimas que ele segurava por tanto tempo finalmente escaparam, e ele chorou, um choro pesado e solitário, como se todas as memórias dolorosas estivessem agora inundando seu coração.

Ele pensou no pedido de casamento, mesmo que falso, e no quanto aquilo havia mexido com ele. Pensou nos Uchihas, na máfia em que agora estava enredado, na lanchonete de Tsunade e na faculdade exaustiva. E, mais doloroso de tudo, pensou nos pais que perdera, em como a solidão parecia maior do que ele podia suportar.

No silêncio da sua casa, Naruto finalmente permitiu-se sentir o peso de tudo o que vinha segurando. Ele precisava desse momento, ainda que solitário, para aliviar ao menos uma parte da carga que carregava. E naquele choro silencioso, percebeu o quão quebrado estava, mas também que precisava continuar, de algum jeito, por ele mesmo. "

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Era uma tarde tranquila na casa dos Uzumaki. O sol se punha lentamente, tingindo o céu de laranja e rosa. Minato estava sentado no sofá, com Naruto em seu colo, enquanto Kushina preparava o jantar na cozinha. O som do fogo estalando e o cheiro de comida quente preenchiam a casa, mas o que mais importava naquele momento era a felicidade simples que existia ali.

Naruto, com seus cabelos loiros bagunçados e os olhos curiosos, olhava para o pai com uma expressão adorável. Minato sorriu e o levantou, colocando-o nos ombros, fazendo com que o garotinho gargalhasse.

— Papai, mais rápido! — Naruto gritou, balançando as perninhas de um lado para o outro.

Minato sorriu, obedecendo, e começou a correr pelo corredor da casa, fazendo Naruto rir ainda mais alto. Kushina, ao ouvir as risadas, se virou e viu os dois correndo pela sala. Seus olhos se suavizaram, e um sorriso carinhoso apareceu em seu rosto.

— Minato, você vai fazer o Naruto cair! — ela disse, rindo, mas com um tom preocupado. Ela sabia que Minato nunca deixaria o pequeno se machucar, mas ainda assim não conseguia deixar de se preocupar.

— Eu só estou treinando meu sucessor para ser rápido! — Minato respondeu, com uma risada.

Kushina se aproximou deles, colocando uma mão na cabeça de Naruto, que agora estava descansando nos ombros do pai, ainda sorrindo.

— Você tem tanto amor de seus pais, Naruto — Kushina disse, olhando para ele com ternura. — Nunca duvide disso, meu filho.

Naruto olhou para ela com os olhos grandes e inocentes, e com um sorriso tímido, respondeu:

— Eu sei, mamãe... Eu amo vocês dois.

Minato olhou para Kushina, sentindo seu coração se aquecer. Eles nunca haviam desejado nada além de ver Naruto crescer feliz e amado. E ali, naquele momento simples, rodeados por risos e a felicidade da família, sentiam que tudo estava perfeito.

— Eu também te amo, Naruto — Minato disse, com um sorriso caloroso. — Você é tudo para nós.

Kushina se aproximou e deu um beijo na testa de Naruto, acariciando seus cabelos. O trio ficou em silêncio por um momento, apenas sentindo a paz e o conforto que a presença um do outro proporcionava. Mesmo nos dias mais difíceis, o amor entre eles era o suficiente para manter tudo em equilíbrio.

. . .

A luz suave da manhã entrou pela janela, iluminando o quarto de Naruto. Ele estava deitado, os olhos fechados, seu corpo ainda preso entre o sono e a realidade. Aos poucos, o som do relógio e os primeiros raios de sol invadiram seu campo de visão, e ele começou a despertar. Mas, antes que os olhos se abrissem completamente, algo o fez parar.

Uma lembrança doce e dolorosa invadiu sua mente. O riso de seu pai, Minato, correndo pela casa com ele nos ombros. O sorriso de sua mãe, Kushina, tão cheia de carinho, dizendo que ele era amado, que ele sempre seria amado. Aquela sensação calorosa, de estar cercado de amor incondicional, tomou conta dele, e por um momento, ele se esqueceu de onde estava.

Os olhos de Naruto se abriram lentamente, mas o sorriso logo desapareceu, substituído por uma expressão carregada. O rosto de sua mãe e pai, os abraços carinhosos e a segurança de seus braços estavam longe, muito distantes, e ele sentia o vazio que isso deixava. As lágrimas quase vieram, mas ele as conteve. Ele não podia deixar o luto dominá-lo agora, não era mais criança.

Com um suspiro pesado, Naruto se sentou na cama, olhando para o vazio da sua casa, que agora parecia tão silenciosa e fria sem a presença dos pais. Ele fechou os olhos novamente, tentando se lembrar do carinho que havia sentido naquele sonho, mas logo a dura realidade o puxou de volta.

Ele forçou um sorriso fraco, como sempre fazia, mas dentro de si, o peso da saudade e da perda o consumia.

— Eu vou continuar... — sussurrou para si mesmo, tentando encontrar forças. — Eu vou fazer tudo o que posso, por eles.

Com um último suspiro, Naruto se levantou da cama, decidido a enfrentar mais um dia, mesmo que a dor de não ter seus pais ao seu lado o acompanhasse em cada passo.

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