Acordo com uma luz branca em meus olhos. Perguntas como "onde estou", "o que aconteceu" rodopiam em minha mente. Ouço a doce e calorosa voz de minha mãe e me sinto mais calma, mas ainda preocupada.
Sento-me e sinto uma pressão em minha cabeça junto com uma forte dor na garganta, o que aconteceu?
Antes mesmo que consiga falar com alguém, meu pai entra no quarto, exaltado e aparentemente em pânico.
- ELA ESTÁ BEM? ACORDOU? -Ele gritava
Olho para minha mãe, que estava com os olhos inchados e vermelhos, conversando com uma mulher com cabelos ruivos presos em um coque, quem é ela?
-Só um minuto senhora - Disse a mulher ruiva a minha mãe antes de sair da sala.
Meus pais me enchem de perguntas que eu não consigo responder, até que um homem de cabelos loiros e encaracolados usando um jaleco entra na sala. Ele me lembrava um anjo.
-Senhorita Giovanna Arcanjo, sou o Dr. Vieira, o médico responsável pelo seu caso, e essa ao meu lado é a enfermeira Clara - Ele falou, apontando para a mulher ruiva que eu vira antes.
Médico? Parece que tudo está pior do que eu imaginava.
- O que vai acontecer com ela, doutor?!?! - Berrava meu pai, tudo aquilo estava me assustando profundamente.
O Dr. Vieira olhava para um lado e o outro, um médico jovem, parecia não saber como dizer algo, o suspense estava me matando por dentro.
-Infelizmente, mesmo com a cirurgia, sua filha ficou paraplégica.
Cirurgia? Paraplégica? Eu não me lembrava de nada, como algo assim poderia ter acontecido?
Meus pais desataram a chorar e eu também, eu me sentia perdida, como se tivessem arrancado um pedaço do meu coração. Perder o movimento das pernas, nunca pensei que seria fadada a tal destino.
- Receio que tenhamos que começar o tratamento o mais breve possível - O Dr. afirmou - Sinto muito.
Eu ouvi falar que os médicos não deviam se prender muito aos pacientes, mas aquele homem... um homem que nunca vi na vida, parecia tão triste quanto meus pais. Aquilo me fazia pensar o quão ruim era minha situação.
Estou desesperada, minhas lágrimas saem quente do meus olhos que por sua vez ardem como nunca arderam antes.
Abraço minha mãe e meu pai e posso ver minhas pernas, aparentemente normais, mas estão tão pesadas quanto chumbo, e a tristeza está cada vez maior.
Então eu me sinto tonta e lembro-me de ver meu pai gritando para o médico algo enquanto perco a consciência.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apesar dos pesares, te amo
Romance"Como seguir com a vida após um desastre?" isso é que Giovanna se pergunta todo dia desde "O ocorrido" em que a garota se torna paraplégica. Parece que o mundo não para de desabar sobre sua cabeça até que ela conhece Natanael, um lindo garoto que se...