17 de outubro de 2022
Minha mãe me tinha avisado que o último ano de faculdade era um pouco mais intenso mas não pensei que fosse realmente tão intenso. Eu já estava morta e queria o verão, outra vez.
Cheguei ao meu apartamento e me deitei no sofá, minhas pernas doíam de tanto andar.
Recebo uma mensagem de alguém, estico meu braço e finalmente alcanço meu telemóvel, vendo que João me tinha mandado mensagem. Não consigo conter o sorriso ao ler a mensagem.
"ola docinho, queres jantar comigo hoje a noite?"
Meu sorriso aumenta mais ao ler o apelido que ele me chamou, segundo ele eu era doce e fofa, como um docinho. Respondo rapidamente sem pensar muito.
"claro vida , onde nos encontramos ?"
Mando e ele não demora muito a responder.
"vou ter treino, consegues vir ter comigo? Se não eu saiu mais cedo e passo por aí?"
Sorri com sua mensagem.
"sem problemas, eu vou ter contigo, até logo. Te amo. "
"te amo, docinho"
Sorrio que nem boba pras conversas, melhorou logo meu dia.
— vocês são muito nojentos, sabiam? — minha colega de casa, Bia, falou mas com um sorriso no rosto.
— isso é tudo inveja? — pergunto rindo e ela revira os olhos. — sabes que podes desabafar comigo né?
— tens tempo? — ela pergunta e eu confirmo com a cabeça — O Martim é tão confuso, eu não o entendo, merda.
— calma aí, oque aconteceu? — pergunto dando espaço pra ela se sentar no sofá comigo.
— ele é muito ciumento, e isso está a matar-me — ela fala abraçando a almofada.
— mas tu disseste que gostavas dos ciúmes dele, era sinal que te amava. — relembro-a tentando entender melhor a situação.
— sim, eu gosto mas dos ciúmes normais tipo quando um gajo está a dar em cima de mim, não quando estou apenas a falar com um tipo da minha turma a pedir os apontamentos por ter faltado na última aula. — ela fala, a situação era tão especifica que eu sabia que era verdade.
— bia, tens de lhe dizer como te sentes. — sorrio tentando anima-la.
— já tentei mas ele não me ouve, já não posso sair com meus amigos, amigos de infância entendes? Amigos que conheço desde sempre. — ela reclama.
— bia, lamento, mas se eu fosse tu, eu terminaria o namoro. — dou-lhe minha opinião sincera.
— acho que vai ter de ser isso mesmo. Não aguento mais. — ela fala determinada.
— boa sorte, acredito em ti — sorrio
— obrigado, vou precisar. — ela encosta a cabeça no sofá.
— agora, lamento mas preciso mesmo estudar direito, é tanta merda pra decorar. — falo tentando aliviar as cenas. — e o professor não ajuda nada.
Ela ri, consegui, não é um riso alto, mas pelo menos é alguma coisa.
— como eu te entendo, bel. — ela sorri — boa sorte pros estudos e pro encontro com o João.
— obrigado, bia — começo a caminhar em direção ao meu quarto mas escuto sua voz novamente.
— ei bel! — ela me chama e eu viro minha cabeça, a olhando. — o que tu e o João têm é algo mágico, por favor nunca estraguem isso. — ela fala e eu sorrio concordando com a cabeça.
— não tenho planos em estragar, acredita.
Ambas sorrimos e eu a deixo sozinha a pensar na vida, ela iria precisar de ajuda e eu estaria lá pra ela.
Abro meus livros e começo a estudar pra conseguir sair com João mais tarde, eu estava bem na matéria então achei fácil.
— bel, vou sair e já volto — bia fala e eu concordo com a cabeça mas impossível não perguntar.
— vais aonde? — dou um pausa. — e com quem?
— vou sair com meu irmão, aproveitando que ele está na cidade. — ela respira fundo. — e talvez ganhe coragem pra ir falar com Martim.
— pensa bem antes de fazeres qualquer coisa, tá bia?
— eu sei, bel, não tens de dizer outra vez — ela sorri e vai até a porta de entrada. — até mais tarde, bel.
— adeus, bia
Escuto o barulho da porta a bater, e não tenho mais sinal dela.
...
Finalmente acabo tudo oque tinha planeado estudar, eu ia ter com o João ao seu treino. Ia ser a primeira vez que eu andara de carro sozinha apos tirar minha carta de condução. Pois eu tirei a carta apenas aos 21 anos, e eu tinha 22 atualmente. E era raro as vezes que eu pegava num carro, normalmente apanhava autocarro mesmo ou João me dava boleia. Pego numa maça e vou comendo a, até chegar a garagem onde a coloco no lixo e entro em meu carro.
Coloco a minha playlist do spotify tocando, e a primeira música que se ouve é Starlight de taylor swift, minha loira preferida. Super largaria o João pra ficar com ela.
Rio com meu pensamento e começo a conduzir pra fora da garagem.
Enquanto conduzia, o semáforo estava vermelho me fazendo esperar pra ficar verde. Olhei em volta e reparei num rapaz e numa rapariga a discutirem, ao aproximar-me reparo que é Bia e Martim, eles de certeza estavam terminando o namoro.
Martim parecia totalmente irritado, e Bia parecia desistido da situação pois ela caminhou para um café atrás deles onde se sentou ao lado do irmão, que agora reparei que também tinha presenciado tudo.
Eu iria falar com Bia mais tarde sobres tudo isto.
Quando o semáforo abriu e demorei um pouco pois observava a situação mas logo conduzi, fazendo com que eles saíssem do meu campo de visão.
Eu estava indo em direção ao estádio da luz, pois era onde João estava treinando, eu não gostava de futebol mas via todos os jogos dele. E ia ao estádio ver toda vez que eu conseguisse.
As fãs deles já se haviam habituado comigo então agora elas até gostavam de mim, os comentários negativos eram quase nulos agora e os bons aumentavam.
Sou tirada dos meus pensamentos com um som de buzina alta, olhos pro lado e vejo um carro em alta velocidade em minha direção mas consigo recuar a tempo.
Está foi por pouco, ufa.
Quando vou virar outra vez um carro me apanha pelo lado da minha porta e eu gritei tanto, nunca havia gritado assim de dor na minha vida inteira.
Os vidros voaram pra minha cara, eu vi sangue por todo lado, eu não sentia mais meu corpo, como se minhas forças me tivessem deixado.
E eu apaguei.
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𝐒𝐓𝐀𝐑𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓, 𝚓𝚘ã𝚘 𝚏𝚎𝚕𝚒𝚡
Fanfiction𝐑𝐄𝐃 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐈𝐎𝐍 BELLA era uma garota normal portuguesa, pelo menos até aos 18 anos de idade, pois foi nessa ideia onde a mesma sofreu um acidente trágico, que a fez perder muito sangue e acabar no hospital. Quase perdendo a vida, mas milagrosa...