Dear Pierrot

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Lee Felix amava as histórias românticas contadas na vista e escrita dos autores, sempre desejando viver aquele tipo de romance que toca a alma. Mas fora em um teatro que a mais pura e bela história de amor conquistara o seu coração, o amor de Romeu e Julieta.

O pequeno garoto romântico acreditava que nenhuma outra história de amor chegaria aos pés daquela obra magnífica, até observar um bailarino fantasiado como um palhaço com as cores neutras, como branco e preto, performando uma coreografia melancólica e solitária, onde ele derramava toda a sua tristeza por ter perdido um amor. Sem perceber, Felix acabou ficando até o fim da apresentação, fascinado pelos movimentos suaves do bailarino.

Assim que o palhaço se curvou em um gesto de agradecimento, Felix bateu palmas sendo acompanhado pelo resto das pessoas que também pararam pra assisti-lo.

Depois daquele dia, Felix começara a assistir todas as performances do palhaço solitário sem se importar de ser o único a permanecer até a última pirueta. Aquele palhaço o fascinava bastante, que, carinhosamente, passou a lhe chamar de "Pierrot". Esse apelido fora originada da máscara de um semblante triste com uma lágrima preta desenhada abaixo dos olhos.

Talvez por ser uma pessoa que sempre o assistia, o bailarino começou a lhe entregar rosas ou cartas no fim de cada apresentação, deixando-o um pouco sem jeito, mas adorava receber aquele tipo de mimo pelo palhaço que fora trocado por outro alguém.

Assim, de forma repentina, Felix se encontrava conversando com o bailarino, mesmo que não recebesse uma miséria palavra do outro. Mas, o palhaço permanecia do seu lado, ouvindo suas histórias malucas ou seus incontáveis gostos por gestos românticos. Estranhamente, Felix se sentia muito confortável perto do palhaço melancólico. O sardento já perdera a noção do tempo de quantas vezes sentiu os longos dedos cobertos por luvas pretas desenharem o contorno de seu rosto ou até mesmo, suas sardas eram o alvo dos toques doces daquele palhaço, ou como se perdia naqueles cativantes olhos azuis do bailarino.

Sem perceber, um sentimento quente, doce e gostoso fez-se moradia em seu coração aos poucos. E junto com ele, vieram os sorrisos tolos, a ansiedade de querer vê-lo, a sensação de mil borboletas dançar em seu estômago, a euforia toda vez que encontrava-se com ele. Tudo isso se referia ao palhaço de semblante triste.

Todavia, fora na última rosa junto com uma carta que Felix entendeu o que estava acontecendo. Ele era o novo amor de Pierrot. Não era Felix que estava tendo essas paranóias, a carta escrita em próprio punho do bailarino confirmava tal encontro de almas gêmeas.

"Querido desconhecido não tão desconhecido assim,

Essa é a última carta que escrevo realmente com as minhas próprias palavras e não um poema imprimido de qualquer site da internet. Peço desculpas já de antemão pela caligrafia horrível, faz um bom tempo que não escrevo.

Eu gosto de você. Eu não sei dizer o quanto ou exatamente o que eu sinto, muito menos sei lhe dizer se estou completamente apaixonado. Mas o que eu realmente sei agora e posso afirmar é que eu estou gostando de você e muito, mais do que eu poderia imaginar um dia.

Eu gosto de te ouvir, gosto das suas histórias, amo quando você se empolga falando de algum livro que leu recentemente, gosto dos seus toques gentis, amo quando você me deixa te tocar, gosto do som de sua risada ou como suas adoráveis sardas ganham um destaque extra quando sorri lindamente. Eu só gosto do meu apelido porque foi você que inventou. Eu amo os seus abraços, pois posso te sentir de perto, sentir o seu perfume doce e constatar que te quero ali, protegido em meus braços.

Em pensar que eu, um mero bailarino melancólico e distorcido por causa do gosto amargo do amor, que nunca tive sorte em nada, de forma repentina, me senti sortudo ao te encontrar.

Bem, graças a você, eu consegui superar a pessoa que eu havia perdido. E como agradecimento queria lhe pedir se poderia assistir a minha última performance, essa sendo no teatro Théâtre de Chaillot.

Permita-me ser um pouco mais atrevido e deixa-me tirar essa ansiedade em querer lhe beijar.

De Hwang Hyunjin, o Pierrot, para o seu novo amor, Felix."

Com as pequenas mãos trêmulas, Felix fungou ao ler o último parágrafo daquela doce carta, e depois riu de seu estado de ser bastante emotivo. As vezes, ele se perguntava como conseguia assistir um filme de romance sem derramar uma lágrima sequer. Talvez seja pelo motivo de nunca ter recebido uma carta escrita daquele jeito ou pelo fato de ninguém o descrever com aqueles adjetivos de um jeito tão apaixonado.

E foi ali, naquele quarto sendo iluminado pelo sol da tarde, ele observando a movimentação da mais bela cidade de França, que chegara a uma conclusão. Todos os amores à de ser vivido em Paris e o seu lhe espera de braços abertos para ser recebido.

O pobre coração de Felix palpitava loucamente, pois o seu querido Pierrot decidiu revelar o seu nome, Hwang Hyunjin.

— Hyunjin. – Murmurou Felix ao passar os dedos pela caligrafia do bailarino, enquanto um sincero sorriso denunciava a paixão transbordando em seus olhos castanhos claros.

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