Capítulo 4: Sem Volta

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Eu mal conseguia pensar. Os lábios dele ainda estavam na minha mente, a forma como cada toque parecia roubar o controle do meu corpo. Kai continuava parado à minha frente, me observando como se estivesse esperando minha próxima decisão, como se fosse um jogo que ele sabia que ia ganhar.

— Você gosta de correr riscos, não é? — Ele murmurou, os olhos cravados nos meus.

— Isso é o que você acha? — Retruquei, tentando soar confiante, mas minha voz estava tremendo, traindo o turbilhão que ele tinha causado.

Kai riu, um som baixo e rouco que enviou um arrepio pela minha coluna. Ele deu um passo em minha direção, e eu recuei, mas minhas costas encontraram a parede antes que eu pudesse escapar. Ele não precisava me tocar para me fazer sentir completamente vulnerável.

— Ah, eu sei. — Ele sussurrou, se inclinando mais perto, até que seus lábios estivessem a centímetros dos meus. — Mas não precisa lutar contra isso.

Minha respiração ficou presa na garganta enquanto ele deslizou uma mão para o meu rosto, os dedos traçando o contorno da minha mandíbula. Era suave, quase carinhoso, mas havia uma tensão no toque dele que parecia me prender no lugar.

— Você não me conhece. — Eu sussurrei, tentando soar firme, mas soou mais como uma desculpa.

— Talvez eu não precise. — Ele sorriu, os olhos escurecendo. — Mas eu conheço o suficiente.

Kai diminuiu ainda mais a distância, e antes que eu pudesse me mover, senti sua boca novamente contra a minha. Mas dessa vez, era mais intenso, mais exigente, como se ele estivesse tomando o que já era inevitável.

Eu deveria resistir, deveria lutar, mas minhas mãos se moveram por conta própria, agarrando sua camisa enquanto meu corpo cedia ao calor que ele provocava. O beijo dele era uma mistura de controle e desejo, e por mais que eu tentasse me convencer do contrário, havia algo em mim que queria aquilo tanto quanto ele.

Quando nos separamos, ele me olhou como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

— Viu? Você não precisa lutar.

Eu o encarei, minha mente confusa com o que tinha acabado de acontecer. Ele era perigoso, eu sabia disso. Mas, naquele momento, o perigo parecia ser o menor dos meus problemas.

Porque eu sabia que já era tarde demais para voltar atrás.

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