Capítulo I - Stavropoleos Monastery - Bucareste.
Não houve celebração alguma no dia especial, mas tantos anos vivendo ali, já havia se acostumado com a falta de recepção, agora, finalmente com a idade adequada para entrar no convento desejado, a garota estava preparada. As malas no canto da sala de estar, aguardando o motorista que iria acompanhá-la. A tia, parada no canto da porta, a encarava com desdém, comemorando internamente que não teria mais responsabilidade alguma com a filha de sua irmã, que ela sequer amava. Em mais ou menos uma hora e meia, o homem chegou, fazendo um sinal de dedos para a mulher mais velha. Nem precisou da mesma proferir nenhuma palavra, juntei tudo o que tinha, saindo pela porta, nenhuma despedida foi feita e nenhum agradecimento também, mas isso atormentava a minha cabeça. Pelo quê eu agradecia?
- Vamos, garota, não quero chegar atrasado naquele lugar, e sinceramente nem sei o porquê uma moça tão bonita se submete a viver uma condição tão rigorosa. - Ditou o mais velho, que a garota não fez nenhuma questão de responder, não entendia o motivo das pessoas ao seu redor terem a visão tão turva sobre sua fé. Ela sabia que era a escolha certa, estava feliz por seguir os ensinamentos que havia estudado todos esses anos.
Com pressa, adentrou o veículo preto, deixando as suas malas pequenas entre as pernas, observando o homem entrar também, tomando o volante nas mãos, girando aquela chave metálica em meio a várias outras, ligando então o carro, dando a partida, iniciando a longa viagem que fariam até o convento Stavropoleos Monastery - Bucareste.
Passaram-se duas horas desde que pegaram a estrada, não havia muito o que fazer, ela não confiava naquele sujeito nem mesmo para uma conversa indireta e formal, então, abriu sua bolsa menor, retirando o livro sagrado, decidindo que passaria a viagem toda lendo sobre a história de Jesus Cristo, não teria como ser mais agradável e confortável. O tato folheava as páginas com longas escritas, analisando todo o contexto, perdendo-se no fascínio religioso, mas sendo impedida de continuar, quando ouviu a voz carrancuda do motorista. - Nós já estamos chegando, se prepare e desça; eu não vou acompanhar ninguém até a porta, não fui contratado para isso. - Ela confirmou, fechando a Bíblia, guardando novamente, juntando tudo nas mãos, notando que o transporte diminuiu a velocidade, parando em frente ao convento gigante que ao lado tinha o santuário de oração. - Obrigado. - Foi a única palavra que dirigiu para ele, destravando a porta de sair, retirando os pertences primeiro, em seguida, saindo, notando que já havia duas irmãs ali fora a aguardando, segundos depois vindo a minha direção, usando um cumprimento formal. - Seja bem-vinda, viemos ajudá-la no que precisar, vamos mostrar o número do seu quarto. Você vai dividir com mais duas irmãs, por favor, sinta-se acomodada conosco. - Assentiu, sorrindo gentilmente para elas, caminhando com ambas para a parte de dentro, atravessando o grande salão de jantar, curiosa sobre as pinturas religiosas. No corredor dos dormitórios femininos, havia dois lados, o direito era o das irmãs mais velhas que já usavam o hábito preto e branco, o esquerdo era para meninas como eu, noviças, que ainda não haviam feito os seus votos e usam hábito branco. Era fascinante obter essas informações, sua ansiedade acumulada no peito, tornou-a mais curiosa, continuando a seguir as mulheres que ainda não sabia o nome, mas ambas usavam preto e branco, tudo o que tinha em mente agora, era que as respeitar, estava em primeiro lugar. - Você ficará aqui, com Diana e Eleonor, elas são novatas, assim com você. A propósito, eu sou a irmã Angela e ela é a irmã Celina. Qualquer coisa você pode nos chamar, somos encarregadas de todas as noviças, agora, por favor, vá descansar. Pela manhã teremos um breve passeio pelo convento, depois vamos ditar as regras, horários de dormi, oração, alimentação, tarefas e todas vão ser apresentadas para o nosso padre, Park Jong-seong. - Confirmou, animada, mas o nome do padre havia deixado dúvidas, de fato, ele não era da Romênia, os traços orientais no nome deixavam evidente.
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Sinners under the veil - JAY | ENHYPEN
FanfictionA infância traumática da garota, tornou-a quieta e recatada, havia perdido os pais cedo e fora criada por uma tia distante até os dezessete anos. Ela não tinha muitos sonhos e nenhuma meta tão surpreendente, sua força ainda estava na fé, aquela fé d...