Capítulo 2 - O Peso do Passado

1 0 0
                                    

O homem já havia chegado na casa de sua amiga e logo tocou a campainha. "Já vai!" gritou a mulher, e logo se ouviu o som de passos leves e lentos. A porta foi aberta, e ela o olhou surpresa.

— Lilu? O que você está fazendo aqui?

— Longa história... — disse o garoto, ainda um pouco ofegante.

— Pode entrar. Vou terminar o café e já vou até a sala. Quer um pouco? — Ela se afastou para preparar o café enquanto ele entrava, sentindo o cheiro da bebida no ar.

— Por favor. — Ele se acomodou enquanto ela preparava as xícaras.

Alguns minutos depois, ela voltou, trazendo duas xícaras. Eles se olharam, o silêncio pairando entre eles por um momento.

— E então? O que aconteceu, Lilu? — Maya finalmente perguntou, depois de observar o garoto com um olhar curioso.

— Lilu? Faz tempo que você não me chama assim... — Ele respondeu, rindo fraco. A sensação de nostalgia era palpável entre os dois, mas logo ele retomou a seriedade. — Pois é, faz uns dois anos. Mas juro que não foi culpa minha.

— Relaxa, eu sei que não foi intencional... Mas você disse que ia contar o que aconteceu. Eu estou esperando...

Ele respirou fundo, olhando para o café em sua mão antes de começar a falar.

— Tudo começou quando entrei naquele lugar... Eu achava que era só um trabalho normal, mas aí as coisas começaram a ficar estranhas. Eu estava organizando uns arquivos quando a Vanessa gritou. Ela tinha encontrado algo. Um arquivo, meio escondido, e quando ela abriu... Era uma lista de pessoas que haviam trabalhado lá e simplesmente desapareceram, sem deixar rastros.

— Isso é estranho... Eles poderiam ter marcado alguma coisa para encontrá-los depois, né? — Maya comentou, fruncindo a testa.

— Eu pensei nisso também, mas o que estava na lista era um mapa. Um mapa com marcas de onde cada uma dessas pessoas tinha estado... Quando finalmente encontramos o local, estava trancado. Só quem tivesse o cartão de acesso poderia entrar.

— E vocês conseguiram entrar?

— Sim, meio que... pegamos o cartão. Não vou mentir, foi arriscado. Arrombamos um dos armários de um funcionário. Mas quando entramos... Bem, fomos vistos. E aí começou a fuga.

Maya o observava atentamente enquanto ele continuava a falar, a tensão no ar aumentando.

— Eu consegui fugir, mas a Vanessa... — Ele pausou, engolindo seco.

— Ela não conseguiu, né?

— Não. Ela me empurrou da escada para que eu escapasse... Eu não consegui fazer nada.

A tristeza e a culpa estavam evidentes em seu rosto. Maya colocou a xícara de café sobre a mesa e olhou fixamente para ele.

— E agora? O que você vai fazer? E se pegarem ela também?

Ele suspirou, frustrado com a situação, sentindo-se impotente.

— Não sei. Não sabemos se essas pessoas estão presas, se ainda estão procurando ela... Eu não posso voltar lá. Se eu voltar, eles podem me pegar também.

Maya olhou-o com firmeza, seu olhar cheio de preocupação.

— Li, você precisa ir atrás da Vanessa.

Ele balançou a cabeça, hesitante.

— Eu não posso... Eles vão me pegar também se eu voltar. Não tenho escolha.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Nov 20, 2024 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Jiyū e no kari - A Caça contra a LiberdadeWhere stories live. Discover now