Sussurros e Sombras
No outro dia, uma brisa suave balança a cortina, Milla levanta seguindo a mesma rotina, mas, desta vez, não estava atrasada. Desceu as escadas e percebeu um bilhete na mesa da sala:
"Mocinha, fui ao mercado, já volto.
Mas terá que ir a pé.
Abraços, papai."Milla sorriu ao ler e amassou o bilhete. Tomou um gole de leite que estava em uma jarra de vidro, sentou-se à mesa e, quando estava prestes a se levantar, escutou um bater de porta. Ela olhou para a entrada e viu outro bilhete, este deixado com mais urgência:
"Não adianta contar para seu papai, ele não vai ligar. É melhor começar a fazer o que eu mando.
Me mande uma foto sua, pelo mesmo e-mail.
Lembre-se de ter cuidado com o que fala e com quem."O coração de Milla disparou. Um calafrio percorreu sua espinha enquanto ela abria a porta e corria para fora, com as mochilas nas costas, mas não conseguiu alcançar o desconhecido que havia deixado o bilhete. Voltou para casa, trancou a porta e rapidamente se dirigiu à escola, com a mente confusa.
Enquanto caminhava, ela avistou um carro preto e luxuoso se aproximando. Era a Srta. Hannah.
— Quer uma carona? — a mulher perguntou, abrindo a porta do passageiro.
— Obrigada, senhora. — Milla respondeu, entrando no carro, ainda pensativa.
O silêncio se instalou no carro, e a tensão pairava no ar. Foi então que Srta. Hannah quebrou o silêncio:
— Eu adorei seu poema. Você é uma boa poeta, sabia? — ela sorriu com gentileza.
— Obrigada, senhorita Hannah. — Milla olhou para ela, um pouco surpresa. A mulher parecia mais acolhedora do que ela imaginava.
Quando chegaram à escola, Milla desceu do carro, agradeceu novamente e seguiu para a entrada dos alunos, onde Mel a esperava.
— Milla! — gritou Mel.
— Oi, Mel. — Milla respondeu, ainda absorta em seus pensamentos, sem entender completamente o que estava acontecendo.
— Eu vi você e a senhorita Hannah, já não basta a solicitação agora a carona... — disse Mel, enquanto cutucava Milla de leve, num tom zombeteiro.
— Não seja boba, ela é muito legal, é como uma mãe... Acho que ela transmite isso. — Milla falava com insegurança, tentando justificar seus sentimentos sem entender bem o que estava acontecendo.
Pensamento: Falo insegura, já que não sei bem se gosto da Hannah, ou melhor, da Srta. Hannah...
As aulas passaram sem grandes novidades, até que o sinal do recreio soou. Milla saiu com seu caderninho, foi até o pátio e se sentou sob uma árvore, colocando os fones de ouvido para escutar música. Abriu o caderno e começou a escrever novamente.
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No Toque do Vento
Te amo na dança do vento,
quando ele acaricia o rosto e traz o teu perfume.
Nos olhos que se encontram, e no silêncio,
encontramos o mundo que ninguém mais resume.Te amo na chuva que cai e nos envolve,
nos momentos fugazes, nos risos que partilhamos.
Nos sorrisos que se trocam, nas palavras que se devolvem,
em cada gesto, amor, vemos o infinito que criamos.Te amo no amanhecer, na luz suave que nos aquece,
no brilho da lua que em teu olhar se reflete.
Amar-te é o que me define, o que nunca esmorece,
e contigo, a...Milla não conseguiu terminar de escrever. Ela sentiu um peso no estômago e percebeu que estava com fome. Deixou o caderno de lado e foi até a cantina. Comprou um salgadinho, sentando-se em uma mesa isolada.
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∘˚•contos de milla
Mystery / Thriller⊹܀୧ contos de milla ⊹܀୨ :neste livro envolve:poesia, amor, inteligência, crime e suspense. Espero que eu consiga fazê-los sentir a emoção que é este livro.